NHS mira SUS para se reinventar
Trabalhistas apresentam plano de 10 anos para sistema inglês com conceitos semelhantes aos brasileiros.
Publicado 16/07/2025 às 15:51
Em meio à greve dos “junior doctors” (médicos residentes), o governo trabalhista tenta contornar os anos de desmonte neoliberal de seu sistema de saúde pública. Para seus defensores, o National Health System (NHS) passa por um dilema existencial, causado pelo desfinanciamento histórico, o que se reflete em estagnação salarial, sobrecarga de trabalho e aumento da espera por atendimentos.
Dessa forma, o gabinete do primeiro ministro Keir Starmer montou um plano de 10 anos para renovação do NHS, apresentado oficialmente num documento de 165 páginas. As linhas mestras remetem claramente ao modelo sanitário que estruturou o SUS, o que tem sido objeto de estudo por pesquisadores britânicos e já chamou atenção inclusive da mídia do país.
Neste remodelamento do NHS, haveria uma nova abordagem na ação comunitária e territorial, a exemplo da Estratégia de Saúde da Família, de modo a aumentar a prevenção de doenças, o que significa diminuir o número de internações e procedimentos hospitalares.
A telemedicina é outra faceta fundamental do plano, e ampliar a atenção à distância faz parte da estratégia de agilizar consultas, o que tem sido motivo de insatisfação dos seus usuários. O envelhecimento da população também é um foco da nova abordagem.
Em termos políticos, o debate também soa familiar. O governo trabalhista considera ter havido um sufocamento proposital do sistema por parte dos conservadores, sempre em nome dos sacrifícios coletivos das políticas de “austeridade” fiscal que priorizam os gastos financeiros dos Estados. Já a opinião pública, considera ter havido melhora no NHS no primeiro ano de mandato de Starmer, mas espera-se ainda mais até o fim de seu mandato, em 2029.
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