Levantamento faz radiografia da atenção primária

• Como anda a atenção básica no Brasil • Contaminação por mercúrio em AL • EUA deixam de financiar vacina para HIV • E MAIS: coqueluche e febre amarela; ondas de calor; direitos das crianças; boicote •

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Noticiado pela Folha, um estudo traz importantes informações sobre o estado da atenção primária em saúde (APS) no Brasil. Em 2024, cerca de 99% das regiões de saúde alcançaram a razão de 1 profissional nas unidades de APS para cada 3.500 habitantes, considerada a meta para a área. No entanto, segue havendo uma grande rotatividade entre os médicos: 33,9% deles se desligaram no ano passado, em especial os que atuam na saúde da família e em regiões de menor desenvolvimento econômico. 

Na atenção primária, a permanência dos profissionais é considerada chave para a criação de vínculos com a população e o bom acompanhamento de sua saúde. Além disso, a cobertura nacional avançou, mas as desigualdades seguem presentes. “Enquanto no Piauí 98% das unidades tinham a proporção de médicos considerada adequada para a saúde primária, no Amapá ela é de 53%”, conta a reportagem.

Pescadores de Alagoas contaminados por mercúrio

Os pescadores da Laguna do Mundaú, em Maceió (AL), estão sofrendo com a contaminação por mercúrio, noticia a Agência Fapesp. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da Ufal e da Unicamp e publicado como artigo no periódico científico Journal of Hazardous Materials. Os níveis de mercúrio encontrados no sangue e na urina das pessoas que vivem na laguna eram mais de duas vezes maiores do que aqueles identificados em populações de nível socioeconômico similar que vivem em outras regiões da capital alagoana. 

Altos níveis de concentração de creatinina e ureia, que sugerem disfunção renal, e alterações nos glóbulos vermelhos que podem levar à anemia estão entre os problemas causados pela contaminação entre os pescadores. Como a laguna está conectada a canais de efluentes industriais de Maceió e outros dois municípios, os pesquisadores acreditam que esta é a mais provável origem do mercúrio.

EUA encerram busca de vacina contra o HIV

Na semana passada, o principal programa norte-americano de desenvolvimento de uma vacina contra o HIV foi encerrado por Donald Trump. A iniciativa, conduzida junto à Universidade de Duke e ao Instituto de Pesquisa Scripps, estava orçada em US$258 milhões e seu fim foi anunciado na última sexta-feira (30/5). Com apenas cinco meses de mandato, Trump promove um desmonte sem precedentes das ações de resposta ao HIV. 

Seu segundo governo já suspendeu programas domésticos de prevenção, congelou as verbas do programa internacional Pepfar e fechou a divisão de resposta ao vírus que existia no CDC, a principal autoridade sanitária dos EUA. No entanto, a medida desta sexta-feira leva os cortes a um novo patamar. “Sem uma vacina, a pandemia do HIV nunca vai acabar, então acabar com as pesquisas acabará matando pessoas”, sintetizou um pesquisador ouvido pelo The New York Times.

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Coqueluche e febre amarela em alta

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) publicou dois alertas epidemiológicos que destacam o aumento de casos de coqueluche e febre amarela nas Américas em 2025, convocando os estados da região a reforçar a vacinação contra as doenças. Leia os documentos relativos à coqueluche e à febre amarela.

Como ondas de calor afetam a saúde

Também junto à Opas, o Ministério da Saúde promoveu na última sexta-feira (30/5) uma reunião técnica para discutir a metodologia dos Planos de Contingência que buscarão mitigar os impactos de ondas de calor sobre a saúde. Aqui estão os fatores discutidos.

Saúde de crianças e adolescentes

A Fiocruz e a Unicef assinaram um memorando de entendimento que prevê o desenvolvimento de uma série de atividades de cooperação voltadas à promoção dos direitos da criança e do adolescente. Conheça as iniciativas previstas no acordo.

Contra financiamento da indústria de petróleo

O periódico científico The Lancet, os Médicos Sem Fronteiras e uma série de entidades e organizações da saúde decidiu romper suas parcerias com agências de publicidade que também trabalham com a indústria de combustíveis fósseis. Confira seus motivos.

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