Marina anuncia que responsáveis por queimada devem ser presos

• Queimadas: Marina Silva conseguirá colocar o governo no rumo certo? • Ministério da Saúde age contra crise climática • Força Nacional do SUS nas queimadas • Desponta nova cepa de covid • Mosquitos na Europa • O século das superbactérias •

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O governo federal tenta subir o tom no combate aos incêndios. O faz não só no campo prático – através do uso, em parceria com todas as esferas governamentais, de todo o aparato disponível de combate ao fogo – mas também na ação política. Em entrevista ao Bom dia, Ministra, da EBC, Marina Silva foi enfática e afirmou que no momento todo incêndio tem características criminosas, o que significa uma tentativa de acabar com a confusão de que as queimadas teriam algo de natural neste momento. Na entrevista, Marina destacou o trabalho dos brigadistas e lembrou que apenas os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina não estão tecnicamente em estado de seca.

Por sua vez, Lula já emitiu decretos que criam novas normas em relação ao combate de incêndios e outras calamidades. Em 31 de julho, foi criada a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Agora, o governo visa estabelecer uma autoridade climática para lidar com os novos tempos de colapso ecológico, cada vez mais evidente no país. O próprio Ministério do Meio Ambiente ganhou o epíteto “Mudança do Clima” em sua denominação oficial. Aulas e eventos públicos foram cancelados na capital brasileira. Resta saber quando virá a confrontação com o setor econômico responsável pela destruição ambiental – o agronegócio, dono de centenas de cadeiras no Congresso e nos governos estaduais.

Nísia reúne lideranças em saúde para ações emergenciais

Na noite de terça, a ministra da Saúde, Nísia Trindade de Lima, realizou reunião com seus secretários e especialistas convidados para oficializar ações de combate aos efeitos das queimadas na saúde pública. Com a presença de Adriano Massuda, secretário de atenção especializada, e Felipe Proenço, Atenção Primária, pesquisadores de Fiocruz e UnB o encontro reforçou recomendações já passadas pelo ministério, mas também representou um momento onde a pasta assumiu que ainda precisa compreender toda a amplitude das ameaças à saúde pública e ao SUS. O ministério já possui uma Sala de Situação, sob comando de outra secretaria, de Vigilância e Ambiente, e a reunião destacou que as unidades básicas de saúde e as equipes de saúde da família devem ser as primeiras referências de busca por ajuda pela população.

Saúde disponibiliza Força Nacional do SUS para queimadas

O Acre foi o primeiro estado brasileiro a receber voluntários da Força Nacional do SUS na Missão Seca Extrema. Nesta segunda, uma equipe de profissionais de saúde chegou ao estado, também marcado por forte estiagem e baixa do nível de seus rios. Ainda nesta semana, a FN-SUS passa por Manaus e Porto Velho. Em seguida, se dirige a São Paulo, que também se tornou epicentro dos incêndios. O estado registrou mais de 500 queimadas simultâneas no dia 18 de agosto, que se alastraram por todo o território e mantém há pelo menos duas semanas uma densa camada cinza de material particulado no céu. A ministra da Saúde passou por São Paulo no último dia 13, quando fez reunião com o governo do estado para avaliar a situação, classificada como “sem precedentes” pela secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística paulista, Natália Resende.

Nova cepa de covid-19 na Europa…

A mutação XEC do coronavírus é a nova versão da doença viral que paralisou o mundo em 2020. Identificada inicialmente em junho na Alemanha, a variante já foi encontrada em outros países, como Dinamarca e Inglaterra, e especialistas afirmam que pode se tornar o tipo dominante. No entanto, os pacientes infectados não apresentam quadros graves e as vacinas até aqui desenvolvidas se mantêm eficazes. Com a entrada do outono na Europa, a tendência natural é de avanço de casos da gripe em maior quantidade, o que comprovará a possibilidade de a XEC ser a nova mutação dominante, além de acelerar campanhas de reforço na imunização antes da chegada do inverno.

…que também convive com mais doenças por mosquito

O velho continente também se vê às voltas com quantidades cada vez maiores de arboviroses transmitidas por mosquitos. A febre do Nilo ocidental é a mais famosa das enfermidades na Europa, sendo transmitidas por mosquitos desta região do rio Nilo. O Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças informou que 2024 já registra 715 casos da doença, número superior ao ano passado e acima da média dos 10 anos anteriores. Para especialistas, é “novo normal” do continente, que observa o fenômeno como resultado natural do aquecimento global e aumento das temperaturas médias, o que favorece ciclos de reprodução de insetos transmissores da doença, inclusive o aedes aegypti, que passou a incidir no hemisfério norte nos últimos anos. 

Mortes por superbactérias vão se multiplicar

Foram cerca de 6 milhões de mortes em 2021 em razão de infecções e derivações causadas por micro-organismos resistentes a antibióticos no mundo. Apesar de a pesquisa científica oferecer um bom número de possibilidades de desenvolvimento de novas tecnologias para conter as superbactérias, organismos de saúde são claros em alertar que se trata de uma ameaça global. Segundo um artigo da Lancetentre 2025 e 2050, até 200 milhões de pessoas podem morrer em decorrência de infecções diretas ou associadas a tais patógenos. O remédio, sem dúvida, é o investimento decidido na pesquisa e desenvolvimento de produtos eficazes contra as superbactérias. Inclusive porque uma das razões deste aumento provavelmente estará associada ao envelhecimento de boa parte da população global, num processo de mudança de perfil demográfico, ao passo que mortes associadas a este fenômeno até diminuíram em crianças neste século 21. 

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