Para impulsionar mulheres na ciência 

• Lei amplia prazos acadêmicos para mães • Investimento em agricultura familiar • SBPC defende políticas de bem estar e inclusão • Médicos portugueses em greve por melhores condições • Vegetarianos se alimentam pior? •

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No dia 17/7, o presidente da República sancionou o Projeto de Lei 1741/2022, apresentado pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), que estende em 180 dias os prazos de conclusão de cursos e programas acadêmicos para pessoas com filhos ou guarda de menores. Motivado pelas recentes revelações a respeito da presença progressivamente menor de mulheres em estágios mais avançados da carreira acadêmica, o projeto foi saudado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Como publicou o site da pasta, apesar de serem 56% das pessoas que fazem pós-graduação, as mulheres são apenas 35% dos bolsistas por produtividade financiados pelo CNPq, estágio considerado mais alto da carreira. Neste mês, através da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o MCTI lançou o edital Mulheres Inovadoras, que em sua quinta edição pretende financiar startups da área de tecnologia.

MCTI investe R$ 300 milhões em agricultura familiar

Através do FNDCT, a pasta comandada por Luciana Santos anuncia um total de investimentos de R$ 300 milhões na agricultura familiar para este ano. O objetivo é promover não apenas uma agricultura sustentável, em oposição a um modelo agrário intensivo que tem incomparável força política, e dar concretude ao Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica 2024-2027. Os recursos passarão por instituições de, Estado, como universidades e órgãos de fomento, e também privadas, com foco nas regiões Norte e Nordeste. Além disso, o MCTI lançará R$ 142 milhões para o edital Cadeias Socioprodutivas da Agricultura Familiar e Sistemas Agroalimentares – ICT (Instituições Científicas e Tecnológicas), que visa financiar iniciativas para solução de gargalos nas cadeias produtivas da agricultura familiar.

SPBC aprova 18 moções em sua reunião anual

Foi realizada entre os dias 7 e 13 de julho a 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que fez um balanço de seu último ano de atividades e recebeu diversas presenças ilustres em suas palestras e eventos sediados na UFPA, como as ministras Luciana Santos, Nísia Trindade e Marina Silva. No dia 11/7, seu conselho aprovou uma série de propostas políticas, todas elas com evidente conotação de promoção de bem estar e inclusão social. Desde o aumento do financiamento para as áreas diretamente atreladas à ciência a questões como proteção dos direitos das mulheres, indígenas e meio ambiente, quase todas as moções foram aprovadas de forma unânime. Sem dúvidas, a comunidade científica brasileira reafirmou na reunião e nas propostas elencadas uma contraposição ao modelo econômico neoliberal e às bandeiras ideológicas levantadas pela direita, em especial no âmbito das liberdades individuais.

Greve de médicos em Portugal

A Federação Nacional dos Médicos realizou uma paralisação de dois dias no Serviço Nacional de Saúde, o sistema público português, a fim de exigir melhores condições de salário e trabalho. Entre outras reivindicações, está a redução da jornada de 40 horas semanais, além da valorização. Segundo os grevistas, a atual orientação governamental no financiamento do SNS está esvazia-o de suas qualidades, afasta profissionais da carreira e consequentemente precariza a prestação do serviço. Os médicos criticam diretamente a ministra Ana Paula Martins, deputada pelo Partido Social Democrata no governo de Luis Montenegro, que antes de iniciar qualquer negociação avisou que a discussão das faixas salariais e planos de carreira ficaria para 2025. A atual direção do governo português foi eleita após tenso processo eleitoral e contou com anuência do Partido Socialista, a fim de evitar uma aliança do governo com o neofascista Chega, que avançou com 50 cadeiras no legislativo lusitano.

Pesquisa analisa dieta de vegetarianos

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo colheu informações de cerca de 700 vegetarianos a fim de investigar o valor nutricional de sua alimentação. Publicado em forma de artigo no Jama Network Open, o estudo constatou que os adeptos da alimentação totalmente livre de origem animal têm padrões satisfatórios de consumo de proteínas e aminoácidos, mais abundantes em comida advinda de seres vivos. Isso corrobora a tese de que o veganismo não representa uma alimentação mais pobre em substâncias essenciais para o bem estar físico. No entanto, o levantamento também observou que o avanço de ultraprocessados entre este público já é uma realidade, uma vez que cerca de 13% de sua alimentação provém desta categoria de alimentação industrializada. Entre os que se alimentam de produtos de origem animal, a taxa é de 23% de ultraprocessados, o que já se configura em dados preocupantes a respeito de obesidade e doenças crônicas causadas por alimentação inadequada.

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