Science: 2025 e a “ascensão imparável” da energia renovável

• Energia renovável supera carvão no mundo • Crianças ainda morrem de frio em Gaza • Indústria da saúde e saberes tradicionais • E MAIS: biópsia líquida; diabetes como deficiência; o coração dos jovens; canetas emagrecedoras e o Medicare •

© José Cruz/Agência Brasil
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A revista Science nomeou a ascensão dos métodos de energia renovável como o maior avanço de 2025. Neste ano, os renováveis superaram o carvão como fonte de energia mundialmente, com destaque para as fontes solar e eólica. Na China, maior emissora de carbono do planeta, Xi Jinping anunciou a meta de redução em até 10% em uma década, por meio da expansão acelerada de fontes limpas – e não na redução do consumo energético. Na África e no Sul da Ásia, crescem as importações de painéis solares para uso doméstico, garantindo luz, ventilação e energia.

O anúncio chega em contraste com o ano de notícias ruins no que tange a crise climática. Com a COP-30, realizada em Belém do Pará, foi novamente demarcada a distância em que o mundo se encontra do cumprimento de metas históricas, como o Acordo de Paris de 2015 e o limite de 1,5 graus celsius na temperatura global. O avanço das energias renováveis, que também não são isentas de impactos, representa uma possibilidade de preservação da vida – mas não enquanto os dados promissores forem utilizados como álibi de adiamento de uma mudança real no modelo fóssil de produção.

Inverno em Gaza: a saúde permanece precária

Hospitais em Gaza alertam para escassez crítica de medicamentos e insumos, com mais da metade dos itens essenciais fora de estoque, incluindo antibióticos e anestésicos. Desde outubro de 2023, o sistema de saúde local tem se aprofundado em um verdadeiro colapso, e menos de 30% dos caminhões de ajuda autorizados entram no território, mesmo após o cessar-fogo apoiado pelos EUA.

Em meio a esta crise, mais inocentes são assassinados pela política de genocídio e ocupação imposta por Israel. Em reportagem, o Al Jazeera relata a morte do pequeno Mohammed, com apenas 14 dias de vida, que não resistiu ao frio em um acampamento no sul de Gaza. Não é um caso isolado, mas resultado direto da destruição de moradias, das restrições à entrada de ajuda humanitária e da ausência de condições mínimas de sobrevivência.

Quebra-pedra no SUS?

Podem os esforços de industrialização da saúde se aliar aos saberes tradicionais? Um recente anúncio de Farmanguinhos sugere que o binômio tem futuro. O laboratório farmacêutico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) passará a produzir um medicamento fitoterápico baseado em quebra-pedra, planta cujo chá é popularmente utilizado para combater cálculos renais e problemas urinários. A previsão é de que as primeiras unidades sejam entregues em seis meses.

A viabilização do fitoterápico passou por acordos que envolveram a Fiocruz, o Ministério do Meio Ambiente e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU), além de uma parceria com a Associação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). “Após a produção dos lotes-piloto, serão realizados estudos de estabilidade para submissão à Anvisa e posterior fornecimento ao SUS, etapa estimada em até dois anos”, explica Maria Behrens, pesquisadora de Farmanguinhos, ao Portal Fiocruz.

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Detecção precoce de câncer

Estudo apoiado pela Fapesp sugere que a biópsia líquida pode ser uma ferramenta bastante eficaz para diagnosticar mais rapidamente o câncer de pulmão. No entanto, há entraves à sua incorporação mais ampla ao SUS. Entenda.

Diabetes 1, deficiência?

No início do ano, Lula vetou proposta que equiparava diabéticos de tipo 1 a pessoas com deficiência. Agora, o Senado aprovou o PL 5268/25, que reapresenta a iniciativa com nova abordagem, a partir de critérios do Estatuto da Pessoa com Deficiência. A diferença essencial é a previsão de impactos orçamentários. Por quê?

Jovens e doenças cardiovasculares

Pesquisas publicadas no National Health and Nutrition Examination Survey, do Centro de Controle Doenças dos EUA, reafirmam a correlação entre características da vida contemporânea ao adoecimento cardiovascular precoce em jovens de menos de 30 anos. Quais os principais motivos?

Canetas emagrecedoras nos EUA

Pesquisa que analisou 125 mil pacientes usuários de canetas emagrecedoras atestou que quase metade dos portadores de diabetes deixam o tratamento após um ano. Os custos são o principal motivo, em especial entre mais velhos, uma vez que o Medicare – plano público de saúde – tem cortado o benefício. Saiba os detalhes.

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