Literatura periférica reocupa centro de SP

Trinta editoras participam, desta quarta até domingo (7) da 3ª edição da Feira do Livro Periférico. Haverá lançamento e bate-papos com destacados autores – e a comemoração dos 25 anos de um livro seminal da literatura marginal: Capão Pecado, de Ferréz

Foto: Sérgio Silva/Sesc
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A CPL — Câmara Periférica do Livro realiza a 3ª edição da Feira do Livro Periférico entre os dias 3 e 7 de setembro no SESC Consolação na Região Central da Cidade de São Paulo. O evento reúne 30 editoras e terá uma programação recheada de lançamentos, rodas de leitura, bate-papos e debates instigantes. Nos cinco dias de evento, os leitores terão contato com uma produção literária que está fora do circuito comercial. Mas a Feira destacará autores periféricos que são publicados por grandes editoras, como Geovani Martins, José Faleiro, Lilia Guerra, Marcelo D’Salete e Ferréz evidenciando uma conexão que tem sido intensa nos últimos anos em função da busca do mercado por diversidade.

A programação completa do evento pode ser acessada aqui e pela página da CPL no Instagran @ cpl.editorasdasperiferias

Apresento a seguir alguns destaques da programação. É tudo de graça!

A mesa de abertura na quarta-feira já coloca o sarrafo lá em cima. Sob a mediação da jornalista Adriana Couto, o escritor carioca Geovani Martins e o gaúcho José Faleiro farão uma conexão entre as periferias do Rio de Janeiro e Porto Alegre. Publicados pela Cia das Letras (Geovani) e Todavia (Faleiro), os escritores vêm tendo destaque no mercado editorial. Ambos também figuraram na lista dos 25 livros mais importantes do século XXI de acordo com levantamento feito recentemente pelo jornal Folha de São Paulo. Na lista aparece Via Ápia e Os supridores de Geovani e Faleiro, respectivamente.

No dia seguinte, a escritora Lilia Guerra, que passou a ser publicada pela Todavia, participará de uma roda de conversa com as escritoras Helena Silvestre e Erika Balbino. Para fazer a mediação da mesa foi escalada a jornalista e também escritora Jessica Balbino que fará o lançamento de seu livro mais recente durante o evento. A quinta-feira termina com um debate sobre o centenário de Clóvis Moura, cujos livros, em grande parte, estão sendo publicados pela Editora Dandara que integra a CPL.

Na sexta-feira vai acontecer um dos momentos mais importantes da Feira. O escritor Ferréz fará o primeiro evento de comemoração dos 25 anos de seu livro seminal: Capão Pecado. A obra é o marco do próprio surgimento da literatura periférica — ou marginal, como o autor prefere nominar. Para conversar com o autor, teremos três escritores que são destaque na cena literária periférica nesse quarto de século: Elizandra Souza, Dinha e Binho.

A programação do sábado está bem agitada. De tarde, acontecerá um bate-papo sobre a poesia que segue sendo fecunda na periferia. Depois do ciclo dos saraus na primeira década do século seguido da era dos Slams nos anos 10, a década de 20 vive a ascensão das batalhas de rima. Para discutir esse fluxo poético periférico, o evento reunirá Emerson Alcalde e Maria Vilani sob a mediação de Sonia Bischain. No final da tarde, Xico Sá media uma conversa que pretende atualizar o debate sobre o que é ser marginal na literatura. Participam da discussão os escritores Wesley Barbosa e Sacolinha, além da escritora Raquel Almeida.

Na manhã de domingo teremos uma mesa sobre a literatura periférica para crianças. Depois do almoço o debate será sobre história em quadrinhos com a participação do consagrado Marcelo D’Salete, de Paulo Batista e May Solimar. O Menor Slam do Mundo, de Daniel Minchoni, encerrará o evento em alto astral.

Com a terceira edição da Feira do Livro Periférico, a CPL se firma como uma rede representativa das editoras periféricas de São Paulo e abre um horizonte promissor para sua ampliação ao nível nacional. Corroboram essa perspectiva a participação das editoras Periferias (Rio de Janeiro) e Letras Periféricas (Belém). O apoio do Ministério da Cultura, que financia o evento por meio de emenda parlamentar, e a parceria com o SESC contribuem para o êxito da iniciativa e soma decisivamente para o fortalecimento da Câmara Periférica do Livro que já conta com o apoio institucional da Associação Bem Te Vi Diversidade.

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