PÍLULAS | Brasileira vence prêmio internacional para área ambiental

Premiada a cientista que estudou incêndios da floresta tropical | Por que as vacinas interferem no ciclo menstrual | Calor extremo chega à Europa — mas como afeta o corpo humano? | Jornada de 4 dias por semana: Inglaterra é novo laboratório

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Um prêmio para Ane Alencar, estudiosa dos incêndios florestais

O prêmio “Leading Women in Machine Learning for Earth Observation”, concedido pela Radiant Earth Foundation, foi entregue este ano à geógrafa paraense Ane Alencar, que se tornou a primeira latino-americana a ser contemplada pela honraria. A cientista começou seus estudos na área ambiental no início da década de 1990, quando eram comum afirmações segundo as quais as florestas tropicais dificilmente pegam fogo. 

Sua tese: só o ser humano consegue devastar a mata úmida
Diretora de Ciência no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane coordena as plataformas MapBiomas para o Cerrado e MapBiomas Fogo, usadas para mapear e monitorar a cobertura e uso do solo no país a partir de dados obtidos por satélites. Em sua tese de 2010, a geógrafa afirma que “por ser bastante úmida, em uma floresta tropical como a amazônica a presença de incêndios naturais pode ocorrer em intervalos de tempo que variam de 200 a mil anos. Porém, com a intervenção humana, o que se constatou é que essa recorrência do fogo diminuiu para 12 anos em áreas muito fragmentadas da região”.

Vacina contra a covid-19 interfere no ciclo menstrual

Desta vez não é fake news. Pesquisa realizada por um consórcio de universidades norte-americanas revelou, por meio de levantamentos realizados com 39 mil pessoas, que 42% das mulheres com ciclo menstrual constante relataram o aumento da intensidade do sangramento, após a imunização contra a covid-19. No estudo, as pesquisadoras apontam que um caminho para entender os dados do levantamento é investigar por que o sangramento mais abundante foi percebido naquelas que relataram febre e cansaço depois da vacinação. Uma hipótese de trabalho seria entender o efeito que uma resposta imune aguda do organismo depois da imunização traria ao ciclo menstrual. Os autores da pesquisa ressalta que as alterações na menstruação tendem a não representar perigo algum à saúde das pessoas.

Como o calor extremo — agora na Europa — afeta o corpo humano

Depois de outros continentes, a Europa vive agora uma onda de calor extremo. Na semana passada, com temperatura de 47°C, Portugal bateu recorde histórico de calor para o período e, pela primeira vez, o serviço meteorológico oficial da Inglaterra previu a possibilidade de ocorrência de 40°C no país, previstos para o começo desta semana. Matéria do jornal londrino The Guardian registra as mudanças — algumas alarmantes — que as temperaturas extremas provocam no corpo dos humanos. 

Sistema cardiovascular, o mais afetado
A quantidade de sangue circulando aumenta drasticamente, causando exaustão no coração que pode diminuir o fluxo sanguíneo repentinamente. Além da desidratação, o calor excessivo pode dificultar o funcionamento das enzimas no corpo, provocando moleza e até desmaios. Tudo isso amplia as preocupações e cuidados dos setores de saúde com pessoas com quadros médicos insconstantes. Especialistas apontam que, à medida que as temperaturas globais aumentam, as taxas de mortalidade também crescem. Em grande parte pela instabilidade estressante que o calor extremo impõe no sistema cardiovascular. 

Conferência na África debate financiamento internacional às pesquisas

A 7ª Conferência Mundial sobre Integridade em Pesquisa, a primeira realizada no continente africano, abordou a importância de promover colaborações internacionais mais igualitárias, respeitosas e diversas. O pano de fundo é que, a partir do final da década de 1990, o número de consórcios e iniciativas internacionais compreendendo colaborações entre nações do hemisfério Norte e Sul aumentaram. Porém, dados apresentados na conferência mostraram que, em cooperações globais, 90% do financiamento provém de nações de alta renda – o que gera reflexos diretos nas relações de poder. Os países de renda média e baixa tendem a aceitar agendas que não necessariamente representam seus interesses em pesquisa para garantir algum tipo de financiamento.

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