O custo da violência armada ao SUS não é só econômico

• Violência armada, vítimas de tiroteios e saúde mental • Cuba enfrenta crise por arboviroses • Eólicas e adoecimentos no campo • E MAIS: estudos clínicos; gripe K; hormonioterapia; emagrecimento •

© Paulo Pinto/Agência Brasil

Um estudo buscou calcular o custo econômico dos altos índices de violência armada ao SUS. A pesquisa revelou que, ao longo de 10 anos, o valor chegou a cerca de R$ 556 milhões. Isso porque o custo médio de cada internação  por arma de fogo é 159% maior do que o gasto federal com saúde per capita – R$ 2.680 contra R$ 1.033. Somente em 2024, 15,8 mil pessoas foram internadas em hospitais públicos após serem baleadas.

O prejuízo, contudo, deve ser observado além do prisma financeiro e das vítimas diretas. O adoecimento de mulheres negras, mães e parentes dos milhares jovens assassinados pela chamada guerra às drogas, questão negligenciada pelas políticas públicas, é tema da obra Na mira do fuzil: a saúde mental das mulheres negras em questão, de Rachel Gouveia Passos. 

“A maioria de nós somos diabéticas, somos hipertensas, e já tivemos ou tristemente vamos ter, porque não é planejado para todo mundo ter, mas vamos ter câncer. Porque os nossos cânceres, quando aparecem, são desenvolvidos através da dor, através do sofrimento (Rosa)”, a citação inicia um dos capítulos que destrincha dados sobre o adoecimento dessas mulheres. Leia o capítulo completo.

Epidemias agravam colapso sanitário em Cuba

Três doenças virais transmitidas por mosquitos têm provocado uma crise sanitária em Cuba. Com o sistema de saúde nacional em colapso desde a volta do governo Trump, e o consequente acirramento do embargo econômico, a população do país tem sofrido uma verdadeira epidemia de arboviroses. 

Febre alta, irritações na pele, vômitos, diarreia e inflamação das articulações são os sintomas que dominam parte da população cubana, agravados pela falta de tratamento. Dengue, chikungunya e oropouche são as doenças apontadas pela OMS como as causadoras da crise corrente no país.

O Ministério da Saúde Pública de Cuba informou que os novos casos de chikungunya cresceram 71% em apenas sete dias, enquanto a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estimou em 25.995 o total de casos da doença. Contudo, estima-se que haja uma grande taxa de subnotificações, pela ideia que se alastra entre a população de que mais vale a automedicação do que a procura por atendimento médico diante da atual conjuntura. 

PE: Uma década de usinas eólicas e o adoecimento da população

A Fiocruz em conjunto com a Universidade de Pernambuco constatou em uma pesquisa que 68% dos residentes Caetés sofrem com problemas de saúde em decorrência das estruturas de geração de energia eólica instaladas no local. A distância entre as moradias e as turbinas variam entre 100 e 900 metros. Contudo, os impactos à saúde permanecem mesmo com dois quilômetros de distância estabelecidos. 

As consequências são físicas e mentais. Em entrevista a este boletim, Wanessa Gomes, professora da Universidade de Pernambuco no campus de Garanhuns, apontou que 54% dos locais têm problemas auditivos, 49% desenvolveram alergias, 70% utilizam medicamentos diversos. 

Para ela, é urgente desmistificar a ideia de que as chamadas “energias limpas” não trazem impactos: “Quando o poder público tiver essa consciência começará a exigir estudos antes da implantação dos empreendimentos, que hoje funcionam ao bel prazer das empresas, que negociam e impõem seus interesses com uma discrepância enorme de conhecimento entre as partes”.

* * *

Normas de pesquisa clínica

Para se adequar à Lei nº 14.874/2024, que atualizou as regras para pesquisas com seres humanos, a Anvisa vai promover uma consulta pública a respeito das mudanças no processo de autorizações para a realização de estudos clínicos no país. Entenda.

Gripe K no Brasil 

Especialista avalia que o vírus influenza A (H3N2), conhecido como “vírus K”, ainda não é motivo para alarme. Ele explica que a circulação de variantes do influenza faz parte da dinâmica natural do vírus, e é fundamental a vacinação para evitar um maior impacto. Saiba mais.

Terapias de gênero

Trump avança em seus ataques sobre políticas de gênero e ameaça hospitais que promovem terapias de transição hormonal para menores de idade. As novas normas apontadas pela secretaria de saúde podem levar ao fechamento dos hospitais que se recusarem a cumprir com a agenda conservadora imposta. Confira mais informações.

Canetas Emagrecedoras

Além da saúde, a busca pelo uso não indicado das chamadas canetas emagrecedoras se consolida como questão estética, cultural e de classe. A análise sobre o fenômeno exige uma óptica transdisciplinar. Um artigo publicado no periódico Obesity analisa o contexto. O que ele diz?

Leia Também: