Profissionais da saúde na linha de frente da defesa palestina

Flotilha Global Sumud segue rumo à Gaza para entregar ajuda humanitária aos palestinos. Entre os tripulantes, encontram-se ativistas do MSP que defendem que os profissionais de saúde sejam linha de frente na luta por justiça pela Palestina

.

Ministros das Relações Exteriores de diversos países, dentre os quais o Brasil, expressaram sua preocupação com a segurança da Flotilha Global Sumud. A Flotilha, uma iniciativa da sociedade civil que conta com a participação de cidadãos de cerca de 50 países, reafirmou seu propósito de entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e de aumentar a conscientização popular acerca das urgentes necessidades humanitária do povo palestino. Em comunicado, o governo brasileiro afirma que ambos os objetivos são compartilhados pelas autoridades do país, alertando que “qualquer violação ao direito internacional e aos direitos humanos dos participantes da Flotilha motivará responsabilização”.

Entre aqueles a bordo da Flotilha, encontram-se vários ativistas do Movimento pela Saúde do Povo (MSP), como o farmacêutico marroquino Aziz Rhali. Em entrevista para o Peoples Health Dispatch, Rhali enfatiza que a solidariedade dos profissionais da saúde com a Palestina precisa ser praticada em terra firme, não somente ao navegar em alto mar. Perguntado sobre o papel destes profissionais na luta contra o genocídio perpetrado pelo Estado genocida de Israel, Aziz explica que o próprio exercício da profissão já é uma enorme contribuição. Neste contexto, “devemos enfatizar o papel dos profissionais de saúde de Gaza, que, apesar de tudo, permanecem, trabalham e fazem o melhor para ajudar a população”, diz ele.

Outro ativista do MSP que embarcou rumo à Gaza, o médico britânico James Smith, lembra que os profissionais da área ao redor de todo o mundo têm a responsabilidade de endossar a luta pelo povo palestino. “Temos uma responsabilidade que vai além do tratamento de doenças; também precisamos abordar as causas profundas da saúde precária, que sempre se resumem à discriminação e às diferentes formas de opressão. Para mim, é uma responsabilidade moral, profissional e política me engajar nesse trabalho”, afirma James. 

O testemunho de ambos os ativistas do MSP ecoam o que Mustafa Barghouti, médico e ícone da luta palestina, enfatizou em evento na Unifesp no início de julho deste ano: “Nenhum profissional de saúde pode se calar sobre Gaza”. Diante disso, é evidente a importância da defesa da Flotilha Global Sumud. Como bem disse a ensaísta Priscila Figueiredo: “Alguns veem na iniciativa apenas uma forma de espetáculo, uma espécie de big brother da solidarização. Creio que, antes de ser um espetáculo, a flotilha é uma imagem que faz sonhar”.

Outras Palavras é feito por muitas mãos. Se você valoriza nossa produção, contribua com um PIX para [email protected] e fortaleça o jornalismo crítico.

Leia Também: