Os longos itinerários do aborto legal

• Entraves ao aborto legal no Centro-Oeste • Violência adoece crianças • Fiocruz pede saúde no centro da COP30 • E MAIS: Cannabis na Colômbia; Infecções no ES •

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Reportagem da revista AzMina produziu mais um detalhado relato sobre as dificuldades de fazer um aborto legal no Brasil. Neste caso, o Centro-Oeste foi a região analisada, a partir de sua vasta extensão territorial e baixa densidade demográfica, o que também significa longas distâncias para se chegar ao serviço.

De 30 estabelecimentos de saúde que realizam interrupção de gravidez em casos previstos em lei, a matéria conseguiu confirmar o funcionamento de apenas 8. Além disso, prevalecem questões como negligência do poder público, estigmas sociais moralistas e limitações materiais das pessoas que poderiam procurar o serviço.

Os números de abortos legais feitos nos locais habilitados são baixos, conforme infográfico da reportagem, se comparado com a cifra nacional de 11 mil partos anuais entre menores de 14 anos de idade em todo o Brasil. Para completar, câmaras municipais e estaduais da região, majoritariamente conservadoras, se dedicam a ampliar as barreiras do serviço.

COP30: Fiocruz defende saúde como tema central

Em carta aberta à sociedade, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lista políticas necessárias para a criação das condições para a chamada transição ecológica. Às vésperas da COP30, que será realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro, o documento coloca o direito à saúde e a ampliação de tais serviços como aspecto decisivo para a sustentabilidade ambiental.

A Carta também agrega respeito aos povos da terra, seus modos de vida e participação nos processos decisórios. Em síntese, os governos precisam investir em justiça ambiental e climática, o que tem repercussão direta na saúde das populações e controle de diversas doenças. “A crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde. É imperativo que a saúde seja tratada como eixo orientador da ação climática global”, reivindica a missiva.

Violência gera adoecimento coletivo desde a infância

A megachacina cometida pelo governo do Rio de Janeiro, sob a desculpa de combate ao narcotráfico, ainda domina o debate nacional. Como questionado por este boletim, seus efeitos na saúde coletiva são ignorados no debate público. No entanto, as repercussões na saúde pública são perenes.

Como mostra matéria da Agência Brasil, há efeitos físicos e mentais, inclusive em crianças expostas a tamanho padrão de violência desde o começo de suas vidas. São dezenas de doenças que encontram mais condições para se desenvolver entre tal população e não há nenhum preparo do Estado em lidar com as multifacetadas consequências de tal dinâmica de violência.

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Colômbia: Flor de cannabis legal

Exemplo sanguinário do fracasso da Guerra às Drogas, a Colômbia autorizou o comércio da flor de cannabis para fins medicinais. O presidente Gustavo Petro também sugeriu a liberação do consumo recreativo da maconha. Saiba mais.

Contaminação em Vitória cresce

Autoridades sanitárias capixabas ainda tentam desvendar o agente que desencadeou 90 infecções no hospital Santa Rita de Cássia. Até agora, 70 profissionais de saúde, 13 pacientes e 7 acompanhantes foram afetados. Veja o que diz o governo.

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