Unimed enfrenta denúncias de negar tratamento oncológico
• Unimed no Rio interrompe tratamentos para câncer • Violência obstétrica no Brasil Mais negacionismo nos EUA • E MAIS: quimioterapia; Ozempic no SUS; tungíase; Uruguai pensa saúde pública •
Publicado 05/09/2025 às 19:11
A Unimed Ferj, que representa uma cooperativa de empresas prestadoras de serviços, apareceu no noticiário da semana. Pacientes denunciam a interrupção de tratamentos para o câncer, por meio de descredenciamentos de diversos hospitais que os atendiam. A empresa alega que buscava centralizá-los no “Espaço Cuidar Bem”, na zona sul da capital. Argumenta que continua a oferecer os tratamentos e se organiza para atender sua demanda, ampliada após absorção da carteira de clientes da Unimed Rio.
No entanto, matéria da Folha retrata como o caos permanece visível na relação entre clientes e seguros de saúde. Dentro do contexto de fusões e aquisições de empresas de saúde, descredenciamentos de locais onde o paciente já faz tratamento são corriqueiros, o que nem sempre é acompanhado de uma realocação eficiente e gera a interrupção das terapias.
Chefe de saúde da Florida compara vacinação infantil com escravidão
Joseph Ladapo é o cirurgião geral da Florida, denominação dada à autoridade sanitária máxima do estado. Em entrevista coletiva, ele explicou que o estado cogita banir a obrigatoriedade de vacinações para crianças, como a que previne pólio, e comparou a exigência da imunização com o regime da escravidão – declaração que assusta ainda mais pelo fato de ele mesmo ser um homem negro.
Não bastasse a comparação perversa, o médico conhecido por espalhar mentiras sobre questões científicas apelou para o discurso religioso ao falar que as crianças e seus corpos são presentes de deus. No último inverno, 270 crianças morreram de gripe influenza no país, 90% das quais não estavam vacinadas. Para além do negacionismo, cabe lembrar que parte das vacinas são ofertadas pelo estado e o fim de tal política forçaria pessoas a pagarem pela imunização.
Violência obstétrica segue em níveis assustadores
A pesquisa Nascer no Brasil 2, organizada pela Fiocruz, entrevistou 1.923 mulheres atendidas em maternidades do Rio de Janeiro entre 2020 e 2022 e atestou: dois terços das entrevistadas relataram alguma forma de violência obstétrica. Toques inadequados, negligência e violência psicológica foram os fatos denunciados.
A pesquisa registra traços socioeconômicos nas agressões, maior parte delas em estabelecimentos públicos. Mulheres dos extremos etários e de menor escolaridade também se destacam nos relatos de abusos. Até a manobra de Kristeller, proibida desde 2016, na qual o profissional empurra o bebê ou sobe em cima da gestante, foi relatada em 53 casos.
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Tratamento resistente à quimioterapia
A Anvisa aprovou o Elahere, um novo tratamento para pacientes com câncer de ovário resistente à platina, metal contido na quimioterapia. O fármaco será comercializado pela AbbVie. Saiba mais sobre a aprovação e o funcionamento do remédio.
Medicamentos para obesidade no SUS
No cenário em que o fim da patente de fármacos conhecidos parece cada vez mais próximo, como o Ozempic, foi lançada uma campanha nacional pela inclusão de medicamentos já existentes que combatem a obesidade no SUS. Veja o que alegam as entidades organizadoras da campanha.
Diretrizes para combate à tungíase
A Opas publicou, pela primeira vez, um guia mundial baseado em evidências científicas para o tratamento da tungíase, uma doença parasitária que afeta milhões de pessoas em comunidades vulneráveis das Américas e da África Subsaariana. Quais as recomendações?
Congresso Nacional de Saúde Pública no Uruguai
Entidades brasileiras, como a Fiocruz e a Abrasco, estiveram presentes em atividades da primeira edição do 1º Congresso de Saúde Pública no país. Saiba mais.
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