Trump atrapalha o combate contra gripe aviária

• EUA retiram investimento de vacinas de mRNA • Cólera no Sudão • Aborto no Chile • E MAIS: vício em redes sociais; longevidade ativa; autópsias precarizadas; população de rua no RS •

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O governo Trump cancelou um contrato de quase US$600 milhões com a farmacêutica Moderna, que visava desenvolver uma vacina para humanos contra a gripe aviária. A decisão também retirou o direito do governo americano de comprar doses antes de uma pandemia e cancelou um acordo firmado por Biden para preparar o país para uma potencial pandemia de gripe aviária. 

Mesmo já sendo esperada, a decisão preocupa, já que, apesar de não apresentar epidemia entre humanos, há riscos de que o vírus sofra mutações e adquira novas “habilidades”. A Diretora do Centro de Pandemias da Faculdade de Saúde Pública da Universidade Brown, Jennifer Nuzzo, disse: “Quando a próxima pandemia de gripe ocorrer, não haverá vacina suficiente para todos que a desejarem, a menos que invistamos na ampliação dos tipos de vacinas contra a gripe produzidas e do número de empresas que as produzem”.

É importante lembrar que, na pandemia de covid-19, os investimentos do governo norte-americano foram essenciais para o desenvolvimento das primeiras vacinas com a tecnologia mRNA. Provavelmente o mundo teria sofrido ainda mais, em um cenário diferente.

Epidemia de cólera intensifica crise humanitária no Sudão

Uma epidemia de cólera matou 70 pessoas em dois dias na capital do Sudão, anunciou nesta quinta-feira (29) o Ministério da Saúde do país. As infraestruturas do país estão em ruínas e 90% dos hospitais em zonas de conflito estão fechados, e a falta de água potável preocupa as autoridades. Isso porque a epidemia vem em um contexto de colapso do sistema de saúde do país após dois anos de guerra.

O conflito causou dezenas de milhares de mortes, deslocou 13 milhões de pessoas e provocou o que a ONU descreveu como “a pior crise humanitária” no mundo atualmente. A epidemia foi declarada após semanas de bombardeios com drones, que provocaram o colapso do serviço de abastecimento de água e de energia elétrica na capital.

Governo Boric conseguirá legalizar aborto no Chile?

O governo do Chile anunciou, nesta quarta-feira (28), que enviou um projeto de lei ao Congresso para legalizar o aborto até as 14 semanas de gestação, uma das principais promessas da campanha de Gabriel Boric. Desde 2017, no país, o aborto é permitido apenas em três situações: risco à vida da mãe, inviabilidade do feto e estupro. De acordo com o Ministério da Saúde, o Chile registra quatro mortes por ano devido a abortos clandestinos.

No entanto, a iniciativa enfrentará um caminho difícil, já que o presidente não tem maioria em nenhuma das câmaras do Parlamento, onde a oposição é contra a expansão do direito ao aborto. Além disso, conquistar a opinião pública também parece um desafio: de acordo com o Centro de Estudos Públicos, 34% da população chilena acredita que o aborto deve ser uma opção para as mulheres em todos os casos; já 50%, que ele deve ser permitido apenas em casos especiais.

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Uso problemático das redes sociais

Uma pesquisa, publicada na revista Jama, destaca os padrões de uso de mídia digital e seu impacto, propondo que o tema seja oficialmente tratado sem transtorno, com uma abordagem similar à utilizada para avaliar o consumo de álcool. Mas há discordâncias. Veja os resultados.

Longevidade ativa e impactos na economia

Houve, em 2025, um aumento da expectativa de vida ao nascer e também um crescimento significativo da longevidade. O aumento quantitativo da população idosa tem o potencial de se converter em uma mudança qualitativa profunda, impactando até mesmo a economia. Leia a pesquisa no EcoDebate.

Precarização do Serviço de Verificação de Óbito da USP 

Segundo Solange Conceição Lopes, diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP, o órgão está precarizado há mais de um ano, com contratações paradas e sem obras de infraestrutura. Com menos funcionários, o serviço de autópsia demora a ser feito, acumulando corpos e aumentando o tempo de espera das famílias. Entenda o caso.

POA em defesa da população em situação de rua

O Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Porto Alegre (RS) definiu, em plenária, articular a temática da saúde mental da população em situação de rua dentro da Política Municipal de Saúde Mental. O evento reuniu representantes da sociedade civil, da Defensoria Pública e profissionais da saúde. Saiba mais.

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