Hospital Federal de Bonsucesso transferido para o GHC
• Transferência do Hospital de Bonsucesso para empresa pública: a decisão; os trabalhadores; os protestos • Hospital dos Servidores irá para a Ebserh • Mais prisões pelo caso dos transplantes com HIV • Falta vacina de cólera • GO: mortes por H1N1 •
Publicado 21/10/2024 às 12:12
Na semana passada, a gestão do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, foi oficialmente transferida para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), vinculado ao Ministério da Saúde, segundo portaria publicada em 15 de outubro. A ministra da Saúde, Nisia Trindade, destacou que a mudança visa restaurar a plena capacidade do hospital, que opera com apenas metade de seus 400 leitos. Elaine Lopes, ex-secretária de Saúde de Niterói, assumiu a direção da unidade. Embora funcionários protestem contra a nova gestão, a ministra garantiu que os direitos dos servidores serão preservados e que será aberto um processo seletivo para avaliar a continuidade de outros profissionais. Em até 90 dias, o Ministério consultará servidores sobre sua transferência para o GHC. O Hospital Federal de Bonsucesso é um dos maiores complexos hospitalares do Rio, com mais de cinco mil funcionários e uma estrutura significativa de atendimento, tendo sido um dos principais centros de saúde pública do estado até 2019.
O que acontecerá com a equipe do hospital
O Grupo Hospitalar Conceição poderá contratar 2.252 profissionais temporários para o Hospital Federal de Bonsucesso, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e administrativos, priorizando trabalhadores do Rio de Janeiro. O processo seletivo simplificado, publicado no Diário Oficial da União, visa restaurar a capacidade plena da unidade, enquanto o Ministério da Saúde assegura os direitos dos servidores atuais e organiza um recadastramento. Após uma análise de 180 dias, será lançado um concurso público para efetivar novas contratações. Equipamentos também serão adquiridos para reabrir leitos e emergências fechadas desde o incêndio de 2020. A transição foi marcada por protestos de funcionários e intervenção judicial para permitir a entrada da nova gestão.
Protestos contra a mudança
No sábado (19), agentes da Polícia Militar e da Polícia Federal retiraram manifestantes que ocupavam o Hospital Federal de Bonsucesso desde o início de outubro, em protesto contra a transferência da gestão para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC). A ação ocorreu após decisão judicial, que impôs multa de R$ 50 mil por dia ao sindicato em caso de descumprimento. Durante o bloqueio, manifestantes impediram a entrada da nova gestão, resultando na retirada de uma manifestante por desacato. Apesar de não conseguirem entrar no HFB por causa do bloqueio, equipes do GHC/Bonsucesso começaram a preparação para assumir o trabalho na unidade com a realização de oficinas na sede do MS no centro do Rio. A intenção era preparar os primeiros 15 dias no processo de integração entre os trabalhadores do Bonsucesso e do GHC.
Próximas transferências dos hospitais federais
Segundo a Agência Brasil, o Ministério da Saúde firmará um acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para que assumam a gestão do Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE). A unidade será integrada ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, ampliando sua capacidade de leitos. Após o acordo, um diagnóstico será feito para transformar o HFSE em hospital universitário, aguardando aprovação do Conselho Universitário da UniRio. A iniciativa visa otimizar a gestão e ampliar a eficiência das duas instituições.
Caso dos transplantados contaminados com HIV: mais uma prisão
A bióloga Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora do laboratório PSC Saleme, foi presa no domingo (20/10) por suspeita de envolvimento na emissão de laudos com falso negativo para HIV, o que resultou em transplantes de órgãos infectados para seis pacientes. A prisão ocorreu após denúncias de que ela teria ordenado a redução da periodicidade no controle de qualidade para economizar. Adriana nega as acusações, alegando que o controle era diário. Três técnicos também foram presos, e a Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o caso, incluindo o processo de contratação da empresa responsável. A operação, que está em sua segunda fase, apreendeu equipamentos e documentos para análise.
Em meio a surtos, falta vacina de cólera
No final da semana passada, a OMS emitiu um alerta sobre a escassez mundial de vacinas orais contra cólera, fato que afeta os esforços globais para conter a doença. A demanda por vacinas supera a oferta. Pedidos recentes de Bangladesh, Sudão, Níger, Etiópia e Mianmar totalizam 8,4 milhões de doses, mas apenas 7,6 milhões foram entregues. Até 29 de setembro, foram registrados 439.724 casos de cólera e 3.432 mortes, um aumento preocupante de 126% no número de óbitos em relação ao ano anterior. A cólera, causada pela bactéria Vibrio cholerae, é transmitida por água ou alimentos contaminados, e provoca surtos recorrentes em várias regiões. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou, em abril, o primeiro caso autóctone de cólera em 18 anos, envolvendo um homem de 60 anos residente em Salvador. A produção global de vacinas continua no limite, mas ainda insuficiente para atender à crescente demanda.
Mortes por H1N1 em Goiás
Três escolas em Goiás, duas em Goiânia e uma em Aparecida de Goiânia, estão sob investigação devido a um surto de gripe H1N1 que causou a morte de dois estudantes: uma menina de 12 anos e um menino de 5 anos. A Secretaria Estadual de Saúde montou uma sala de situação para monitorar diariamente os casos e lançou uma campanha para que as escolas informem ocorrências com mais de três casos. Em 2024, o estado registrou 241 casos de H1N1, um aumento de 65% em comparação a 2023, com 47 mortes confirmadas. A Secretaria reforça a importância da vacinação, especialmente para crianças, idosos, gestantes e imunodeprimidos. Goiânia deve reabrir 20 salas de vacinação fechadas por falta de profissionais. A recomendação é afastar imediatamente alunos e professores com sintomas gripais. As principais medidas preventivas incluem higienização das mãos, uso de máscaras e isolamento em caso de sintomas, embora o uso de máscaras ainda não seja obrigatório no estado.