Fome em massa, arma israelenese para exterminar palestinos 

A fome tem acelerado o extermínio de palestinos na Faixa de Gaza. Autoridades e profissionais intensificam denúncias ao passo que a crise humanitária e sanitária provocada por Israel evidenciam a crueldade do regime sionista

.

Um em cada quatro palestinos sofre de insegurança alimentar. Uma em cada cinco crianças da Faixa de Gaza está desnutrida. Mais de 70 palestinos em Gaza são assassinados todos os dias em busca de comida, seja por um drone israelense, um bombardeio ou tiroteios em massa nos corredores da morte – que Israel tem cruelmente chamado de “ajuda humanitária”.

É nesse contexto que o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, denomina a situação palestina de uma “fome em massa, provocada por ação humana”. “A crise da fome está sendo acelerada pelo colapso dos oleodutos de ajuda e pelas restrições de acesso, com 95% das famílias em Gaza enfrentando grave escassez de água”, afirmou.

A fala de Tedros está alinhada às declarações de centenas de organizações humanitárias, como o Médicos sem Fronteiras (MSF), CARE e Oxfam, que alertaram para a urgência de governos ao redor do mundo pressionarem Israel a acabar com o cerco a Gaza, permitindo, assim, o fluxo total de alimentos, água, suprimentos médicos, itens de abrigo e combustível. “Doenças estão se espalhando, mercados estão vazios, lixo está se acumulando e adultos estão desmaiando nas ruas de fome e desidratação”, declararam os órgãos.

Além de organizações, inúmeros são os relatos de médicos do MSF, que voltam de Gaza extremamente abalados diante da carnificina promovida por Israel. “Não são mais feridas de estilhaços. Partes inteiras das pessoas estão sendo explodidas. As crianças chegam sem os joelhos, sem os pés, sem as mãos”, descreve a cirurgiã britânica Victoria Rose sobre o que viu nos 21 dias em que trabalhou no Hospital Nasser, na Faixa de Gaza.

Estamos diante do extermínio do povo palestino pelo Estado de Israel, que tem se aproveitado da fome e do colapso da saúde palestina – provocado pelos próprios israelenses –, para acelerar a limpeza étnica que começou com a Nakba em 1948. É por tudo isso que, como bem lembrou o médico palestino Mustafa Barghouti em evento na Unifesp no início de julho, “nenhum profissional de saúde pode ficar calado diante do que está acontecendo na Faixa de Gaza”. 

Sem publicidade ou patrocínio, dependemos de você. Faça parte do nosso grupo de apoiadores e ajude a manter nossa voz livre e plural: apoia.se/outraspalavras

Leia Também: