Hemorio não identifica novos falsos negativos de HIV
• Hemorio faz retestagem de HIV em pacientes transplantados • O impacto da crise climática em favelas • Remédio para dengue em testes no Brasil • Cólera no Líbano, após ataques de Israel • Variante da mpox na Alemanha • Egito erradica malária •
Publicado 23/10/2024 às 14:41
Nos últimos dias, o Instituto Estadual de Hematologia do Rio de Janeiro (Hemorio) vem refazendo os testes de HIV falsificados por um laboratório em Nova Iguaçu (RJ), e até o momento não confirmou novos casos de infecção além dos 6 que deram início à crise. 288 testes foram refeitos – número igual ao de laudos falsificados pelo PCS Lab Seleme – , e apesar da confirmação dos negativos, o Hemorio pretende realizar uma segunda bateria de checagens “para que não haja qualquer tipo de dúvida”, segundo nota. O PCS Lab Seleme tem como sócios um primo e um tio do deputado federal carioca Dr. Luizinho (PP-RJ), e a instituição pública estadual que havia contratado o laboratório, a Fundação Saúde, tinha até esta semana uma irmã do parlamentar como diretora. Nesta segunda-feira (21/10), todos os diretores da Fundação Saúde foram exonerados pelo governador do Rio de Janeiro devido ao escândalo dos falsos negativos de HIV.
Mudanças climáticas atingem favelas
A partir do exemplo do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, uma reportagem da Folha destaca os desproporcionais efeitos das mudanças climáticas sobre as favelas. Por uma série de razões, os moradores do complexo são particularmente afetados pelas altas temperaturas cada vez mais recorrentes: suas construções são muito quentes, e a estrutura precária dificulta a adaptação. “No Conjunto Tijolinho, as casas, basicamente, têm uma medida de 3 por 10 [metros], são coladas uma ao lado da outra sem nenhum tipo de ventilação”, conta um ativista das Redes da Maré. Muitos passam mal de calor – e até desenvolvem problemas de saúde – enquanto trabalham ou realizam seus afazeres de casas. Outra consequência das mudanças climáticas, as precipitações extremas, também atinge com mais força os moradores da favela. Apesar de aliviarem o calor, as chuvas causam enormes inundações ao fazerem transbordar os córregos e canais que passam pelo Complexo, ampliando a disseminação de doenças.
Medicamento contra a dengue será testado no Brasil
Na segunda-feira, a Anvisa autorizou a realização de ensaios clínicos de um medicamento oral contra a dengue no Brasil. O EYU688, cujo desenvolvimento é patrocinado pela farmacêutica suíça Novartis, também está sendo testado em países como Cingapura, Índia, Malásia e Vietnã. A atual fase de pesquisas – denominada 2a – já envolve pessoas e seu objetivo é “avaliar a eficácia, a segurança e a farmacocinética do EYU688 em pacientes infectados com a dengue”, diz nota da autarquia. A substância ativa do novo medicamento atua sobre uma proteína que o vírus da dengue utiliza para se replicar, buscando impedi-lo de se disseminar no corpo. De acordo com seu comunicado, a Anvisa decidiu autorizar os ensaios por entender que, em um país como o Brasil onde a arbovirose é endêmica, há uma importância no “desenvolvimento de opções terapêuticas para o tratamento da dengue”.
Cólera atinge o Líbano, já vulnerável devido à agressão militar
Em meio à ampliação da ofensiva militar de Israel, o Líbano registrou um caso de cólera na semana passada. Uma nota da OMS sobre o fato ressalta que o “ressurgimento do cólera no Líbano é resultado das más condições sanitárias que advém do impacto do atual conflito”. Em agosto, o Ministério da Saúde libanês havia lançado uma campanha de vacinação preventiva contra a doença em parceria com a OMS, a UNICEF, a ACNUR e outras entidades. Contudo, a iniciativa foi interrompida pela escalada dos bombardeios israelenses contra o território libanês a partir de meados de setembro. Os abrigos para os milhões de atingidos pela agressão militar “não estão equipados para acomodar o número crescente de pessoas deslocadas, o que aumenta o risco da disseminação do cólera”, diz a OMS. Nos próximos dias, um plano de emergência será implementado para conter a doença – mas um cessar-fogo segue sendo a medida essencial para impedir a ampliação da catástrofe sanitária no Oriente Médio.
Variante da mpox ligada ao atual surto na África é identificada na Alemanha
ntem (22/10), a Alemanha anunciou ter identificado um caso da nova variante da mpox, o primeiro no país. O paciente, um homem de 33 anos, foi admitido em um hospital da cidade de Colônia no último dia 12 e está isolado desde então. Exames realizados no dia 18 confirmaram que ele está com a variante 1b, associada ao recente surto na África que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma “emergência de saúde pública de interesse global” no mês de agosto. A Alemanha é a segunda nação da Europa (depois da Suécia) e a nona do mundo a notificar um caso desta variante da mpox. As autoridades sanitárias locais acreditam que a pessoa se infectou com a doença em um país da África Oriental, e que há baixo risco para o resto da população alemã. Também ontem, a Noruega afirmou que duas pessoas foram diagnosticadas com o “clado 2” da mpox em sua capital, Oslo – mas esta variante da doença é considerada menos severa que o clado 1b.
Malária é erradicada no Egito
Em comunicado do domingo (20/10), a OMS certificou que o Egito erradicou a malária, classificando o feito como “um marco significativo para a saúde pública em um país com mais de 100 milhões de habitantes”. A certificação é concedida pela agência quando um país comprova que conseguiu interromper a transmissão da malária pelo mosquito Anopheles por três anos seguidos e que tem a capacidade de impedir o surgimento de uma nova epidemia. O Egito é o 44º país do mundo e o terceiro no mundo árabe, depois dos Emirados Árabes Unidos e do Marrocos a erradicar a doença. O oferecimento de testagem e tratamento gratuitos pelo governo foi considerada uma medida essencial para os avanços na contenção dos casos, segundo a nota da Organização Mundial da Saúde. Por sua vez, o Brasil ainda não alcançou a erradicação da doença.