Fome: atual fase do genocídio em Gaza é a “mais letal”
500 mil palestinos passam fome na Faixa de Gaza. Situação, marcada por iniciação generalizada, miséria e mortes evitáveis, segue piorando devido aos ataques e ao cerco israelenses. Autoridades pedem intervenção armada internacional.
Publicado 25/08/2025 às 17:41
Mais de meio milhão de palestinos na Faixa de Gaza estão em situação de fome, marcada por inanição generalizada, miséria e mortes evitáveis. Os dados são de uma nova análise da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), realizada por um grupo de agências das Nações Unidas e divulgada na última sexta-feira (22). A previsão é que as condições se espalhem da cidade de Gaza para as regiões de Deir Al Balah e Khan Younis, também no enclave palestino nas próximas semanas. Até o fim de setembro, estima-se que as condições no norte de Gaza sejam tão graves ou até piores quanto as da Cidade de Gaza.
Classificar a situação como “fome” – grau 5 na escala da IPC – significa a categoria mais extrema de insegurança alimentar, acionada quando três barreiras críticas são ultrapassadas: privação alimentar extrema, desnutrição aguda e mortes relacionadas à fome. A análise mais recente confirma pela primeira vez, com base em evidências, que esses critérios foram atingidos.
Foi diante deste cenário que Richard Falk, ex-relator da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos e presidente do Tribunal de Gaza – iniciativa internacional criada por especialistas em novembro de 2024 -, descreveu a atual fase do genocídio de Israel em Gaza como “a mais letal”. No sábado (23), em meio ao primeiro dia de trabalho da Assembleia Geral da ONU deste ano, Falk pediu uma imediata intervenção armada internacional para deter o genocídio, alertando que “a situação em Gaza é suficientemente desesperadora para que apenas iniciativas improváveis tenham alguma chance de resgatar a população de uma tragédia quase certa”.
Aprofundando seu projeto de silenciamento de jornalistas e ativistas pró-Palestina, bem como seu objetivo de promover a limpeza étnica de todo um povo, o exército isralense bombardeou o Complexo Médico Nasser nesta segunda (25) – principal hospital da província de Khan Younis, ao sul de Gaza -, matando pelo menos 19 pessoas. Foram dois bombardeios em um intervalo de minutos, sendo a segunda bomba responsável pela morte de quatro jornalistas, membros da equipe de resgate, médicos e seus pacientes – que já haviam sido atingidos pela primeira bomba. Assim como outros equipamentos de saúde por todo o território palestino, o Complexo Médico Nasser vem resistindo há 22 meses a ataques, bombardeios e à escassez crítica de suprimentos e equipe médica.
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