SP: Precarização de serviços de saúde materna a funcionárias públicas

Prefeitura fechou, sem aviso prévio, a maternidade do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Embora a gestão Nunes afirme que a realocação das trabalhadoras atendidas na unidade para outro hospital será benéfica, tudo indica o contrário

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No começo de julho, dezenas de servidoras gestantes, usuárias do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) foram surpreendidas com a notícia de que a maternidade do hospital estava sendo fechada. Com o fechamento, essas mulheres grávidas, tendo feito todo o pré-natal no HSPM, localizado no Centro de São Paulo, teriam que dar à luz em um hospital terceirizado a mais de 20 km de distância, o Hospital San Patrick Portinari. Outras mulheres, também servidoras municipais, relatam experiências negativas com a nova unidade.

“Eu me senti desamparada, de chegar a um hospital com toda a documentação e ter um médico que se recusa a fazer a laqueadura mesmo eu tendo todo o processo em mãos. Foi muito desgastante, no fim da gestação, passar por tanta desinformação para ter o seu filho”, relatou uma professora pública municipal ao G1. As denúncias por parte das servidoras do próprio HSPM não são diferentes. 

Enquanto a prefeitura afirma que a mudança irá melhorar o atendimento, parece quase certo que a decisão, na verdade, além de precarizar o serviço público, está absolutamente desinteressada em zelar pela saúde das mães e recém-nascidos. Mães são transferidas para o San Patrick contra suas vontades, em um clima de insegurança acerca dos cuidados que estão – ou deveriam estar – sob tutela do hospital responsável pelo parto, que é, também, responsável pelo pós-parto. 

Foi nesse contexto que seis servidoras municipais protestaram, na última quinta-feira (31), contra o fechamento do centro obstétrico do HSPM. As funcionárias, que se acorrentaram à porta do centro, no 8º andar do prédio, manifestaram-se, ainda, em favor de uma gestante de risco que está no HSPM e que não quer ser transferida para o San Patrick – pois foi vítima de violência obstétrica na unidade.

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