Novas técnicas para voltar a reduzir tabagismo
Cigarros ainda causam 8 milhões de mortes e perdas de US$ 2 trilhões anuais; Brasil volta a lançar campanhas pela redução de consumo.
Publicado 30/06/2025 às 14:18 - Atualizado 30/06/2025 às 15:09
Após 2007, o ano de 2024 foi o primeiro a registrar aumento de fumantes na população brasileira, resultado direto do afrouxamento de políticas educativas e imediata recuperação de espaço político pelo lobby do setor, a partir do governo Temer. Além disso, surgiu o fenômeno dos cigarros eletrônicos, engodo empresarial de suposto fumo livre dos prejuízos à saúde associados à nicotina. Mesmo proibido no Brasil, se popularizou entre jovens, que não encontram dificuldade em acessar o produto.
Em maio, o Ministério da Saúde lançou nova campanha contra o tabagismo, apoiada no estudo “A conta que a indústria do tabaco não conta”, lançada pelo Instituto Nacional do Câncer, feita para desconstruir o repaginado argumento de que deixar os cigarros serem livremente comercializados inibe pirataria e aumenta arrecadação fiscal do Estado. Na pesquisa do Inca, calcula-se que para cada real gasto em cigarro, perde-se outros 5 em tratamentos de doenças decorrentes ou perda de produtividade, associada também à perda de anos de vida de seus usuários.
Apesar dos retrocessos recentes no Brasil, é possível considerar que o quadro global consegue impedir grandes passos atrás. É o que mostra a nova edição do Atlas Global do Tabaco. No entanto, os desafios são grandes. De um lado, a proporção de adultos fumantes caiu de 22% para 17% entre 2007 e 2021. Mas ainda se calcula que há 1,13 bilhão de fumantes no mundo, o que causa perdas anuais de 2 trilhões de dólares e 8 milhões de mortes.
Diante disso, o Congresso Internacional de Controle do Tabaco, realizado em Dublin, reuniu especialistas de variados países e debateu novas técnicas e políticas para ajudar a população a abandonar seu hábito. Além de reiterar a importância das políticas históricas, destacam-se novas experiências a partir do uso da IA e chatbots na interação cotidiana com usuários, com bons números de redução, e também técnicas de comunicação com os pacientes, cujos anseios e razões devem ser levados em conta na análise do vício.
Foto: divulgação
Outras Palavras é feito por muitas mãos. Se você valoriza nossa produção, seja nosso apoiador e fortaleça o jornalismo crítico: apoia.se/outraspalavras