Não discutir saúde do trabalhador na universidades é retrocesso

• Médicos podem ignorar saúde do trabalhador? • Overdose por opioides caem nos EUA • E MAIS: clima e risco à gravidez; influenza x covid; Alzheimer no SUS; maconha legal •

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Curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) passou a considerar desnecessária a discussão da “Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora” na formação médica. O curso de Saúde Coletiva da mesma universidade, representado pela professora Maria Eneida de Almeida – também integrante do Cebes e da Abrasco –, redigiu nota de repúdio à exclusão do tema da grade curricular de medicina. Para ela, a pergunta que fica é: “O que a Saúde Coletiva tem para comemorar, se a qualidade da formação médica num curso de perfil clínico-sanitário está em desconstrução?”.

Para o sanitarista e integrante do Cebes Heleno Correa Filho, a exclusão se deve ao fato de as universidades, novas e velhas, ainda se recusam a reconhecer o protagonismo dos trabalhadores e trabalhadoras em proteger as suas próprias vidas e a saúde pública e coletiva. Esta recusa tem também relação, em um contexto de congregacionismo neoliberal reacionária na educação superior, com o avanço de políticas e práticas antidemocráticas na formação educacional.

EUA: mortes por overdose caem, mas o que virá sob Trump?

O órgão de saúde estadunidense CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) revelou, nesta quarta-feira (14), que as mortes por overdose no país caíram em 2024 para o nível mais baixo em cinco anos. As mortes por fentanil, opioide sintético a que se deve em parte a atual crise sanitária nos EUA, passaram de aproximadamente 76 mil em 2023 para 48.422 no ano passado.

Mas há dúvidas se essa quedá poderá ser mantida. Atualmente, o governo Trump não só promoveu cortes no orçamento do próprio CDC, como congelou a ajuda externa dos EUA a programas internacionais de combate a tráficos de drogas como o fentanil. Assim, é difícil prever se os números continuarão apontando uma melhora daqui para frente.

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Aquecimento global aumenta risco para gestações

Segundo dados térmicos de 247 países e territórios durante 5 anos, as mudanças de temperaturas adicionaram 27 dias de risco na média de uma gestação. Hipertensão, mortes prematuras ou maternas, hospitalizações, dentre outras ocorrências, estão associadas ao contexto. Entenda o que mais agrava esse risco.

Influenza supera covid em infecções respiratórias

A influenza A ultrapassou a covid em notificações de síndrome aguda respiratória grave. A partir do Boletim Infogripe da Fiocruz, pode-se apontar o Rio de Janeiro como o maior foco de casos. Porém, 14 capitais estão em estado de atenção para as SRAG. Saiba quais são elas.

Novo tratamento de Alzheimer no SUS

Uma nova portaria inclui o donepezila no rol de terapias indicadas para o Alzheimer na rede pública de saúde. Ele se soma à memantina, já disponível, e tem em suas propriedades a capacidade de conter a velocidade da doença neurodegenerativa nas funções cognitivas e comportamentais do paciente. Entenda quem será beneficiado.

Legalização diminui uso de maconha

Um estudo da Universidade de Basel (Suíça) analisou os hábitos de 30 mil consumidores de cannabis em mercados legais e ilegais e conclui que a permissão estatal para cultivo e/ou uso diminuiu o consumo de quantidades consideradas nocivas. A pesquisa pode ser lida aqui.

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