Nísia analisa desafios da Saúde em entrevista

• Nísia dá panorama de sua gestão • Planos de saúde terão de se explicar à Justiça • Febre oropuche pode afetar bebês • Mais um paciente curado do HIV • Vacina universal contra gripe? • Embaixadores asiáticos vêm à Fiocruz Amazônia •

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No programa Bom Dia, ministra!, da EBC, a chefe da pasta da Saúde concedeu uma longa entrevista, na qual passou por diversos temas de destaque de sua área. Símbolo inicial de sua gestão no início do governo, a ministra comemorou a retomada de bons indicadores de vacinação do Brasil em 13 das 16 doenças cuja imunização é parte do calendário do SUS, resultado repercutido internacionalmente nos últimos dias, uma vez que o Brasil contraria tendência mundial de queda na adesão da sociedade à população. Além disso, falou da catástrofe do Rio Grande do Sul e afirmou que após atendimentos e garantias de serviços de saúde no momento mais crítico de caos sanitário chegou a hora da reconstrução da infraestrutura física do SUS do estado. Na entrevista comandada por Karine Melo, da EBC, Nísia também comentou o avanço de programas de governo, como o Farmácia Popular, Mais Acesso a Especialistas e Meu SUS Digital, além de ter destacado investimentos produtivos no Complexo Econômico Industrial de Saúde, essenciais para a soberania sanitária do país. Por fim, fez um alerta aos homens e recomendou que ampliem seu acompanhamento em saúde, uma vez que 70% dos atendimentos do SUS são feitos para mulheres.

Ministério da Justiça pede satisfações a planos de saúde

A judicialização da saúde suplementar segue sua escalada e o governo tenta direcionar esforços para mediar a conturbada relação entre seguros de saúde e usuários. Ao Jota, Hugo Amaral Ferreira, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que a pasta convocará seus representantes para uma audiência oficial, a fim de ouvir suas justificativas para os sistemáticos cancelamentos de planos de saúde. Motivo de revolta de famílias cujos membros fazem tratamentos delicados e caros, a quebra unilateral de contratos criou uma crise no setor, que alega dificuldade financeira toda vez que questionado a respeito. Evidentemente irregulares, os cancelamentos têm se direcionado, em especial, a clientes que fazem terapias para o espectro autista e tratamentos de câncer, tidos como mais custosos.  

Febre oropouche relacionada com microcefalia

O Ministério da Saúde ligou o alerta a respeito da possível relação entre a febre do oropouche, infecção transmitida por insetos, e microcefalia em fetos de mães que contraíram a doença. Segundo a pasta, já são quatro casos de bebês nascidos com tal condição cuja mãe adquiriu o vírus durante a gestação, além de um feto morto com 30 semanas de gravidez. Apesar disso, ainda não há confirmação desta correlação, uma vez que a má formação fetal pode ser ocasionada por diversos motivos. O fato de o vírus ser conhecido há décadas sem histórico de causar microcefalia também intriga os especialistas. Característico da região Norte e da Amazônia, o vírus rompeu estas fronteiras em sua atual onda de infecções e já se verificaram casos em outras regiões do Brasil. São cerca de 7.700 casos em cinco países latinos, mas o Brasil concentra a grande maioria, com 6.976 registros.

Alemão de 60 anos pode ser sétimo curado de HIV/aids

O departamento de Hematologia, Oncologia e Imunologia do Câncer do hospital Charité, de Berlim, anunciou que um homem de 60 anos pode ser o sétimo paciente de HIV/aids a alcançar a remissão do vírus. Em todos os casos, a cura vem a partir da doação de medula óssea de pessoas que tem uma rara combinação genética, que impede a replicação das células contaminadas pelo corpo. Trata-se da célula CCR5, rara em humanos e eficaz quando doada por duas pessoas, o que a duplica no organismo do receptor e consegue matar o vírus. No entanto, neste caso o paciente alemão recebeu a célula de apenas um doador, o que abre a perspectiva de ampliar a possibilidade de cura. Além disso, neste caso a remissão aconteceu num prazo de 30 dias após a doação de órgão. Agora, os cientistas tentam descobrir como apenas uma célula com tal carga genética conseguiu agir em todas as partes do corpo do paciente curado.  

Cientistas testam vacina universal contra a gripe

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon testa uma nova vacina para combater de uma vez todos os tipos de gripe derivados do H1N1, em especial a influenza, que se tornou dominante. O método da nova forma de imunização consiste na inclusão de uma proteína do vírus da influenza, dentro do citomegalovírus (CMV), com o qual todos temos contato ao longo da vida, com efeitos leves sobre o sistema imunológico. A vantagem viria do fato de que a combinação ajudaria a fortalecer as células T pulmonares, e não apenas gerar anticorpos em geral. Testada em macacos, a vacina mostrou maior eficácia em relação a grupo de mamíferos não protegidos e que foi exposto à influenza. A ambição dos cientistas é gerar uma imunidade permanente, e nos primeiros resultados até a última variante do H1N1, a gripe aviária, foi coberta pelo imunizante.

Embaixadores do Sudeste Asiático vão à Fiocruz Amazônia

Uma comitiva formada por representantes das embaixadas de sete países do sudeste asiático visitou o Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD) Fiocruz Amazônia a fim de conhecer alguns focos de pesquisa do local e discutir parcerias em temas de interesse recíproco. Como explicado pelo pesquisador Sérgio Luz, tanto o Brasil como essa região do oriente possuem características climáticas semelhantes, o que também significa convergências em termos epidemiológicos. Pesquisa a respeito do avanço na prevenção e tratamento de doenças tidas como negligenciadas, como dengue e malária, são temas centrais no interesse dos países, que pretendem avançar em tecnologias próprias em saúde nesses temas.

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