Vacinação contra pólio avança mais rápido que esperado em Gaza

• 161 mil crianças são vacinadas em Gaza • 29 mil esperam para fazer transplante de córnea no SUS • Cuidados com a mpox • Decisão histórica permite aborto em feto que não sobreviveria • Certificação de bancos de leite humano • Covid longa e alzheimer •

Foto: OMS
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A vacinação contra a pólio na Faixa de Gaza está avançando mais rápido que o esperado, comemorou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (3/9). A meta foi superada em cerca de 11 mil imunizações: a agência planejava distribuir 150 mil vacinas durante os dois primeiros dias de trabalho, mas conseguiu alcançar 161 mil crianças de até 10 anos de idade no enclave. O representante da OMS nos territórios palestinos descreveu um ambiente “quase festivo”, já que as famílias estão levando seus filhos para a vacinação em grande números e comemorando o feito. Sobre as pausas nas hostilidades durante os períodos do dia destinados à campanha de imunização, o representante também afirmou que “até agora elas têm funcionado”. Na próxima fase, os trabalhadores das agências das Nações Unidas responsáveis pela mobilização humanitária se deslocarão para o sul de Gaza, onde esperam vacinar mais 340 mil crianças.

Cresce a fila para procedimentos oftalmológicos

A fila para transplantes de córnea quase triplicou nos últimos dez anos, noticiou a Agência Brasil. Hoje, 28.937 pacientes esperam para realizar o procedimento, enquanto 10.734 pessoas estavam nessa situação em 2014. O maior crescimento da fila se deu em 2020, durante a pandemia da covid-19 – desde então, o poder público não conseguiu diminuí-la. Os dados reunidos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) indicam que o período de espera também cresceu: a média nacional está em 194 dias. Há grandes discrepâncias entre os estados. A menor espera, de apenas 63 dias, foi registrada no Ceará. Já no Maranhão, onde ela é maior, chega a 595 dias. Por um lado, o CBO destaca os “números crescentes no volume de transplantes”, ligados ao Programa Nacional de Redução de Filas criado pelo Ministério da Saúde. Por outro, a entidade avalia que ainda é preciso pelo menos dobrar o atual número de cirurgias para lidar com a demanda.

O que é preciso saber sobre a mpox em 2024?

A Organização Mundial da Saúde voltou a declarar a mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, uma emergência de saúde global, devido ao rápido aumento de casos, especialmente na República Democrática do Congo. O surto é impulsionado por uma nova variante do vírus, também já identificada na Suécia e Tailândia. Mas esse surto é igual ao de 2022? Eis algumas informações e considerações importantes: A mpox pode se espalhar por contato sexual, como acontecia durante a emergência anterior, mas agora também se observa infecção por interações pele a pele, contato com animais infectados ou superfícies contaminadas. A neurociência estuda o contágio por gotículas respiratórias. O maior risco está na África Central e Oriental, com destaque para profissionais de saúde e pessoas com múltiplos parceiros sexuais. A versão do vírus na África é mais grave, afetando gravemente crianças, pessoas imunocomprometidas e grávidas. A cepa de 2022 continua a infectar pessoas. A vacina contra a mpox é limitada a grupos de risco, e sua eficácia está sendo estudada. A proteção, como com a covid, não é garantida a longo prazo, mas pode evitar casos graves.

Mulher deve levar a termo uma gestação de bebê que não sobreviverá?

Em uma decisão histórica, a Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Bahia autorizou a interrupção da gravidez de uma mulher cujo feto, com graves más-formações, não sobreviveria após o nascimento. O caso expõe uma grande falha na legislação brasileira sobre o aborto, que permite a interrupção apenas em casos de anencefalia, mas deixa outras más-formações igualmente incompatíveis com a vida sob interpretação judicial. Isso significa, na prática, que a mulher que não quer manter um feto que não sobreviverá tem de se submeter a um tipo de loteria, em que cada juiz interpreta do seu jeito. A decisão ressaltou que conjecturas religiosas não podem fundamentar o julgamento e destacou a importância da saúde mental da gestante, evitando submetê-la a um sofrimento desnecessário. Especialistas defendem que a legislação seja mais clara, permitindo o aborto em casos como este sem necessidade de judicialização, protegendo a saúde física e mental das mulheres. Essa vitória jurídica pode abrir caminho para futuras decisões, reduzindo o sofrimento das gestantes em situações semelhantes e reforçando o direito ao aborto em casos de fetos inviáveis.

Fiocruz lança seu Programa de Certificação de Bancos de Leite Humano

Na segunda-feira (2/9), foi lançado o Programa de Certificação Fiocruz de Bancos de Leite Humano. “A iniciativa tem como objetivo não só atender demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) como dos países cooperantes para a segurança alimentar e nutricional na atenção a recém-nascidos e lactentes”, conta a Agência Brasil. Além da própria Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a iniciativa conta com a participação do Ministério da Saúde e da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Ministério das Relações Exteriores. O envolvimento do Itamaraty se deve ao fato de que o Programa também funcionará internacionalmente – e já será implantado em Cabo Verde, na Guatemala e no Paraguai. Ele visará “prover as redes de bancos de leite humano dos países participantes com um sistema de avaliação contínua, assegurando a qualidade dos produtos, processos e serviços”, explica a Agência Brasil, a partir das várias décadas de experiência que a Fiocruz acumula sobre o tema.

Esquecimentos da covid longa tem semelhança com alzheimer

Pesquisadores do Centro Sanders-Brown sobre Envelhecimento, da Universidade de Kentucky, nos EUA, encontraram semelhanças entre os comprometimentos cognitivos observados em pacientes com covid longa e os da doença de alzheimer. Ambos os casos envolvem neuroinflamação, ativação de astrócitos (células de suporte cerebral) e atividade cerebral anormal, o que pode resultar em deficiências cognitivas significativas. O estudo, publicado na revista Alzheimer’s & Dementia, envolveu especialistas de seis países e focou na “névoa cerebral” pós-covid, caracterizada por problemas de memória e concentração. A pesquisa sugere que as duas condições podem compartilhar mecanismos biológicos subjacentes. A descoberta pode ser importante para novos protocolos com pessoas com covid longa. Nesses casos, exames regulares de eletroencefalografia (EEG) são recomendados para detectar precocemente mudanças cerebrais. O estudo destaca o papel central dos astrócitos e a possibilidade de que, com a identificação precoce dessas mudanças, intervenções possam ser feitas para prevenir ou retardar o declínio cognitivo.

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