Fome recua em 33%, mas ainda afeta 14,3 milhões

• Fome recua de 33% para 18% no Brasil; no mundo, situação é ruim • Palestinos vulneráveis à pólio • Funcionários da ONU mortos em Gaza • Fundo para Pandemias busca arrecadar 2 bilhões • Ampliação da cobertura vacinal contra hepatite A •

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A insegurança alimentar caiu em 43,9% e a fome caiu em 33% no Brasil em um ano, mostra a atualização de 2024 do relatório anual de segurança alimentar e nutrição publicado por cinco agências da ONU. O segmento dos brasileiros em situação de insegurança alimentar caiu de 70,3 milhões de pessoas (32,8% da população) na edição anterior do documento para 39,7 milhões de pessoas (18,4%) na versão lançada ontem (24/7) pelas Nações Unidas. Assim, calcula-se que 30,6 milhões deixaram essa situação de vulnerabilidade. Quanto à fome, a queda foi de 9,9% para 6,6% dos habitantes do país. Contudo, 14,3 milhões de brasileiros seguem nesse quadro de graves insuficiências em sua alimentação – o que significa que o Brasil ainda constará no Mapa da Fome, para onde voltou em 2019, apesar do progresso.

Globalmente, números da fome seguem altos, diz o mesmo relatório

O mesmo relatório que registra os avanços do Brasil também indica que o resto do mundo está estagnado na luta contra a fome. Nos últimos três anos, diz o documento, praticamente não houve nenhum avanço na garantia de melhores condições de alimentação para os povos do mundo. Os dados mais recentes revelam que 733 milhões de pessoas ainda passam fome, algo como um a cada onze habitantes da Terra. Na África, o problema é ainda maior: 20,4% (ou um a cada cinco) dos moradores do continente sofrem com a insegurança alimentar grave. As estatísticas gerais são bastante similares aos números que foram constatadas pelo relatório no ano de 2009, o que sugere que a estagnação persiste desde a última grande crise econômica mundial do capitalismo. Haverá saída para a fome sem grandes transformações sistêmicas?

Israel expõe palestinos à pólio, mas vacina seus soldados

Após a descoberta de amostras do vírus da pólio nos esgotos da Faixa de Gaza, Israel passou a vacinar seus soldados contra a doença contagiosa, divulgou a Reuters. Porém, nada foi informado pela potência ocupante sobre a oferta de imunizantes para os palestinos do enclave, que em sua maioria foram desabrigados pelos bombardeios sionistas. Sem casa, pelo menos 1,8 milhão de habitantes de Gaza convivem nas ruas com o esgoto potencialmente contaminado, exposto a céu aberto pela destruição da infraestrutura de saneamento. Como ressalta a agência de notícias, “funcionários da saúde pública e organizações humanitárias já alertaram que, sem serviços sanitários adequados, a população está muito vulnerável a surtos de doenças”. O cenário geral de morte pode ser conhecido em detalhes no doloroso relato publicado no portal Politico de um cirurgião judeu norte-americano, Mark Perlmutter, que recentemente passou um mês fazendo trabalho médico humanitário em Gaza.

Funcionários da ONU também são alvo de Israel

Não bastasse o massacre contra os palestinos, a violência sionista também atinge outros alvos na Faixa de Gaza. Um relatório interno das Nações Unidas, revelado pelo DropSiteNews, indica que Israel matou 195 funcionários da ONU e 172 de seus familiares no enclave desde o início do conflito em 7 de outubro do ano passado. O documento separa os assassinatos por agência, explica o portal criado pelo jornalista Jeremy Scahill após sua saída do The Intercept estadunidense. Entre os funcionários, a ampla maioria dos óbitos está na UNRWA, a Agência da ONU para Assistência aos Refugiados Palestinos recentemente declarada uma “organização terrorista” por Israel. Já entre os 172 familiares mortos, 158 eram ligados à UNRWA, 5 ao PNUD, 4 à UNICEF, 3 ao Programa Alimentar Mundial e 2 à OMS. Na lista, há pessoas de diversas nacionalidades.

Fundo para Pandemias busca recursos 

Em um evento paralelo ao encontro de ministros da economia do G20, foi lançada no Rio de Janeiro uma mobilização internacional por recursos para o Fundo para Pandemias. Formado por bancos intergovernamentais e agências como a OMS e a FAO, o Fundo busca arrecadar 2 bilhões de dólares nos próximos anos, conta a Agência Brasil. “Temos interesse na prevenção, detecção e gestão de emergências de saúde. Essa é a missão do Fundo para Pandemias”, diz Priya Basu, chefe-executiva do Fundo, sobre os objetivos da iniciativa. A ideia é que os países mais vulneráveis sejam os principais contemplados com financiamento para o combate a surtos pandêmicos. Na primeira rodada de aplicação dos recursos, a FAO deverá direcionar 264 milhões de dólares para projetos de segurança sanitária local e global nesses países.

Vacinação de crianças contra hepatite A aumentou em 8,8% em 2023

81,9% das crianças se vacinaram contra a hepatite A em 2023, um crescimento de 8,8% em relação ao ano anterior, indicam dados do Ministério da Saúde. As informações são referentes ao público-alvo do imunizante – que vai dos 12 meses aos 5 anos de idade – e sugerem mais um êxito no objetivo de reverter a queda nos indicadores de vacinação contra diversas doenças que foi observada especialmente entre 2016 e 2022. O Espírito Santo e a Bahia promoveram os maiores avanços, dizem os números do Plano Nacional de Imunizações (PNI). No estado do Sudeste, a vacinação para a hepatite A saltou de 63,5% para 86,3% da população-alvo. Já entre as crianças baianas, cerca de 68% haviam sido vacinadas contra essa enfermidade no âmbito do PNI em 2022, cifra que subiu para 85% no ano passado. Na nota do MS que fez o anúncio, também é possível saber que outros segmentos sociais podem procurar o imunizante.

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