Limpeza étnica avança na Cisjordânia

• MSF alerta para violações na Cisjordânia • Mais crianças obesas • Medicamento para lesões musculares • E MAIS: Fiocruz MG; hepatite A; wolbitos no DF; fotômetro brasileiro •

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O deslocamento forçado de palestinos e outras práticas perpetradas pelo exército e os colonos de Israel se aproxima cada vez mais de uma limpeza étnica na Cisjordânia, alertou Médicos Sem Fronteiras (MSF) em comunicado da última quinta-feira (4). Na nota, a entidade humanitária reúne relatos de violações testemunhadas por seus membros em sua atuação naquela região da Palestina ocupada.

Em 2025, a destruição de casas e equipamentos de saúde se acelerou. Além disso, a inutilização da infraestrutura sanitária e o bloqueio do acesso ao trabalho, saúde e educação compõem um cenário que busca inviabilizar a vida na Cisjordânia para os palestinos. No comunicado, MSF frisa a excepcionalidade das ações: “Mais que em qualquer outro momento de nossos 36 anos de história fornecendo cuidado médico e psicológico na Palestina, vemos como o sofrimento imposto pela ocupação israelense foi normalizado”.

Obesidade em idade escolar cresce

Pela primeira vez, há mais crianças e adolescentes obesas do que abaixo do peso no mundo, aponta um novo relatório da Unicef. O documento, intitulado Alimentando o lucro, indica que 1 a cada 5 pessoas de 5 a 19 anos está acima do peso, enquanto 1 a cada 10 convive com a obesidade. Desde 2000, o índice de crianças abaixo do peso caiu de 13% para 9,2%.

A introdução dos refrigerantes e biscoitos industrializados na dieta dos pequenos em todo o mundo é um dos fatores que catalisou essa mudança: “Cada vez mais, a comida ultraprocessada está tomando o lugar das frutas, verduras e proteínas, em um momento em que a nutrição cumpre um papel crítico no crescimento, desenvolvimento cognitivo e bem-estar mental da criança”, avalia a UNICEF. Para enfrentar o problema, o relatório propõe a adoção de medidas como a taxação e a rotulação dos ultraprocessados.

Com tecnologia brasileira, polilaminina enfrenta lesão medular

Apresentado nesta terça (9), um medicamento experimental desenvolvido no Brasil pode oferecer uma alternativa para pessoas que tiveram lesões medulares e perderam seus movimentos. Junto a Tatiana Coelho de Sampaio, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma equipe passou 25 anos investigando as propriedades da proteína laminina, que deu base ao fármaco. 

Nos primeiros testes pré-clínicos, o medicamento polilaminina se demonstrou capaz de restaurar a medula espinhal em voluntários. De toda forma, especialistas ouvidos pela Folha destacaram a importância da cautela com a novidade, que deve passar por estudos mais aprofundados. As próximas etapas das pesquisas ainda precisam passar pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que aguarda o envio de documentos necessários.

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70 anos da Fiocruz Minas

O Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas) fez aniversário no final de agosto. São sete décadas de uma história marcada por muitas transformações, que permitiram à unidade acompanhar as mudanças na sociedade, de forma a responder aos desafios em saúde enfrentados pela população. Relembre ações.

Alta de hepatite A no RJ

O secretário de Saúde da capital carioca informou que os casos da doença aumentaram 50% em relação ao ano interior. O secretário de saúde da cidade sugere que o aumento de casos pode estar associado a relações sexuais de contato oral-fecal. Veja quais são os riscos.

Biofábrica Wolbachia no DF

Mosquitos com a bactéria Wolbachia foram soltos nesta terça-feira para ajudar no combate às arboviroses no Distrito Federal. A ação marcou a inauguração da biofábrica do método Wolbachia, em que a bactéria é inserida em mosquitos Aedes aegypti para impedir o desenvolvimento do vírus. Como ele funciona?

Fotômetro de massa brasileiro

USP de Ribeirão Preto instala equipamento inédito que utiliza luz para medir a massa de moléculas em condições fisiológicas e abre novas perspectivas para pesquisa básica, diagnósticos e inovação farmacêutica. Saiba mais.

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