Taxa de tabagismo cresce entre jovens brasileiras
• Aumento do tabagismo é maior entre mulheres • Anvisa e a indústria brasileira • Canetas emagrecedoras em debate • E MAIS: gripe; dengue em TIs; sífilis; diabetes •
Publicado 16/12/2025 às 15:52 - Atualizado 16/12/2025 às 15:53

Pela primeira vez, jovens mulheres lideram os índices de tabagismo no Brasil, aponta O Joio e o Trigo. Segundo o Ministério da Saúde, ao contrário do que foi observado nas últimas duas décadas, o fumo teve um salto de 25% em 2024, no país. O aumento se encontra principalmente entre os consumidores de Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), popularmente conhecidos como vapes. A tendência ocorre na contramão da decisão de 2009 da Anvisa, que considera ilegal a venda, fabricação, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil.
O levantamento também aponta que, entre as meninas de 14 a 17 anos, o uso de produtos fumígenos alcança 10,5%, enquanto entre os meninos, o percentual é de 8,3%. Em se tratando dos eletrônicos, o uso é de 9,8% para meninas e de 7,7% para os meninos. Quando se analisa a população adulta, contudo, a prevalência feminina não se repete: 7,3% dos homens usam vapes, contra 3,7% das mulheres.
A matéria aponta, também, a responsabilidade das plataformas de redes sociais nessa proliferação do tabagismo entre a juventude, principalmente feminina. São diversos os exemplos de influenciadores digitais que glamourizam o uso de vapes, a ser copiado, apresentando novos métodos de fumo. Diante do grande número de likes nesse tipo de conteúdo, a psicóloga Mônica Andreis, em entrevista ao Joio, aponta a urgência em debater a regulamentação das redes, para impedir que esse tipo de propaganda paute as vontades das crianças e jovens.
Anvisa busca acelerar aprovação de fármacos nacionais
A Anvisa deve atuar para promover pesquisas e medicamentos desenvolvidos no Brasil, apontou o presidente do órgão, Leandro Safatle, que destacou o crescimento da indústria nacional na área da saúde. Ele associa esse fortalecimento à produção de genéricos e biossimilares.
Em entrevista à Folha, Safatle explicou que a agência está criando comitês para a aceleração de pesquisas em uma lista de produtos prioritários a serem tirados do papel. Como exemplos principais, foram citados a droga polilaminina, desenvolvida na UFRJ, que é capaz de reverter sequelas de lesões modulares; e o chamado método Wolbachia, bactéria que impede o Aedes aegypti de desenvolver e transmitir os vírus da dengue, zika e chikungunya.
Canetas emagrecedoras: acelerar ou não sua aprovação?
O plano da Anvisa de priorizar a análise de canetas emagrecedoras, concorrentes do Ozempic, gerou questionamentos internos e externos. Técnicos dos setores de avaliação de medicamentos, em notas, afirmaram que a ação pode atrasar a disponibilidade de medicamentos mais importantes, direcionados ao tratamento de doenças graves, como o câncer.
A agência justifica o processo pelo risco de desabastecimento do medicamento Ozempic, e pelo aumento das falsificações. O Ministério da Saúde, por sua vez, apontou a necessidade de redução da dependência tecnológica e de promoção da soberania e autonomia nacional. As notas, contudo, apontam a inviabilidade de enfrentar o preço dos falsificados com medicamentos genéricos. Um outro documento apontou “fragilidade conceitual” na justificativa da agência. Entidades como a Interfarma e o Sindusfarma apontaram, também, risco de insegurança jurídica e reforçaram o atraso em outras avaliações.
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Gripe K
A OMS alerta para o aumento global de casos de gripe sazonal desde outubro. O vírus influenza A, do subtipo H3N2, chamado também de “gripe K”, representa a maior parte das infecções. Com a chegada do inverno no hemisfério norte, a organização se preocupa com a sobrecarga nos sistemas de saúde internacionais. Confira mais informações.
Mosquitos estéreis
Mosquitos Aedes aegypti machos e estéreis começaram a ser liberados pelo Ministério da Saúde, inicialmente no município de Pesqueira (PE). Os 50 mil insetos marcam o início da aplicação da Técnica do Inseto Estéril por Irradiação (TIE) em territórios indígenas. O processo impede a produção de descendentes da espécie. Saiba mais.
Crescimento da sífilis
A sífilis continua em crescimento no Brasil, acompanhando uma tendência mundial. Nos últimos 20 anos, o país registrou 810.246 casos da doença em gestantes. A taxa chegou a 35,4 casos por mil nascidos vivos em 2024, o que revela o avanço da transmissão vertical, quando a infecção passa da mãe para o bebê. Entenda.
Inovação brasileira
Desenvolvido na Universidade de Brasília, um dispositivo feito com látex natural e luzes LED é capaz de reduzir casos de amputações em pacientes com diabetes. O tratamento funciona como um curativo, e tem como objetivo reduzir pela metade o número de amputações. Conheça o Rapha.
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