Por Simone Paz | Imagem de Andy Singer

Com humor agudo e desenhos ótimos, o cicloativista Andy Singer expõe como é ridículo o mundo dominado pelos automóveis, que se tornou mais uma de nossas prisões: trabalhamos para poder pagar a gasolina e as prestações do carro, enquanto usamos carros e dirigimos para trabalhar, presos num ciclo vicioso.

As editoras Autonomia Literária e Avocado Edições, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo, lançaram no ano passado a versão em português do genial quadrinho CARtoons. A visita do autor do livro rendeu um vídeo ótimo, em que conhecemos um pouco da pessoa por trás do cérebro inquieto e da mão criativa (assista aqui), que dispensou os carros até em seu casamento e partiu de bicicleta para a lua de mel, pedalando com sua esposa.

No quadrinho, são muitas páginas recheadas de paródias sagazes e críticas lúcidas, que exaltam o uso de bicicletas, transporte público e as nossas próprias pernas, para andar pela cidade, evitando trânsito, stress, doenças provocadas pelo sedentarismo, poluição e acidentes.

Outras Palavras sorteia agora 3 exemplares, para incentivar nossos colaboradores que participam do projeto de autosustentação Outros Quinhentos a usarem menos o carro e a dar algumas boas risadas.

Para participar, basta ser do Outros Quinhentos e preencher este formulário até quinta-feira 23 de maio.

Para instigar mais um pouco, segue a descrição do livro, por Renata Falzoni — fotógrafa, videorrepórter, bikerrepórter e cicloativista:

Em apenas um século a opção pelos carros acabou com a qualidade de vida de nossas cidades! E a forma como isso aconteceu não pode ser mais perversa! Não me refiro apenas à propaganda que de forma enganosa associa status, evolução, modernidade, inteligência, conforto e tudo de bom ao felizardo motorista acompanhado de lindas mulheres e suas famílias estupidamente felizes, num filme encenado em cidades desertas e livres de pessoas.

Me refiro à ampla deterioração de tudo que envolve a circulação desses seres de lata.

Esse século dos automóveis catalisou de tal forma o individualismo inerente às pessoas, que deformou e cegou algumas gerações nas sociedades.

Ao ignorar a escala humana, esse século assassinou alguns milhões de vidas ao longo de toda a cadeia dessa indústria e pior disso tudo, taxou os indivíduos que se recusaram a cair nessa armadilha a motor, de “vilões do progresso”, de “os fracassados”.

É preciso muita convicção e persistência para resistir, além de inspiração e informação! Andy Singer em Cartoons nos provê tudo isso e muito mais. Um humor extra que não sei de onde ele tira!

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