Agricultura: produzir alimentos ou ração animal?

Mapas revelam: embora muito ineficiente, uso da terra para indústria da carne ocupa cada vez mais as terras do planeta

Por Paulo André Vieira, no OEco

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Mapas revelam: embora muito ineficiente, uso da terra para indústria da carne ocupa cada vez mais as terras do planeta

Por Paulo André Vieira, no OEco

Em uma coluna recente este blog mostrou, usando imagens de satélite dos últimos 30 anos, o crescimento urbano de algumas cidades brasileiras. Como haviamos mencionado, a população mundial ultrapassou a casa dos 7 bilhões em 2011, e de acordo com as últimas projeções devemos chegar aos 9 bilhões daqui a 37 anos.

E como poderemos alimentar essas 2 bilhões de bocas a mais? Um vídeo feito pelo Museu de Ciências de Minnesota tenta responder esta pergunta. Como aponta o vídeo “2 bilhões a mais vem para jantar” (em inglês), produzindo em um formato chamado “Ciência em uma Esfera“, nem toda terra cultivável ​​é utilizada para a produção de alimentos para seres humanos. Grande parte das terras cultiváveis é usada para produzir ração para animais.

Mas a conversão de ração em carne não é particularmente eficiente. No caso do gado, por exemplo, cerca de 13 quilos de ração são necessários para produzir meio quilo de carne. Desta forma, quanto mais a procura mundial por carne aumenta, mais terras serão dedicadas ao cultivo de ração para animais.

O mapa abaixo mostra em verde as regiões que produzem alimentos consumidos mais diretamente por seres humanos, em laranja as regiões que produzem a mesma quantidade de alimentação humana e animal, e em vermelho as terras que são usadas principalmente para produzir ração animal. Você pode clicar para ampliar o mapa.

 

 

(Fonte dos dados: University of Minnesota/Institute on the Environment/Global Landscapes Initiative)

Veja também neste mapa do InfoAmazonia, o projeto de ((o))eco que agrega dados e notícias sobre a Amazônia, a concentração de gado em cada um dos 771 municípios da Amazônia Legal, o número de fazendas confiscadas pelo IBAMA e os matadouros que existem nesta região.

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4 comentários para "Agricultura: produzir alimentos ou ração animal?"

  1. Agildo Matos disse:

    O que você não leva em consideração é que o animal consome muito mais calorias antes de ser abatido do que fornece após seu abate. Um bovino precisa consumir alimentos por quase 2 anos seguidos não só para engordar, mas também para se manter vivo. Quando ele é abatido a maior parte das calorias que ele ingeriu já não fazem mais parte de sua carne.

  2. Jurandir disse:

    Razões ecológicas
    A motivação aqui é racionalizar a utilização dos recursos naturais para a obtenção de alimentos. Um vegetariano reduz um elo da cadeia alimentar, tornando-a mais eficiente e, consequentemente, reduzindo o impacto ambiental da sua alimentação. Para produzir carne é necessário cultivar plantas, que alimentam o gado, que por sua vez irá alimentar o Homem. Durante o passo de alimentação do gado foram gastos recursos como a água, energia e tempo, que poderiam ter sido poupados se o Homem consumisse directamente os vegetais. Exemplo: Para produzir 1 kg de carne bovina são gastos aproximadamente 15 mil litros de água (incluindo a rega das plantas, a higiene do animal, etc); para produzir 1kg de soja são gastos menos de 1300 litros de água, cerca de 10%. A economia de água é, portanto, superior a 90%, sem que o bife traga necessariamente um valor acrescentado significativo relativamente ao cereal.
    http://vista-se.com.br/redesocial/vegetarianismo-o-que-e/

  3. Exatamente Patricia, é uma questão de equilíbrio. Duro é ver os pecuários se aproveitando da alta do mercado da carne e disseminam a cultura cada vez mais, alastrando a região amazônica e não visam o reaproveitamento local das áreas.

  4. Apesar da produção em quilos não ser equivalente, o animal produzido é mais calórico e mais nutritivo que o vegetal usado para alimenta-lo, assim é perfeitamente justificável o uso da terra para produção animal. Além disso o animal pode ocupar áreas que não são adequadas a agricultura. É uma questão de equilíbrio e não de exclusão.

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