Negacionismo ainda afeta vacinação infantil
Apesar da retomada de boas taxas gerais, Unicef alerta para imunização em bebês e crianças.
Publicado 18/07/2025 às 14:52 - Atualizado 18/07/2025 às 16:44
No dia em que Bolsonaro sofre busca e apreensão em sua casa e escritório político, passa a lidar com medidas de restrição de liberdade e recebe uma tornozeleira eletrônica, o Brasil ainda precisa lidar com as sequelas da cultura antivacina que o ex-presidente conduziu.
Segundo relatório da Unicef, o país conta com cerca de 10% de crianças em idade de vacinação que ainda não foram imunizadas. A vacina de referência é a tríplice bacteriana (DTP, para difteria, tétano e coqueluche), aplicada logo nos primeiros meses de vida.
Apesar de ter recuperado bons indicadores de cobertura, na casa de 90%, o país ainda está abaixo da meta de 95%, patamar que se manteve estável até 2018, quando o discurso antivacina capitaneado pela extrema-direita se massificou e tornou a “hesitação vacinal” uma realidade presente.
Ainda assim, o número de crianças “zero dose”, isto é, que não receberam imunização de nenhuma doença prevista no Programa Nacional de Imunizações, diminuiu. Fatores como falhas na busca ativa ou na distribuição de vacina são levados em conta no relatório da Unicef, mas especialistas são unânimes em afirmar que o fator decisivo é, sem dúvidas, o negacionismo científico, exacerbado no contexto da pandemia de covid-19.
Em relação a todo o PNI, o Ministério da Saúde afirma aumento das coberturas em 15 das 16 vacinas oferecidas. Já em relação a crianças e adolescentes, o governo fez uma campanha de vacinação nas escolas em abril. Na quarta, apresentou um balanço da ação Saúde nas Escolas, no qual afirma ter aplicado 1 milhão de doses de variadas vacinas.
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