Cenas de um adeus para Sebastião Salgado

Talvez refletisse sobre vida e morte ao revisitar seu trabalho em seus últimos projetos. Um amigo próximo narra histórias e diálogos antes da morte do renomado fotógrafo – que, mesmo no preto e branco, “sua memória preserva um arquivo com todas as cores”

Mayolo López Gutiérrez/ObturadorMX/Getty Images
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Por Leão Serva, na Piauí

Semanas antes de morrer, no último dia 23 de maio, em Paris, aos 81 anos, Sebastião Salgado estava bastante animado com o projeto de um novo livro. Juntaria retratos de indígenas, portraits, feitos ao longo de sua vida. O projeto foi provocado ao ver a obra monumental Os Índios da América do Norte, de Edward Curtis, que acabara de receber de sua editora, Taschen.

Não era só o livro de retratos. Estava avançando em vários projetos diferentes. Acertava os últimos detalhes (faltava trocar uma imagem) de uma espécie de “sinfonia fotográfica” que ele concebeu para uma orquestra francesa: uma longa sucessão de fotografias do mar projetadas enquanto a orquestra toca a peça sinfônica de Claude Debussy La Mer (de 1905). A experiência da plateia será semelhante aos concertos que Salgado concebeu para marcarem as inaugurações da exposição Amazônia em várias capitais, de São Paulo a Paris, do Rio a Barcelona: as fotografias da floresta e seus habitantes são projetadas enquanto uma orquestra toca a Suíte Floresta do Amazonas, de Heitor Villa-Lobos. Nessa seleção minuciosa, de sincronia ritmada, as imagens devem coincidir com os compassos da peça e dialogar com os sentimentos que a música provoca na audiência. É realmente uma composição visual: onde outros poriam letra, Salgado pôs fotos.

Há também uma exposição a ser aberta na primavera de 2026, em Los Angeles, de fotografias feitas em diferentes países da antiga União Soviética, ao tempo em que produzia Trabalhadores. Do mesmo projeto também saíram as imagens da pesca do atum numa cidade italiana no Mediterrâneo; uma repassada no arquivo gerou um conjunto maior de imagens do que as usadas naquele livro do início dos anos 1990. As fotos serão expostas no prédio onde então funcionava o mercado de peixes da pequena cidade italiana em que ele passou meses acompanhando a vida dos pescadores, a captura dos grandes peixes e sua preparação para exportação.

Salgado vinha explorando o acervo de imagens produzidas ao longo de cinco décadas com o olhar de cinquenta anos de experiência, garimpando fotografias que anteriormente não tinham marcado da mesma forma o seu autor ou não cabiam para o objetivo de então. É o caso da reportagem sobre a construção do “Chunnel”, o túnel sob o Canal da Mancha, que ele acompanhou nos anos 1990 para uma reportagem. Na época, selecionou e ampliou pouco mais de vinte fotos. Mas recentemente percebeu que tinha ali mais algumas dezenas de imagens interessantes e fez uma seleção para expor ou publicar.

Sebastião cobriu os trabalhos de escavação do túnel, desde a virada dos 1980 para os 90, até a inauguração, convivendo com os operários, vestido como eles. Ele ainda usava cabelo comprido e barba. Em algumas fotos aparece o filho Juliano, que o acompanhava para conhecer a obra de engenharia do século, como era considerada na época. Sentia certo orgulho de ter visto nascer o trem unindo Paris e Londres, as duas primeiras cidades em que morou no exílio. Por isso, nunca pegava avião. Quando fui visitá-lo uma vez, o bilhete de avião custou 1/3 do de trem. Com seu talento de economista, ele rapidamente argumentou: “Não conheço ninguém que faça essa viagem de avião. Se fizer as contas, mesmo que a passagem saia mais barata, o custo de táxi, o tempo de deslocamento, nada compensa o conforto.” Era como se fosse o “pai” de um túnel que merecia ser mimado.

A prática de garimpar os negativos passados já tinha resultado também na exposição sobre a Revolução dos Cravos, apresentada em São Paulo em maio de 2024, uma seleção de imagens produzidas ao longo de dois anos (1974-75) em que ele fez sua primeira cobertura internacional e publicou a primeira capa em uma revista de primeiro time, a Newsweek.

Outro mergulho nos arquivos deu origem ao livro Des Oiseaux, lançado na França e ainda inédito no Brasil. Uma editora francesa (Atelier EXB), que tem uma coleção de livros de fotos de pássaros, o convidou para fazer um volume. Sua primeira reação foi dizer: “Nunca fotografei pássaros.” Mas uma assistente encarregada do inventário do arquivo, logo disse: “Acho que você se enganou: encontrei 1.200 fotos de pássaros.” Entre elas, cerca de cem foram selecionadas para o lindo volume com texto do escritor francês Erik Orsenna. Com Orsenna também Salgado desenvolveu um outro volume, a convite da Aliança Francesa, em que reúne fotografias de sua família ao longo dos anos (desde que ele conheceu Lelia Wanick na Aliança Francesa de Vitória, Espírito Santo, ao final da adolescência, e eles estabeleceram sua aliança da vida toda).

Cor ou preto e branco? Essa pergunta divide opiniões de fotógrafos, críticos e do público. Salgado optou pelo preto e branco desde que começou a desenvolver Trabalhadores e pôde viver só das fotos que decidia fazer, sem ter mais que atender as pautas da imprensa, como jornalista. Claro, já tinha optado antes, mas era forçado a fazer cores para atender as demandas dos clientes da Magnum. Em 1994, deixou a agência, montou sua própria Amazonas Images e passou a se dedicar apenas a seus projetos, primeiro Trabalhadores, depois Êxodos, Gênesis e Amazônia. Desde aquele momento trancou os arquivos coloridos, nunca mais produziu e nem vendeu. Só retornou à cor com as máquinas digitais, enquanto produzia Gênesis (depois de um início com câmeras analógicas). Embora os arquivos coloridos tenham sido convertidos em preto e branco por um software, sua memória preserva um arquivo com todas as cores.

Salgado e sua equipe processam a imagem PB. Recentemente, quando preparava o livro Des Oiseaux, seu laboratorista fez uma brincadeira: em uma foto do Buraco das Araras, em Bonito (MS), ele deixou o quadro todo de floresta em PB e preservou as cores das duas araras que voam no centro. Fez uma cópia e a deu para Sebastião. A imagem faz lembrar o filme Rumble Fish (1983), de Francis Ford Coppola, todo produzido em preto e branco, no qual somente o peixe Betta, que dá nome ao filme, se destaca em vermelho. A foto das araras coloridas está displicentemente exposta na geladeira da casa do fotógrafo, sugestivamente perto da lata de lixo. A foto “verdadeira”, inteiramente em preto e branco, está nas págs. 30 e 31 do livro de pássaros. A comparação das duas revela que as cores chamam muita atenção. É exatamente o argumento de Sebastião Salgado para fotografar só PB. Também é a opinião de quem defende o uso das cores. Pão e pães, é questão de opiniães, dizia outro mineiro.

Não é pouco trabalho a edição de novos conjuntos de fotos saídos de um arquivo produzido ao longo de 52 anos de carreira, com todos os negativos, cópias contato e pequenas ampliações que antecedem a edição final. Um trabalho fotográfico quase tão intenso quanto o de produzir as fotografias. Por isso Sebastião ficou um pouco irritado quando viu a repercussão que estava dando no Brasil e mesmo no exterior sua entrevista ao jornal The Guardian, em fevereiro de 2024, em que disse que iria parar de produzir os grandes projetos. O jornalista tratou como uma “aposentadoria”. Numa entrevista que me deu logo em seguida, quando recebeu o prêmio Sony de fotografia pelo conjunto de sua obra, ele disse:

“Eu não estou me aposentando. Aposentar significa eu parar uma atividade que eu exercia até um certo momento. Eu não estou parando a minha atividade. Eu estou trabalhando talvez ainda mais do que eu trabalhei antes. Parando de fotografar, não estou. Agora, há pouquíssimo tempo, eu acabei de realizar uma reportagem pela primeira vez na minha vida, usando uma tecnologia que eu nunca tinha usado. Fotografei com um drone. Adorei fotografar com um drone! Eu fiz uma história razoável, uma história relativamente grande, estou imprimindo centenas de fotografias. Fotografar é que nem andar de bicicleta. Se você parar de pedalar, você cai. E se você parar de fotografar, você morre. Então, eu nunca vou parar de fotografar.”

Dos antigos negativos ressurgiu também um outro trabalho que o deixou profundamente emocionado naqueles primeiros dias de março quando começou a sentir os efeitos e recebeu o diagnóstico da doença que tiraria sua vida. No fim de 2023, tocou o telefone em seu estúdio no Canal de Saint Martin. Era o prefeito da cidade de La Courneuve, com uma demanda peculiar: “Há cerca de quarenta anos você doou para nossa cidade uma coleção de fotos, e eu gostaria de fazer uma exposição delas.” Foi um chamado do fundo da memória que gerou uma fortíssima reação emocional: o prefeito o lembrava de um momento no início da carreira, quando mergulhou na fotografia, um sonho irracional para qualquer padrão de cautela, que ele transformaria em uma profissão de enorme sucesso. Salgado fazia uma fotografia social, seus principais contratos eram com agências de informação católicas, com pautas para documentar exilados e outros grupos marginalizados. Suas fotos eram boas e logo surgiram outros trabalhos, mas nada cobria o salário de economista bem pago na Organização Internacional do Café. Logo as economias acabaram e eles tiveram que ir morar em uma pequena mansarda (o quarto de empregados, fora do apartamento) de 16m2 no alto de um edifício parisiense. Ali nasceu o filho Juliano. Ali também eles hospedaram, no pequeno cubículo, vários amigos que chegavam para o exílio. Mas em seguida começaram a aparecer contratos mais interessantes, como a cobertura da Revolução em Portugal e em seguida o final das guerras de independência na África, chamado pelas agências Sygma e Gamma.

Sebastião tinha a intuição de que seu trabalho deveria evoluir para o desenvolvimento de projetos fotográficos de produção mais longa e envolvimento maior entre o tema ou objeto e o repórter. E o primeiro dessa série foi o tal chamado da prefeitura de La Courneuve, em 1978, para documentar um grande complexo de habitação popular chamado Cidade dos 4000, um conjunto tipo “Minha Casa Minha Vida”, com todos os defeitos de guetificação que marcavam os projetos feitos logo após a Segunda Guerra. Quando acabou a reportagem, Salgado deu à prefeitura local uma seleção das fotos, que o prefeito localizou em 2023 e quis exibir. As fotos publicadas na revista parisiense Polka mostram um estilo jornalístico bem mais simples do que aquele que viria a ser a marca de sua obra, mas uma energia antropológica que caracterizou toda sua trajetória.

Em março, quando ele tinha acabado de receber a notícia de que seus problemas de sangue tinham evoluído para algo mais grave, Salgado chorou ao perceber essa história como um eixo de sua carreira.

“Estou aqui. Para mim, estar vivo aos 81 anos é um privilégio. Ao andar um pouco pela exposição, logo no início, há a foto de um casamento na Prefeitura de La Courneuve – é um ponto de viragem em minha vida. Foi uma história incrível. Recentemente, quando o prefeito de La Courneuve quis nos visitar, nós estranhamos. Mas enfim, pensei, ‘OK, vamos marcar esse encontro’. Ele então veio e disse: ‘Há 45 anos, você doou uma coleção de cem fotografias para a minha cidade.’ Eu disse, ‘Como, assim?’ Ele diz: ‘Sim, aqui estão elas.’ E eram minhas fotos. Fiz um trabalho incrível em La Courneuve, passei seis meses, há 45 anos, e eu tinha esquecido tudo isso. E agora, quando fui passear pela exposição, a primeira fotografia que vi foi a Mademoiselle Sanglier, chegando para seu casamento na Prefeitura de La Courneuve.”

Dessa retrospectiva com mais de quatrocentas fotos, que foi exposta no centro Les Franciscaines, em Deauville, e reunida a partir da coleção e da curadoria da Maison Européenne de la Photographie, Tião (como era conhecido entre amigos) reviveu vários episódios de sua vida: “Eu hoje ouço mal, preciso de aparelhos de audição. Na exposição passei pelas fotos do lugar onde perdi a audição, foi quando Saddam Hussein invadiu o Kuwait, incendiou quase seiscentos poços de petróleo, eu estava lá para produzir uma história para o New York Times.”

Retrospectiva é como uma autobiografia. Como ele me disse em outro momento, ela “te dá uma oportunidade de você fazer um resumo da sua vida. (…) Fotografia é uma forma de vida, uma forma intensa de vida. Eu tive o privilégio de poder ir ver. Às vezes as pessoas falam comigo: “Sebastião, você é um artista.” Eu falo, não, eu não sou um artista, eu sou um fotógrafo. E só os fotógrafos têm esse privilégio de ir lá, onde as coisas estão realmente acontecendo. Então, isso para mim é que, tudo bem, é um prêmio, tem uma cerimônia, tem um punhado de coisas. Mas para mim, é o resumo da minha vida.”

Ao ver a retrospectiva promovida pela Maison Européenne, que tem a maior coleção de suas fotos fora a sua própria, um resumo ainda mais detalhado de sua vida, o fotógrafo sentou e chorou. Chorou muito na entrevista coletiva que deu, lembrando da carreira, dos sofrimentos que teve e de tudo que viu e testemunhou. No dia seguinte, emocionado de novo, chorou ao discursar na abertura da mostra. Depois da entrevista coletiva, pediu para ficar só na sala e ali permaneceu por pelo menos uma hora. Então, sugeriu que fôssemos andando para o hotel. No caminho havia uma relojoaria. Ele nunca foi muito ligado em relógios de luxo, mas parou, talvez para descansar. Diante da vitrine, mostrou o relógio Omega Speedmaster (modelo usado pelos primeiros astronautas que chegaram à Lua) que tinha no pulso e contou que o comprou, logo depois da independência de Moçambique, de um homem que esperava no aeroporto de Lourenço Marques (hoje Maputo) para viajar a Lisboa. O relógio o acompanhou para sempre desde então. Duas décadas depois do fim das guerras coloniais portuguesas na África, o relógio que aguentou viagens à Lua parou de funcionar quando Tião cobria as explosões de poços de petróleo do Kuwait pelas tropas fugitivas de Saddam Hussein. Ali, na mesma viagem em que seus ouvidos começaram a ensurdecer (“Não aguentaram o trabalho sob um barulho constante como se fosse a turbina de um avião”), também suas câmeras Leica travaram. A explicação veio quando a fábrica alemã de câmeras fotográficas foi devolver o equipamento reparado: o petróleo impregnava os corpos, as roupas, tudo; ao fim do dia, Salgado se lavava e ao equipamento com gasolina, que é um poderoso solvente. Tão poderoso que derretia também o fino material que impermeabilizava as câmeras. E também o relógio. Como os ligamentos dos joelhos, rompidos e operados duas vezes numa expedição no Acre; ou os ombros, trincados no Pico da Neblina; ou o tórax, atingido por um estilhaço de granada em Angola; ou a vértebra, quebrada quando o caminhão onde estava em Moçambique passou sobre uma mina (ele milagrosamente sobreviveu, parecendo intacto, ao lado de um soldado morto); a face parcialmente paralisada pelo vento gelado da Sibéria quando fotografava os pastores Nenetses; os ouvidos avariados pelo barulho nos poços de petróleo em chamas, no Kuwait; ou o olho atingido por um espinho durante uma caminhada na densa floresta amazônica, seguindo um grupo de indígenas Suruwahá, no Sul do Amazonas… O relógio foi para o conserto e voltou a funcionar, do mesmo jeito que Sebastião Salgado tratou todas as feridas. Mesmo a malária, contraída em 2010, na Indonésia, foi curada, mas o tratamento prejudicou a capacidade de sua medula óssea produzir normalmente o sangue. “Minha fábrica de plaquetas e glóbulos brancos não funciona direito”, ele costumava dizer. Isso o expunha a ter problemas mais adiante. Mas tudo parecia um cenário longínquo em uma pessoa tão saudável e ativa – hiperativa, até.

A entrevista coletiva teve grande espaço na imprensa, especialmente pela forte emoção com que Salgado contou suas histórias e mencionou que estava doente. No dia seguinte, seu amigo de muitas décadas Yann Arthus-Bertrand, colega que fez o discurso em sua apresentação na Academia Francesa de Belas Artes, em 2017, ligou para saber o que estava acontecendo. Ao autor do livro A Terra Vista do Céu, em francês, ele disse que tinha “uma espécie de leucemia”, e voltou a chorar. Depois que desligou, não usou mais a palavra durante aqueles dias. E em nenhum dos contatos que tivemos nos oitenta dias posteriores.

Com seu costumeiro humor, brincou quando eu disse que ia a Roma cobrir os funerais do papa Francisco, criticou o pontífice argentino, depois repetiu no WhatsApp as mesmas críticas, para provocar um grupo de amigos encantados pelo estilo de Francisco. Em um telefonema, reclamou de dores profundas, lancinantes, que passou a ter, disse que era um efeito colateral do novo remédio que melhorou suas plaquetas, mas não os glóbulos brancos. Disse que iria ao hospital fazer mais exames. Após alguns dias, desmarcou, na véspera, a conferência que daria em 7 de maio como principal estrela do evento sobre liberdade de imprensa promovido pela jornalista Tina Brown, em Londres, onde ficamos de nos encontrar. Depois, voltou a comentar sobre o papa Leão 14, e, mesmo agnóstico, confessou ter gostado do jeitão dele. Dez dias depois, novo cancelamento de agenda: pelo WhatsApp, afirmou que não iria à palestra prevista no evento Photo London, onde suas fotos ocupavam duas salas e o maior conjunto individual do evento. Mas confirmou a data da abertura da exposição de obras de seu filho Rodrigo, que nasceu com Síndrome de Down, na cidade de Reims, na Champagne, no dia 24 de maio. Lélia e Tião dedicaram-se à exposição Rodrigo: une vie d’artiste por cerca de dois anos, falavam do assunto com muito entusiasmo, queriam que tudo estivesse perfeito, como reconhecimento do talento impressionante de Digo. As pinturas foram transformadas em mosaicos e fixadas nas janelas de uma igreja dessacralizada, transformada em escola para a arte dos vitrais. O casal convidou amigos de vários cantos do mundo.

Apesar desses momentos mais abatidos, apenas dois meses antes de partir, Sebastião Salgado estava como sempre: animado e energético. Por isso foi um susto enorme quando liguei para dizer que estava no trem, indo para a abertura da exposição em Reims: “Oi, Tião, tudo bem?”, e do outro lado sua voz disse: “Não está bem, Leão.” O que houve? “Ele morreu.” Quem morreu, perguntei assustado. “O Sebastião morreu”, respondeu a voz parecida com a sua. Mas quem está falando? “É o Juliano”, disse o filho mais velho que veio do Brasil para a exposição do irmão. Tião tinha passado alguns minutos antes.

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