Por que é necessário investir nas cozinhas solidárias

São essenciais para combater a fome no Brasil e promover formação política. Mas, sem financiamento adequado, não romperão com a estrutura desigual do país

Créditos: MTST/Divulgação
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Em 2023, por meio de um decreto, o Ministério do Desenvolvimento Social instituiu o Programa Cozinha Solidária, como uma “tecnologia social de combate à fome”. No 14º Abrascão, esse foi o tema de uma mesa redonda que reuniu Denise De Sordi (ENSP/Fiocruz), Ana Paula Bortoletto (Nupens/USP) e Anelise Rizzolo (UnB). As três pesquisadoras contaram sobre experiências de seus grupos de pesquisa junto a algumas dessas cozinhas – projetos concretos para qualificação do trabalho, valorização das práticas culinárias já desenvolvidas, inclusão da perspectiva da saúde e solução de desafios logísticos.

“As cozinheiras já conhecem muito do que o Guia Alimentar para a População Brasileira fala, mesmo sem conhecê-lo”, relatou a pesquisadora do Nupens, que elaborou de forma pioneira uma classificação de alimentos que reconhece a importância da alimentação baseada em produtos frescos e sem ultraprocessados. “Cozinhas solidárias são essenciais para erradicar a fome, mas a gente não erradica a fome sem formação política”, afirmou Anelise, que defende que elas são espaços de construção comunitária. 

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