Trabalhadores do SUS fazem paralisação de 48 horas em São Paulo

• Greve dos servidores de Saúde em SP • Baixa adesão de hospitais ao Agora Tem Especialistas • Ex-assessora de Pazuello na Saúde Indígena • E MAIS: mortalidade infantil e clima; Conferência Nacional das Mulheres; ACS na Índia; ciência nos EUA •

Créditos: SindSaúde-SP
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ATUALIZAÇÃO: A greve de profissionais de saúde do estado de São Paulo se encerrou às 7 da manhã desta sexta-feira. “Durante os dois dias de paralisação os profissionais se mantiveram mobilizados em frente às unidades com faixas, cartazes, entregando cartas abertas à população e dialogaram com os usuários para explicar como o descaso do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) afeta a saúde pública e prejudica quem está todos os dias prestando o atendimento”, escreve a nota do SindSaúde-SP (leia aqui). O sindicato afirma que continuará com a mobilização até conseguirem o aumento do valor pago para alimentação e o pagamento da Bonificação por Resultados.

Teve início na quarta-feira (1º/9) uma greve dos servidores da Saúde em São Paulo, que critica o descaso do governo estadual com a categoria. Hoje, apesar de cumprirem plantões de 12 horas, esses trabalhadores recebem um vale-alimentação de apenas 12 reais, um valor que está congelado desde 2018 em um patamar muito abaixo do custo de uma refeição no estado mais rico (e caro) do Brasil. “Tarcísio é desumano quando ele não prioriza, não olha para esses servidores, que tanto fazem para manter a saúde funcionando”, criticou Gervásio Foganholi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), em entrevista ao Brasil de Fato.

De acordo com a Folha, 36 hospitais e equipamentos de saúde em todo o estado de São Paulo foram afetados pela greve. A paralisação de 48 horas exige que o governo estadual apresente um novo valor para o vale-alimentação, promova o reajuste das gratificações e cumpra com o pagamento de bonificações por resultado acordado em uma mesa de negociação ocorrida em julho, explica o boletim do sindicato.

Créditos: Edi Sousa/Ato Press/Agência O Globo

Agora Tem Especialistas ainda não decolou

Lançado em junho, o programa que visa atacar a fila de exames e procedimentos cirúrgicos no SUS caminha vagarosamente. Segundo o Ministério da Saúde, apenas 4 de 190 hospitais privados, num universo teórico de 4.000 estabelecimentos de saúde de alta complexidade, tiveram sua adesão ao programa aprovada.

A participação do setor privado, que concentra cerca de 70% da produção cirúrgica do país, consiste na troca de suas históricas dívidas com o SUS pelos procedimentos. Um dos motivos da lentidão é a preocupação do ministério com uma entrega ainda baixa diante dos recursos mobilizados.

O programa é objetivo central da gestão de Alexandre Padilha na pasta e também conta com a própria estrutura pública, a exemplo da rede de hospitais universitários gerenciada pela Ebserh, na execução do programa.

Ex-assessora de Pazuello na saúde indígena

Coordenadora de compras na gestão criminosa da Saúde do general e hoje deputado federal Eduardo Pazuello, Meri Helem Rosa de Abreu foi nomeada para a diretoria da Secretaria de Saúde Indígena. 

Desde março de 2022, Mari Helem trabalha na Fundação Butantan como gerente de relações comerciais governamentais. Agora, estará diante de uma população diretamente atacada pelo governo anterior, inclusive na pandemia. 


Mortalidade infantil aumenta em extremos climáticos

Pesquisa que analisou cerca de 1 milhão de óbitos de menores de 5 anos num espaço de 20 anos constatou um aumento exponencial da vulnerabilidade das crianças em situações de frio ou calor extremo. Veja todos os dados.

Conferência Nacional de Mulheres orienta mamografia 

Realizada nesta semana, a 5ª Conferência Nacional de Mulheres reuniu delegadas do país todo, que trouxeram demandas e propostas de políticas voltadas a esta população. Entre as recomendações finais na área da Saúde, ficou o alerta para uma busca mais ativa por exames de detecção de câncer de mama. Saiba mais detalhes.

Em todo o mundo, ACS exigem dignidade

Na Índia, uma notável greve de agentes comunitárias de saúde chama a atenção para a precariedade do trabalho da categoria. “Éramos chamadas de guerreiras durante a pandemia da covid-19. Mas o que ganhamos com isso?”, questiona uma de suas lideranças ao Health Policy Watch. Entenda sua mobilização.

Fala a cientista perseguida por Trump

Demitida sumariamente pelo governo dos Estados Unidos, Susan Monarez, ex-diretora do órgão sanitário estadunidense CDC concedeu entrevista exclusiva à Nature. Ela revela ter sido pressionada a mudar as recomendações de uso das vacinas, sem base científica. Leia.

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