Governo doa insumos de saúde ao Líbano

• Brasil oferece ajuda para a saúde do Líbano • Brasileiros repatriados atendidos no SUS • Guerra e resistência antimicrobiana • Medicamentos enviados para regiões de seca • Mamografias no SUS • Curso sobre prevenção do HIV •

Foto: Rafael Nascimento/MS
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Nesta semana, o Brasil doou 24 mil insumos de saúde ao Líbano, informa a Agência Brasil. Enviadas devido à “emergência vivida pela população daquele país”, as 20 mil seringas e as 4 mil agulhas saíram de São Paulo no último domingo (6/10) com destino a Beirute, capital libanesa. A operação de envio dos insumos foi coordenada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão ligado ao Itamaraty, e entregou ao Líbano materiais do estoque do Sistema Único de Saúde (SUS). Nas últimas semanas, Israel passou a atacar deliberadamente a saúde libanesa, transformando seus trabalhadores e instalações em alvos. De acordo com a agência de notícias estatal, o Brasil pretende seguir enviando doações para o Líbano. O avião da Força Aérea Brasileira que enviou as doações nesta semana retornará de Beirute com brasileiros repatriados.

Brasileiros repatriados são atendidos pela Força Nacional do SUS

Ao chegarem ao país, os grupos de brasileiros resgatados do Líbano estão sendo atendidos pela Força Nacional do SUS no Aeroporto de Guarulhos. O grupo de profissionais que ficou responsável pela tarefa conta com médicos, enfermeiros, assistente social e psicólogos que “ofereceram cuidados quanto à saúde física e mental dos repatriados”, diz nota do Ministério da Saúde. A equipe conta com homens e mulheres que trabalham no SUS, assim como profissionais fluentes em árabe, francês, inglês e português. “Só conseguimos fazer um real acolhimento das pessoas quando conhecemos sua cultura, para que tenham o tratamento mais universal possível. Esse é um dos princípios do SUS, além da equidade e da integralidade”, explica Renato Santos, coordenador da missão. Os trabalhadores contam que muitos dos passageiros dos voos de repatriação chegam com leve desidratação, picos hipertensivos e necessitando de cuidados psicológicos.

Alta de conflitos tende a gerar maior resistência ao antibióticos

O crescente número de guerras no mundo, a exemplo da destruição que Israel desata sobre a Palestina e o Líbano, está piorando o problema global da resistência antimicrobiana, alerta o Health Policy Watch. Ao veículo, o professor Richard Sullivan, co-diretor do Centro de Pesquisas de Saúde e Conflitos do King’s College, explica que os conflitos multiplicam as situações em que ferimentos são tratados de forma inadequada e insuficiente. Além disso, cresce a contaminação do meio ambiente pelos metais pesados oriundos das armas e munições empregadas pelas partes em luta, o que estimula a mutação dos vírus e bactérias. Nessas condições, o uso de medicamentos se torna “sub-ótimo”, e a guerra se transforma em uma “bio-incubadora” da resistência dos patógenos. Sullivan aponta que de 70% a 80% das salas cirúrgicas improvisadas em zonas de conflito tendem a estar contaminadas por microorganismos multirresistentes. Ele também avalia que o impacto da resistência antimicrobiana no número de mortes nas guerras provavelmente é subestimado.

MS envia kits de medicamentos e insumos para cidades em seca severa no AM

Na última sexta-feira (4/10), o Governo Federal também enviou kits de saúde para enfrentar a seca no Amazonas, conta a Agência Brasil. As cidades do estado nortista mais afetadas pela seca severa receberão medicamentos e insumos suficientes para atender 81 mil pessoas (são 54 kits, cada um com recursos para garantir atendimento a 1,5 mil pessoas) ao longo de 30 dias. Além de organizar o envio dos materiais, o Ministério da Saúde também promoveu uma reunião da titular da pasta, Nísia Trindade, com os secretários de saúde de todos os estados da Região Norte, buscando articular uma resposta comum ao cenário de forte poluição e ar seco. Para difundir informações sobre as ações de prevenção que podem ser tomadas por todo o país, o MS também lançou a campanha “Se tem fumaça, tem que ter cuidado” e uma página em seu portal que oferece dicas de cuidados pessoais e explica quem são os grupos de risco durante as queimadas e outros eventos climáticos que têm ocorrido no Brasil.

Mamografias ainda precisam avançar

A cobertura das mamografias no SUS ainda é baixa em todo o país, indica um relatório do Instituto Nacional do Câncer (Inca) noticiado pela Folha. Dados do Sistema de Informações do Câncer (Siscan), recentemente implementado no Sistema Único de Saúde, apontam que ela é de menos de 35% em todos os estados do Brasil. O exame também não é promovido uniformemente no território, já que as regiões Centro-Oeste e Norte têm números ainda menores: nesses estados, menos de 20% das mulheres realizaram mamografias, que cumprem um papel na prevenção e identificação do câncer de mama em sua fase inicial. Apesar das insuficiências, é possível perceber uma melhora na quantidade de exames realizados em relação às cifras do período pré-pandemia. Em 2020, o país chegou a passar por uma queda de 40% nas mamografias na comparação com 2019. Para melhorar ainda mais, é preciso que mais UBSs realizem a busca ativa das mulheres que estão na faixa etária em que o exame é indicado, avalia a sanitarista do Inca Mônica de Assis.

Fiocruz oferece curso online sobre prevenção de HIV

Como informa a Agência Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está oferecendo um curso online para profissionais de saúde sobre a PrEP. O curso está disponível no Campus Virtual da Fiocruz. Desde 2018, o Ministério da Saúde – que, por meio do Departamento de HIV/Aids, também é um dos responsáveis pela iniciativa de formação – indica a profilaxia pré-exposição como um dos métodos de prevenção a serem oferecidos pelo SUS, especialmente aos brasileiros que fazem parte de grupos de risco. Por isso, o novo curso busca familiarizar os trabalhadores da saúde com a PrEP, para que se apropriem mais profundamente de suas formas de uso e se envolvam com a implementação da estratégia da pasta para o método. “O objetivo do MS é, até 2027, aumentar em 142% o número de usuários de PrEP com foco naquelas pessoas sob maior risco de infecção ao HIV”, explica a Fiocruz.

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