Hospital Universitário do Ceará é inaugurado

• Governo inaugura “maior hospital do Ceará” 100% SUS • Mais acesso a especialistas no RS • Padilha cria grupo de trabalho para pensar novas pandemias • Pessoas com deficiência sofrem mais em desastres climáticos • Caso estranho em escola no ES •

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Idealizado ainda em 2020, no governo do atual ministro da Educação, Camilo Santana, o estado do Ceará inaugurou seu Hospital Universitário nesta quarta, 19/3. Em cerimônia que contou com a presença do presidente Lula e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o atual governador do Ceará, Elmano Vieira, saudou “o maior hospital da história do estado”. A implantação de serviços terá três fases, sendo a primeira, imediata, com abertura de 159 leitos e cinco serviços especializados. Na segunda fase será inaugurada uma emergência obstétrica e na terceira se habilitarão cirurgias cardíacas e pediátricas. O equipamento é 100% SUS e contará com centro de pesquisa e formação profissional, administrado dentro do campus da Universidade Estadual do Ceará. Ao todo, serão 832 leitos, numa obra que custou R$ 667 milhões

Além do HUC, a viagem ao Ceará de Lula e Padilha teve no roteiro o anúncio de investimentos no Hospital da Mulher e no Instituto Dr. José Frota Central (IJF). Em relação à saúde da mulher, o pacote de investimentos prevê avanço nos cuidados ginecológicos, com maior integração entre atenção básica e especializada. Já o IJF contará com 30 leitos de enfermaria de ortopedia e ampliação de sua ala hemodinâmica (técnica de intervenção cirúrgica cardiovascular, menos invasiva que procedimentos mais convencionais). Ambos os equipamentos contarão com novas clínicas e equipamentos que permitirão a realização de procedimentos mais complexos. No evento, foi anunciado ainda um mutirão de cirurgias ortopédicas.

Mutirão e investimentos em tratamentos oncológicos no RS

Em seu esforço para impulsionar o Programa Mais Acesso a Especialistas, o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi ao Rio Grande do Sul participar da abertura do mutirão de exames e cirurgias do Grupo Hospitalar Conceição. Com prioridade para atendimentos de pacientes com câncer e mulheres, o ministro aproveitou para anunciar que o complexo hospitalar funcionará em três turnos, além de promover a integração de consultas e exames, a fim de agilizar o tempo de espera para diagnóstico.

De acordo com estudos do GHC, este sistema de trabalho poderia reduzir o tempo médio de espera em até 50 dias, o que vai ao encontro da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, que estipula tempo máximo de 30 dias para início do tratamento a partir do diagnóstico. Além disso, o ministro anunciou investimentos do PAC na ampliação de alas e ambulatório do Hospital Nossa Senhora da Conceição.

Saúde cria GT para futuras epidemias e pandemias

Foi publicada no Diário Oficial neste dia 19/3 a Portaria de Pessoal 167, elaborada em 11 de março, que cria o Grupo de Trabalho para futuras epidemias, pandemias e emergências em saúde no Brasil. Terá representantes de órgãos públicos e universidades de reconhecida contribuição para o SUS. De acordo com o texto da iniciativa, antecipada pelo Outra Saúde nesta segunda-feira, o GT “terá prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, para apresentar um relatório com propostas mencionadas no caput desta portaria, contados da data de sua publicação. (…) O relatório final será encaminhado ao Ministro de Estado da Saúde para apreciação e encaminhamentos devidos”.

De caráter consultivo, caberá ao dispositivo enviar uma análise das estruturas técnicas e físicas de saúde, além da capacidade de coordenação dos distintos entes federativos, em termos de capacidade de enfrentar eventos sanitários adversos. Estão entre seus membros figuras como o ex-ministro José Gomes Temporão, Gonzalo Vecina, ex-diretor da Anvisa, Deisy Ventura, professora de direito Sanitário da USP responsável por estudo que incriminou o governo Bolsonaro na CPI da Covid, dentre outras figuras no campo da medicina e da saúde pública.

Capacitismo ambiental

Um artigo no site The Conversation traz uma análise crítica do conceito de capacitismo ambiental. Trata-se de toda uma infraestrutura – tanto física quanto administrativa – que exclui pessoas portadoras de deficiência, principalmente de áreas precárias, de serviços de saúde e resgate em momentos críticos, como as enchentes do Rio Grande do Sul, dentre outros eventos climáticos graves.

O texto de Laís Silveira Costa e Vitória Bernardes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, explica que mesmo as articulações ambientalistas e fóruns de construção de políticas públicas ainda não deram conta de formular soluções para atender e cuidar de pessoas com deficiência em tais contextos de adversidade, o que gera invisibilidade e exclusão deste público. O artigo destaca, entre outros pontos, que eventos extremos causam uma taxa de mortalidade notavelmente maior neste grupo social, que segundo a OMS chega a 16% da população mundial.

44 estudantes de ES compartilham agulha e são hospitalizados

Um caso bizarro na pequena Laranja da Terra, região serrana do Espírito Santo, ganhou notoriedade nacional: a partir de uma ideia de um professor de química, um grupo de 44 estudantes de ensino médio da cidade iniciou um experimento de coleta de sangue. O problema é que todos usaram a mesma agulha, o que causou escândalo entre os pais dos alunos. O professor foi demitido e todos os jovens foram imediatamente hospitalizados, na sexta-feira, para testes rápidos de detecção de doenças. Todos deram resultado negativo. Na terça, os estudantes foram submetidos a exames para detecção de hepatites B e C, ainda sem resultado divulgado. Os estudantes passam bem e retornaram às aulas, mas serão submetidos a novos testes em 30 dias.

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