IA como ameaça ao desenvolvimento técnico de médicos
• IA faz médicos desaprenderem diagnósticos? • Telemedicina em presídios de SP • Adoçante e demência • E MAIS: água contaminada; envenenamento; saúde trans; semaglutida •
Publicado 09/09/2025 às 11:14
Uma reportagem do NY Times buscou dimensionar as complexidades do uso de inteligência artificial em serviços médicos. A considerar que a absorção de tamanho avanço tecnológico é irresistível, é necessário analisar seus prós e contras.
A matéria mostra como a IA melhora a precisão de análise de exames de imagens e pode ajudar a antecipar diagnósticos. No entanto, seu uso excessivo, em especial por profissionais formados no contexto de sua assimilação definitiva, pode “atrofiar” habilidades e capacidade crítica dos profissionais.
Em linhas gerais, caberá a órgãos e profissionais da saúde uma crítica permanente sobre seu uso. E a manutenção da exigência de habilidades próprias, uma vez que fatores diversos, desde limites técnicos até situações inesperadas, como um corte de energia, podem interferir na realidade.
Telemedicina vai melhorar saúde da população carcerária?
A partir de um convênio entre a fundação administrada pela Faculdade de Medicina da USP e a Secretaria Estadual de Saúde de SP, uma nova experiência procura contribuir para a saúde de prisioneiros. Dentro das estruturas do Hospital das Clínicas, administrado pela fundação da Faculdade, médicos realizam consultas remotas dentro do escopo da atenção básica.
Dessa forma, recomendações preventivas, prescrições e encaminhamentos para exames são garantidos, de forma que os detentos acessam uma ferramenta que pode melhorar sua condição de saúde, ao passo que o estado oferece tais serviços com menor mobilização de recursos.
De acordo com matéria da Folha, o perfil dos atendimentos é bastante diverso, como casos graves frutos de violência, até o acompanhamento de rotina de pessoas com histórico de negligência nos seus próprios cuidados, sejam físicos ou mentais. A Secretaria de Administração Penitenciária afirma que pretende adotar o programa de teleatendimento de forma definitiva. Servirão ao cuidado de pessoas encarceradas ou para afastá-las ainda mais de um atendimento digno?
Adoçante associado a declínio cognitivo acelerado
Um estudo conduzido por cientistas da USP sugere que o consumo regular de adoçantes artificiais de baixa ou nenhuma caloria pode acelerar o declínio cognitivo, afetando a memória e a fluência verbal. Publicada na revista científica Neurology, a pesquisa acompanhou, durante oito anos, mais de 12 mil pessoas, concluindo que os participantes que consumiram as maiores quantidades de adoçantes apresentaram, em geral, uma média de 62% maior de declínio cognitivo global em comparação àqueles com consumo mais baixo.
A professora da Faculdade de Medicina da USP, Renata Levy, lembra que alimentos que contêm aditivos cosméticos, como os adoçantes, são considerados ultraprocessados – e o estudo foi de fato apontado pelos pesquisadores como uma continuação de trabalhos sobre esse tipo de alimento. A nova pesquisa, extremamente relevante para a saúde pública, alerta para a necessidade de novas e mais contundentes recomendações sobre o consumo de adoçantes por parte de órgãos e associações de saúde mundo afora.
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Água e alimentos brasileiros contaminados
De 2000 a 2021, o Ministério da Saúde registrou mais 350 mil casos de pessoas acometidas por algum tipo de doença de transmissão hídrica e alimentar (DTHA), causadas, neste período, por 78 organismos – bactérias, vírus, vermes ou protozoários. O cenário preocupa.
Casos de envenenamento no Brasil
País registra um caso de envenenamento a cada duas horas. Ao longo da última década, foram contabilizados mais de 40 mil atendimentos em emergências do SUS relacionados ao incidente. Os principais culpados são drogas, medicamentos e “substâncias biológicas não especificadas”. Veja mais resultados do levantamento.
Ato em defesa da saúde trans
Na última sexta-feira (5), ocorreu um ato em frente ao Ministério da Saúde, em Brasília, para denunciar o recente parecer positivo do governo e da AGU acerca da Resolução nº 2.427/2025 do Conselho Federal de Medicina, que dificulta tratamentos para população trans. O que dizem as entidades?
Acesso ao Ozempic e ao Mounjaro
A OMS adicionou Ozempic e Mounjaro à sua lista de medicamentos essenciais, um passo que pode expandir o acesso a essas drogas em todo o mundo. Quais as implicações?
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