INSS: O mito do déficit e a estratégia das elites

Recomeça a ladainha sobre a necessidade de uma “reforma”. Por que ela é falsa e como construir as políticas sociais do século XXI

Eduardo Fagnani, entrevistado por Antonio Martins e Glauco Faria

Em meio às recentes polêmicas envolvendo o INSS, o economista Eduardo Fagnani, um dos maiores especialistas brasileiros em políticas sociais, desmonta em entrevista exclusiva o discurso que há décadas justifica o desmonte da Previdência Social no Brasil. Com análise precisa e dados contundentes, Fagnani revela como as elites econômicas manipulam o debate público ao alegar “falta de recursos” para negar direitos previdenciários à população, enquanto capturam para outros fins as receitas constitucionalmente destinadas à Seguridade Social.

A entrevista expõe as contradições da reforma previdenciária de 2019, que impôs regras semelhantes ou até mais rígidas que as de países desenvolvidos, ignorando completamente a realidade do mercado de trabalho brasileiro. Fagnani demonstra a inviabilidade prática das novas exigências: com metade da população economicamente ativa na informalidade e alta rotatividade no emprego formal, a maioria dos trabalhadores jamais conseguirá cumprir os requisitos para aposentadoria integral. “Para contribuir 35 anos, um trabalhador precisaria estar no mercado por 60 anos”, calcula.

O economista denuncia ainda como a recente reforma tributária agravou o problema ao extinguir fontes de financiamento constitucionalmente vinculadas à Seguridade, como a COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Ao mesmo tempo, aponta caminhos para um novo modelo de financiamento previdenciário para o século XXI, menos dependente das contribuições sobre o trabalho formal e mais baseado na tributação progressiva da renda e da riqueza – uma alternativa que as elites brasileiras, obcecadas com o ajuste fiscal e os ganhos financeiros, sistematicamente bloqueiam no debate público.

(Apresentação gerada por inteligência artificial)

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