“Saúde Única não é concorrente de Saúde Coletiva”

Em debate no Abrascão, um tema que vem mobilizado o campo: o conceito de “One Health”? Adotado pela OMS, ele considera de fato a determinação social da saúde?

Créditos: Marcelo Camargo/EBC
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Lançado pela OMS em 2024, o plano de ação One Health foi adotado pelo governo brasileiro. A premissa se baseia na interdependência em saúde humana, animal e vegetal. Sua concepção recebeu críticas, pois foi interpretada como uma substituição, em sentido redutor, do conceito de Saúde Coletiva. Este, por sua vez, lastreia-se na ideia de determinação social enquanto causa das condições gerais de vida.

“Não é uma disputa de conceito ou epistemológica. É uma questão de programa e ações concretas”, analisou Ethel Maciel, ex-secretária de Vigilância Ambiental e reconhecida sanitarista, em debate “Saúde Única e Saúde Coletiva: convergência ou conflito”, no 14º Abrascão. Para ela e demais debatedores, o conceito se sustenta através da abordagem política e governativa, uma vez que visa aproximar diversas esferas da administração pública, como a agricultura, vigilância sanitária e mesmos comunidades cujas populações não detém conhecimento especializado.

“Soberania sanitária é construção comunitária e Estados não entendem isso. Devemos integrar saberes ancestrais que o ensino biomédico não abarca. A academia também é espaço de disputa e devemos incluir quem não está dentro”, argumentou a sanitarista e intelectual mexicana Odeth Madrigal

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