ONU quer acabar com a Unaids até 2026
• Unaids será fechada no ano que vem? • EUA tarifam China e ameaçam acesso a medicamentos • Saúde dos paulistanos • E MAIS: SUS e direitos humanos; canudo para detectar metanol; tabagismo no Brasil; negacionismo nos EUA •
Publicado 21/10/2025 às 13:00

A Unaids, programa da ONU que reúne 11 agências para combater o HIV/aids no mundo, sofreu drásticos cortes de financiamento, após a chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Como parte de uma reestruturação das Nações Unidas para se adequar a um orçamento radicalmente menor, está no horizonte o fechamento da Unaids – e António Guterres, seu secretário-geral, afirmou que o plano é que ela seja extinta até o fim de 2026. O anúncio pegou de surpresa o conselho administrativo do programa, que afirma que será “muito difícil” isso acontecer em tão pouco tempo. Já estava em seus planos fazer um corte de 54% do pessoal e reduzir de 85 para 54 os escritórios em países.
Reportagem do site Health Policy Watch chama atenção aos números do HIV e como o fim do programa pode impactar em especial os países mais pobres nos próximos anos. Em Moçambique, por exemplo, mais de 30 mil trabalhadores da saúde perderam seus empregos em 2025. Na Nigéria, a distribuição de PrEP (tratamento preventivo) caiu de 40 mil para 6 mil provisões mensais. Segundo cálculos da Unaids, a redução abrupta em seu financiamento pode causar 6,6 milhões de novas infecções por HIV e 4,2 milhões de mortes relacionadas à aids até 2029.
EUA: Tarifas podem causar escassez de remédios
Os desdobramentos da guerra comercial deflagrada pelo governo de Donald Trump contra a China ainda estão por ser plenamente mapeados. Reportagem do The New York Times chama atenção para um flanco estratégico que se revelou: a dependência norte-americana de IFAs chineses. Segundo dados da organização U.S. Pharmacopeia, quase 700 medicamentos disponíveis nos EUA dependem de insumos farmacêuticos e matérias-primas que só são fabricados na China.
Nesse contexto, a tarifa de 100% contra produtos chineses anunciada na semana passada por Trump pode levar a uma crise de escassez de diversos remédios nos Estados Unidos, devido à dificuldade de importar os materiais necessários para produzi-los. Entre os fármacos que podem ser afetados, estão a amoxicilina, o antihistamínico Benadryl (um dos medicamentos mais vendidos no país) e genéricos para o tratamento de problemas cardíacos, epilepsia, câncer e HIV.
Pesquisa mapeia saúde da população de São Paulo
Uma pesquisa realizada em parceria entre a Faculdade de Saúde Pública da USP e o Instituto de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Isa Capital) trouxe luz sobre diversos indicadores de saúde da população. Entre os mais destacados, figuram dados sobre consumo de álcool, tabagismo e peso. A pesquisa informa que praticamente um terço da população se encontra em estado de sobrepeso ou obesidade e também consome bebidas alcoólicas em quantidades arriscadas. Mas diminuiu a proporção daqueles que fumam.
O inquérito entrevistou 2.488 (45,5%) homens e 2.984 (54,5%) mulheres, divididos em três grandes faixas etárias e visitou 659 ruas da cidade. Em relação a doenças crônicas não-transmissíveis, segundo os relatos dos pacientes com mais de 20 anos, 11% têm diabetes e 26,3% têm hipertensão. Sobre o uso de serviços de saúde, 85% relataram ter feito ao menos uma consulta médica – 57,3% no SUS, 32,8% pelo convênio de saúde e 8% com recursos próprios. Entre aqueles que fizeram cirurgias (8% dos entrevistados), 56,2% fizeram pelo sistema público. Esta foi a quarta edição da pesquisa Isa-Capital, a primeira desde 2015.
Vítimas de violações de direitos humanos
Foi publicada no Diário Oficial da União umaa Resolução quedefine responsabilidades dos entes federativos para assegurar atendimento integral e contínuo às vítimas de violações de direitos humanos. Agora, o SUS também se responsabiliza por seus cuidados. Confira aqui as novas diretrizes.
Canudo que detecta metanol
Resultado de uma pesquisa de dois anos do Departamento de Química da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), o utensílio descartável muda de cor ao entrar em contato com a substância. O produto deve chegar em breve ao mercado pelo valor de 2 reais. Confira mais informações.
Mais fumantes no Brasil
Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde alerta para o crescimento de 25% de adultos fumantes nas capitais brasileiras entre 2023 e 2024. É a primeira vez que isso acontece em 20 anos. Veja mais informações sobre esse crescimento.
FDA chancela negacionismo de Trump
Após Trump apontar sais de alumínio presentes nas vacinas como prejudiciais, a FDA (espécie de Anvisa local) busca retirá-las dos imunizantes.. No Brasil, o Ministério da Saúde reafirmou não haver comprovação de sua ligação com sintomas de autismo. Saiba mais sobre as alterações na FDA e leia a nota do Ministério.
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