Política de drogas e bets em pauta
Como lidar com o problema de saúde públia que gera um objeto de vício localizado no âmbito digital? Como oferecer tratamento sem superlotar os Caps? Abrascão debate
Publicado 01/12/2025 às 15:57 - Atualizado 01/12/2025 às 15:58

No primeiro dia das atividades do 14º Abrascão, uma das mesas redondas tratou dos problemas causados pelo vício. O debate contou com Daniel Elia da Fiocruz, Dudu Ribeiro da Iniciativa Negra por Uma Nova Política Sobre Drogas e com Gabriella Boska do Departamento de Saúde Mental, Álcool e Drogas do Ministério da Saúde. Com uma exposição sobre a história racista do proibicionismo, o diálogo buscou interligar possíveis políticas de drogas e de apostas.
Entre as questões levantadas, estavam a dificuldade em lidar com um objeto de vício que se encontra no âmbito digital; as alternativas de tratamento diante das taxas desiguais de acesso a atendimento, e do risco de superlotação dos CAPs; além da perspectiva para ampliação das pesquisas sobre o tema, e para a taxação das bets. A digitalização dos atendimentos e dos próprios CAPs se destacou entre as alternativas apontadas. O método pode gerar iniquidades em alguns cenários.
Dudu apontou, também, a importância de identificar quem está sujeito às “zonas de sacrifício” no contexto das apostas, que seriam os setores negligenciados nas políticas sociais. Para o palestrante, essas zonas abarcam não apenas o sujeito que está diretamente envolvido na questão, mas toda a comunidade que o rodeia, levando à propagação da violência.
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