Hospital federal de Bonsucesso reabre 100 leitos
• Reabertos leitos no Hospital de Bonsucesso • Nísia comenta reestruturação de hospitais federais • Brasil volta a produzir insulina • Investimento em produtora de biotecnológicos • Medicamentos não disponíveis no SUS • Águas oceânicas do Rio •
Publicado 21/01/2025 às 09:49
O Hospital Federal de Bonsucesso, parte da rede de hospitais federais do Rio de Janeiro, reinaugurou 100 leitos na sexta, 17/1. A cerimônia contou com a presença da ministra sa Saúde Nísia Trindade e marca a nova fase dos hospitais federais, ponto histórico de descaminhos administrativos. Ainda neste mês, outros 118 leitos serão reabertos. O hospital passa a ser gerido pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), sediado no Rio Grande do Sul e pertencente ao governo federal, enquanto outros hospitais federais estão tendo sua administração redistribuída (dois deles para a prefeitura do Rio de Janeiro e outros ainda em fase de elaboração de parcerias e fusões). Em 2020, um incêndio em suas dependências matou três pessoas e ficou marcado como símbolo do abandono de toda a rede pelos governos Temer e Bolsonaro, com centenas de leitos e especialidades fechados, além de um forte processo de precarização de trabalhadores. O Bonsucesso ainda reabrirá sua ala de emergência, que abrigará mais 50 leitos e o estabelecimento terá um total de 423 leitos.
Nísia comenta Plano de Reestruturação de Hospitais federais
A ministra da Saúde comemorou o avanço do plano de reestruturação dos hospitais federais, que inclui o Hospital Federal do Andaraí e o Hospital Federal Cardoso Fontes, entregues à prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, foi iniciado o processo de fusão dos Hospitais do Servidor Público, Universitário Gaffrée e Guinle, todos da rede federal, em processo que pode envolver a participação da Fiocruz na gestão. “Estamos garantindo que a saúde chegue à população”, disse Nísia Trindade. Na segunda, a mídia corporativa veiculou matérias afirmando que seu nome parece imune à reforma ministerial, mas que o presidente Lula quer maior publicização das ações de sua pasta, considerada símbolo da reconstrução do país após os anos de desmonte do Estado.
Insulina volta a ser fornecida no SUS
A retomada da produção nacional de insulina, fundamental para tratamento de pacientes diabéticos de tipo 1 e 2, é um bom exemplo de como garantir mais acesso a medicamentos no SUS. A partir de fevereiro, a Biomm fornecerá cerca de 20 milhões de frascos do insumo por ano ao sistema de saúde brasileiro, cuja crise de escassez obrigava o governo brasileiro a importá-lo. Sucessora da Biobrás, a Biomm é uma empresa de capital nacional criada em 2001 que chegou a ser vendida para o Novo Nordisk em 2010. Sediada em Nova Lima (MG), a empresa recebeu aportes do BNDES e Finep, além do BDMG em 2024 e a partir deste ano garantirá ao menos 80% da demanda nacional. Produzida em parceria com o laboratório chinês Gan Lee, a insulina de tipo glargilin adquirida pelo SUS terá sua transferência tecnológica garantida à Biomm, a fim de que todo o processo produtivo seja realizado no Brasil.
BNDES aprova empréstimo para fábrica de medicamentos em Valinhos
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social anunciou um aporte de R$ 650 milhões para a Bionovis, produtora de remédios biotecnológicos sediada em Valinhos, interior de São Paulo. O investimento será direcionado a pesquisa e desenvolvimento de fármacos para tratamentos de câncer, doenças autoimunes e raras. Tanto a empresa como o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, destacaram o projeto como iniciativa alinhada ao projeto de fortalecimento da indústria farmacêutica nacional, com consequente economia de gastos do SUS, uma vez que o desenvolvimento de tais produtos poderia diminuir a dependência de importação do país.
SUS entregou 166 terapias incorporadas desde 2018
Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o SUS entregou, de 2018 para cá, apenas 69% dos remédios e procedimentos que deveriam estar disponíveis para tratar doenças diversas – ao passo que 76 terapias seguem pendentes, inclusive após os 180 dias de prazo para a chegada no sistema de saúde. Os tratamentos são múltiplos, desde doenças raras a variados tipos de câncer, e dão a dimensão de toda a demanda de atendimento em saúde que o sistema absorve. Para aprovação, precisam do aval do Conitec e do Comitê Intergestores Tripartite, isto é, a aprovação tanto técnica como a viabilização financeira de sua aquisição. Apesar da alegada questão da vontade política e pressão social para a agilização ou não de um determinado tratamento, não há uma estimativa oficial de custos de toda a soma de terapias aprovadas, mas ainda não entregues. De toda forma, é certo que a chamada responsabilidade fiscal que invariavelmente penaliza políticas sociais, associada ao brutal aumento de emendas discricionárias na área da Saúde, são fatores primordiais na compreensão das dificuldades em se garantir todos os tratamentos aprovados.
Parceria monitorará águas oceânicas do Rio de Janeiro
Foi oficializado na semana passada um acordo entre o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) e a prefeitura do Rio de Janeiro para um trabalho de acompanhamento da temperatura das águas que banham a cidade, dentre outras questões, como agitação marítima e elevação do nível do mar. O acordo já tinha sido adotado em novembro, durante as reuniões do G-20 na cidade, e faz parte de um esforço para tornar a cidade mais resiliente às mudanças climáticas. Vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o INPO reúne parte dos principais oceanógrafos do país, divididos em especialidades diversas desta área, e terá em suas atribuições a coleta de dados variados sobre a vida marinha, erosão da costa, efeitos do aquecimento global e acidificação das águas.