Morte gestacional é maior em cidades vulneráveis

• Morte fetal e desigualdades • Câncer em pessoas trans • E MAIS: proteção contra HPV; cigarros eletrônicos; recuperação da saúde em Gaza; ensaios clínicos para vacinas •

Uma análise feita entre 2000 e 2018 no Brasil mostra que o risco de morte do feto durante a gestação ou parto é até 68% maior em municípios com situação socioeconômica mais vulnerável. A pesquisa mostrou uma queda na natimortalidade em municípios com melhores condições, mas pouca evolução naqueles com maior vulnerabilidade. 

Em 2018, foi registrada uma taxa de 9,6 natimortos a cada mil nascimentos. Os dados variam quando se observa o contexto dos municípios em questão, sendo 7,5 naqueles com melhores condições socioeconômicas, mas 11,8 nos com maiores níveis de privação. O estudo foi promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com a London School of Hygiene and Tropical Medicine, Universidade de São Paulo (USP) e Western University, no Canadá.

Os desafios de tratar câncer em pessoas trans

Preconceito e desinformação dificultam rastreio e tratamento de câncer na população transsexual. Esse cenário tem sido observado em diversos relatos de pessoas trans que, após descobrirem tardiamente a doença, apontam a negligência com a própria saúde diante de um sistema que ainda não está pronto para acolher sua identidade. Mesmo com menor possibilidade de desenvolvimento da doença quando se faz a terapia hormonal com estrogênio, a recomendação de prevenção continua: exame anual a partir dos 50 anos, ou 45 anos se houver fatores de risco. 

Esse foi o caso, também, de Laerte, que em 2023 recebeu o diagnóstico de câncer de próstata. A cartunista, contudo, optou por levar à frente sua transição sem o uso de hormônios, e aponta que a negligência se originou principalmente por ainda carregar consigo uma cultura masculina de não fazer consultas médicas.

Diante da necessidade de repensar os protocolos e preparar profissionais da saúde para um atendimento adequado, as médicas Sabrina Chagas e Maria Júlia Calas escreveram “Nosso Papo Colorido: um guia oncológico inédito para pacientes LGBTQIAPN+”. O lançamento ocorre em 25 de novembro, às 18h, na Livraria Janela, no Shopping da Gávea, Zona Sul do Rio.

* * *

Combate ao HPV

Mais de um milhão de mortes por câncer de colo de útero foram evitadas em países de baixa renda após três anos de campanha de vacinação, segundo projeção da aliança internacional Gavi de vacinas. No processo, 86 milhões de meninas foram imunizadas. Veja os detalhes.

Regulamentação do fumo

A OMS emitiu nesta segunda-feira (17) um pedido a todos os países que regulamentem o uso dos novos produtos a base de nicotina, como cigarros eletrônicos. O alerta é feito diante da maior adesão de jovens aos produtos. O que deve ser feito?

Estudantes de medicina de Gaza

Diante de um sistema de saúde colapsado e do assassianto de mais de 1.700 profissionais de saúde durante o genocídio do povo palestino, estudantes de medicina tem sido os responsáveis por salvar vidas em Gaza. Confira os relatos. 

Vacina para todos

Estudo da Fiocruz busca fazer estudos clínicos mais inclusivos para vencer barreiras na imunização. O objetivo é possibilitar a participação de grupos vulneráveis em testes de vacinas para favorecer decisões de saúde pública, e combater a disseminação de notícias falsas. Entenda mais. 

Leia Também: