Saúde contrata Correios para agilizar teste do pezinho

• Correios auxiliarão no teste do pezinho • Marketing e adesão a vacinas • Vacinação contra mpox no Congo • E MAIS: SRAG em Goiás; lideranças comunitárias; solidão •

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Na última quinta, o Ministério da Saúde anunciou a contratação da Empresa de Correios e Telégrafos para auxiliar o Programa Nacional de Triagem Neonatal. A ideia é usar a estatal de serviços postais para recolher o teste que pode detectar doenças em recém-nascidos e levá-los aos centros de triagem estabelecidos pelo governo. 

Com o convênio, os exames poderão ser transportados mais rapidamente, o que significa sua devolução, já com resultados conhecidos, mais ágil. O ministério também pretende criar centros regionais para analisar os exames. Já o uso dos Correios se justifica pelo fato de, em muitos casos, ser o único serviço do tipo em cidades e regiões mais remotas.

Estudo analisa reações emocionais em campanhas de vacina para HPV

A baixa cobertura da vacina contra HPV no SUS – disponível para adolescentes de 9 a 14 anos – levou pesquisadores da USP em Ribeirão Preto a investigar estratégias mais eficazes de comunicação. Utilizando técnicas de neuromarketing e rastreamento ocular, o estudo demonstrou que emoções como medo, tristeza e felicidade direcionam de formas distintas a atenção do público em campanhas de vacinação.

Quando expostos a estímulos de medo, os participantes focaram principalmente nas informações textuais sobre prevenção e riscos do HPV – vírus responsável por cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano no Brasil. Já a tristeza levou a uma maior fixação em imagens associadas à dor, como seringas, enquanto a felicidade aumentou o interesse por elementos visuais positivos.

Os resultados, publicados no Management Review Quarterly, sugerem que estratégias de comunicação baseadas em evidências científicas podem ser decisivas para melhorar a adesão à vacinação contra o HPV, especialmente considerando os altos índices de câncer associados ao vírus no país.

Vacinação de mpox falha no Congo

Um dos epicentros da mpox – conhecida também como nova varíola –, a República Democrática do Congo foi alvo de campanha de vacinação para tentar controlar a doença, mas sua estratégia fracassou. É esta a conclusão da revista Science, após coletar depoimentos de especialistas. Com população próxima de 100 milhões de pessoas e vasto território, o país que vive conflagrações bélicas não dispõe de um sistema de vigilância epidemiológica à altura de suas condições. 

Dessa forma, na definição de Ana Restrepo, que trabalhou no país em missão da OMS e analisou os resultados, houve uma “estratégia de confete”, como se as vacinas fossem espalhadas aleatoriamente, sem que se pudesse prever em quais grupos de maior risco seria aplicada. Além disso, a própria desorganização do estado foi decisiva para as deficiências na ação territorial de oferta de vacinas, cuja quantidade era bastante limitada.

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Goiás registra surtos de SRAG

Por sete semanas seguidas, o estado de Goiás registrou um número acima do limite de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o que fez o governo decretar emergência. A cobertura vacinal contra gripe é de 38,96%. Veja mais números.

MS aposta no papel de lideranças comunitárias

Ministério da Saúde e Fiocruz lançaram o “Projeto Territórios Saudáveis e Sustentáveis na Promoção do Cuidado”, para formar lideranças comunitárias e promover o diálogo entre saberes populares e científicos. Serão destinados R$ 24 milhões. Entenda os detalhes.

O problema global da solidão

A solidão pode levar a cerca de 871 mil mortes por ano, calcula a OMS. Ela atinge em especial os idosos e adolescentes, e esse é um problema que afeta mais os países de renda baixa. O risco é de aumento de doenças cardíacas, diabetes, declínio cognitivo e transtornos mentais. O celular agrava o problema. O que disse Tedros Adhanom?

Descentralizar cuidados de saúde

Um relatório da Frontier View analisou ações em países de alta renda e constatou que descentralizar ações de saúde reduz internações, emergências e amplia o acesso. Essa ideia está na base da criação do SUS. Mas dimensão continental do Brasil e desigualdades regionais dificultam o processo. Leia algumas das iniciativas analisadas.

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