MS inclui novas tecnologias no combate à dengue

• Reforços para enfrentar a dengue • Um leque de políticas públicas para a Saúde • Ataques de escorpião em alta • EUA: o risco Kennedy Jr. na Saúde • Sob Trump, a possível privatização do Medicare •

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Em reunião com a Comissão Intergestores Tripartite, o ministério da Saúde delineou ações de prevenção e tratamento de arboviroses, com foco principal na dengue. Às vésperas de mais um verão, a pasta organiza a coordenação ao lado de secretários estaduais e municipais. Como parte de um pacote de novos métodos de eliminação do mosquito, a Saúde incorporou a tecnologia da Estação Disseminadora de Larvicida e quer ampliar o uso do método wolbachia (que reproduz um mosquito estéril em laboratório) e a Borrifação Residual Intradomiciliar. Também inclui o Programa Mais Acesso a Especialistas no plano de ação, de modo a agilizar o tratamento de pacientes infectados. A secretaria de Vigilância Sanitária apresentou um panorama da disseminação do vírus, de acordo com o Plano de Ação de Combate à Dengue e Outras Arboviroses, apresentado em setembro.

Reunião debateu leque de políticas públicas

No encontro, que contou com participação virtual de diversos secretários estaduais e grupos como o Consórcio Nordeste — que representa os poderes executivos dos estados da região — foram debatidas ações de avanço em temas como o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição, criação de equipes de saúde da família ribeirinhas, investimentos nos programas de tratamento de doenças como hemofilia e HIV/Aids, além de prestação de contas em políticas públicas como a recém criada de Prevenção e Controle do Câncer, programa de redução de filas e compras de vacinas, remédios e insumos estratégicos.

Ataques de escorpião aumentam no Brasil

Pela primeira vez na história deste tipo de registro, 2023 foi o ano em que o escorpião se tornou o animal peçonhento mais letal do país. Suas picadas venenosas causaram 152 mortes, 12 óbitos a mais do que aqueles oriundos de ataques de cobras. Além disso, outras 11 mil pessoas foram picadas e atendidas em postos de saúde do Brasil, a grande maioria no Sudeste. Tais fatos estão diretamente relacionados com a ação humana e seu atual padrão de destruição ambiental. Ao contrário do que ocorre com muitos outros animais, a expansão do território urbano atrai os escorpiões, uma vez que seus predadores tradicionais são expelidos de seus habitats. Além disso, especialistas também explicam que as aglomerações urbanas concentram uma grande quantidade de baratas, das quais os escorpiões se alimentam. Crianças até 20 quilos e idosos são o público mais vulnerável ao pequeno animal, cujo antídoto é fabricado pelo Instituto Butantan em São Paulo.

Aumenta pressão contra nomeação de Kennedy Jr. nos EUA

Durante a campanha eleitoral, Donald Trump prometeu ao negacionista Robert Kennedy Jr um importante cargo em órgãos reguladores da saúde pública. A expectativa é de que venha a ser nomeado para a chefia do Food And Drug Administration (FDA) ou do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Trump pretende dar a este órgão cheque em branco para tocar uma agenda notoriamente anticientífica e com iniciativas que desafiam os consensos sanitários estabelecidos. Desde retirar flúor de água, supostamente combater as grandes farmacêuticas (mas sem atacar sua política de preços ou aumentar impostos para seus donos) e desincentivar a vacinação em massa.

Mas a nomeação corre risco mesmo com maioria republicana no congresso. Na pandemia, Kennedy Jr presidiu a ONG Child Safety Health, que na prática utilizou-se do apelo à proteção da infância como escudo para negacionismo antivacinas e sua associação com o autismo. Seus vídeos e produções foram sistematicamente banidos de plataformas como Youtube.

Trump pretende avançar na privatização do Medicare

Parte do agressivo Project 2025, o plano de governo de Trump, a saúde não escapa de sua visão de mundo corporativa. Para além das excentricidades desregulatórias, há um plano pragmático de avançar na privatização do Medicare, o sistema de saúde do país, que mistura aspectos públicos com privados. Após experimentar avanços na assistência gratuita no governo Obama, o programa sempre foi alvo de republicanos. Num país onde serviços de saúde são amplamente privatizados, todo cidadão que chega aos 65 anos passa a ter direito à cobertura gratuita.

No entanto, o benefício vai só até certo ponto, nas chamadas categorias A e B. Como complemento, existe o Medicare Advantage, que pode ser contratado pelos usuários e acrescenta as categorias C e D, que ampliam serviços médicos e dão descontos em remédios, relevante fonte de gastos das famílias do país. Tais serviços complementares são oferecidos por seguradoras privadas, o que no momento de sua elaboração foi visto como ferramenta de barateamento de custos. No entanto, estudos mostram que a fórmula ampliou em 6% os gastos estatais e familiares com saúde.

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