Universalização do acesso à água potável ainda está distante
• 2 milhões sem acesso a água • Congresso avança contra terras indígenas • E MAIS: lenacapavir na Europa; animais peçonhentos; violência sexual; alimentação •
Publicado 27/08/2025 às 19:11 - Atualizado 27/08/2025 às 22:06
Um novo relatório da ONU, divulgado nesta terça-feira (26), revelou que mais de 2 milhões de pessoas no mundo continuam sem acesso a água potável, demonstrando pouco avanço em direção a uma cobertura universal. Calcula-se que, em 2024, aqueles sem acesso a este recurso básico representavam 25% da população mundial. Além disso, mais de 100 milhões de pessoas continuavam dependentes de água “superficial” – procedente de rios, lagoas e canais.
A OMS e o Unicef destacam que o atraso no programa de avanços dos serviços de Água, Saneamento e Higiene (WASH, na sigla em inglês) expõe bilhões de pessoas a um risco maior de doenças. Cecilia Scharp, diretora do programa WASH, afirma: “Quando as crianças não têm acesso a água potável, saneamento e higiene, sua saúde, educação e futuro estão em riscos”. Cecilia ainda relembra que as pessoas que menstruam enfrentam dificuldades ainda maiores.
Aprovados PLs que podem intensificar a devastação de Terras Indígenas
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado aprovou, em agosto, dois PLs que abrem as Terras Indígenas a atividades econômicas como mineração, garimpo, exploração de petróleo e gás, geração de energia, agricultura comercial e turismo. Além de representar uma violação direta à Constituição e aos tratados internacionais de direitos humanos assinados pelo Brasil, as medidas colocam em risco diversas comunidades, inclusive sanitariamente.
Dados citados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) reforçam a ameaça à saúde das populações. Estima-se que 90% dos Yanomami de nove aldeias já estejam contaminados por mercúrio decorrente da atividade garimpeira. No sul da Bahia, o povo Pataxó denuncia a destruição de nascentes e cursos d’água causada pela extração de terras raras. No Pará, comunidades Munduruku enfrentam violência armada, presença de facções criminosas e desestruturação cultural ligada à invasão de garimpeiros. Ao dar ar de legalidade a práticas devastadoras e lucrativas em Terras Indígenas, tais problemas podem se agravar.
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UE aprova uso do lenacapavir
Nesta terça-feira (26), a União Europeia aprovou a utilização do lenacapavir para a prevenção do HIV. O preço exorbitante que a farmacêutica Gilead cobra pelo medicamento está no centro de uma disputa internacional. Entenda.
Acidentes com animais peçonhentos
Em reunião recente, os países das Américas avançaram na formulação de uma estratégia regional para enfrentar os impactos de saúde dos acidentes com animais peçonhentos. Por ano, 57 mil picadas de cobra são registradas na região. Conheça o plano.
Crise de violência sexual no Congo
O atual estágio do conflito no Congo levou à explosão dos casos de violência sexual. No entanto, o corte da ajuda humanitária dos EUA e outros problemas levaram à suspensão quase total dos serviços de cuidado às vítimas, em uma situação catastrófica. Saiba mais.
Publicidade de ultraprocessados
Também na terça (26), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) participou de audiência no Congresso Nacional acerca da publicidade e rotulagem de alimentos nocivos à saúde. A entidade foi representada pela professora Ana Paula Bortoletto (FSP/USP). Acesse mais informações sobre a audiência.
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