Pesquisador analisa novo programa de redução de agrotóxicos

• O que esperar do Pronara? • A devastação causada por desmatamento e agropecuária • Em SP, preço de remédio pode variar entre R$ 4 e R$ 93 • E MAIS: EUA e gripe aviária; greve no NHS; primeira menstruação; Dia Nacional da Ciência •

Lançamento do Pronara. Foto: Fernando Donasci/Ministério do Meio Ambiente
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Em entrevista publicada no Portal Fiocruz, a criação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) é analisada pelo pesquisador Luiz Cláudio Meirelles (EPSJV/Fiocruz), ex-gerente da área de toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representante da Fiocruz no GT que criou o novo programa. Ele explica que a primeira tentativa de lançar o Pronara aconteceu em 2014, mas foi bloqueada pelo Ministério da Agricultura.

O decreto de criação, publicado de surpresa pelo presidente Lula no último dia 30 de junho, foi considerado mais “enxuto” que as discussões do GT. Meirelles alerta que o texto da medida fala muito de reduzir os agrotóxicos na agricultura familiar, agricultura ecológica e agricultura orgânica, mas “não detalha se a ideia é implantar também a redução do agrotóxico para as grandes culturas”, o segmento econômico que mais utiliza esses produtos nocivos à saúde.

Extrativismo segue campeão de danos ao meio ambiente

O desmatamento e a agropecuária causam a maior parte das emissões de gases efeito estufa (GEE) no Brasil, revela um estudo noticiado pela Revista Pesquisa Fapesp. Somados, esses dois segmentos são responsáveis por 70% da “pegada de carbono” do país, identificou o Inventário Nacional de Emissões e Remoções de GEE, publicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Já a participação das atividades industriais e de tratamento de resíduos não alcança 10% do total anual, que chega a 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.

Essa composição das emissões nacionais é bastante diferente do cenário de outros países, relatam especialistas. A “taxa de desmatamento na Amazônia” é que causa esse desequilíbrio, eles apontam. Até 2035, o país tem a meta de reduzir suas emissões para menos de 1 bilhão de toneladas – um objetivo que será bastante dificultado pelo avanço da economia extrativista.

Preço de remédios varia 2.000% entre farmácias em São Paulo

O preço de um remédio pode variar em 2.000% entre duas farmácias em São Paulo, denuncia um levantamento do Procon. Proporcionalmente, a maior diferença foi encontrada no custo de um medicamento vendido a R$4,27 por um estabelecimento e a R$93,58 por outro, uma diferença de 2.091,56%. No ano passado, a variação máxima no preço de um fármaco encontrada pelo estudo havia sido de 686%, o que revela uma piora do problema.

Em abril, uma matéria de Outra Saúde já havia chamado a atenção para as deficiências da política de controle dos preços de medicamentos do país: na prática, os tetos são tão altos que as drogarias podem colocar os preços que quiserem nos produtos que comercializam. Entrevistado pela reportagem, um representante do Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) sublinhou a importância de promover mudanças na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), para que o órgão conte com participação social e possa determinar reajustes negativos nos preços de fármacos.

Fim da gripe aviária nos EUA?

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estadunidense decidiu acabar com a emergência em saúde pública causada pela gripe aviária. Afirmam que os casos caíram e não houve nenhuma contaminação de humanos desde fevereiro. É importante lembrar: a saúde dos EUA vem sendo sistematicamente desmantelada. Veja o que diz o CDC.

Greve de médicos no Reino Unido

Os serviços de saúde britânicos temem que uma onda nova de greves de médicos residentes poderia encorajar outros funcionários do NHS, incluindo enfermeiros, a se organizar também. Demanda dos médicos é por aumento de 29%, que compensaria salário defasado desde 2008. O que está em jogo?

Idade da primeira menstruação diminui?

Estudos mostram pequena redução global da idade média da menarca, mas tranquilizam: fato está relacionado a melhores condições de vida e nutrição da humanidade. Mas há fatores prejudiciais que podem adiantar a puberdade, como alimentos ultraprocessados, agrotóxicos, plásticos e produtos de beleza. Entenda a situação.

Dia Nacional da Ciência

A última terça (8) é marcada como Dia Nacional da Ciência, em homenagem à fundação da SBPC, em 1948. A Abrasco lançou uma nota em homenagem à comunidade científica e exaltou o campo da Saúde Coletiva, que tem “notável capacidade de reinvenção ao incorporar temas emergentes”. Leia a nota completa.

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