Experiência em município goiano e a necessidade de melhora estrutural no SUS

• Rastreamento de câncer de mama • Vacinação infantil ainda tem brechas • E MAIS: doenças negligenciadas nos BRICS; indígenas contaminados por mercúrio; ato no DF; EUA contra pessoas trans •

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Uma iniciativa inédita na cidade de Itaberaí (GO) reuniu Agentes Comunitários de Saúde, uso de aplicativos e mudanças de fluxos na gestão municipal para realização de projeto para diagnóstico precoce de câncer de mama. Os resultados preliminares do trabalho, ainda em andamento, foram mensurados em estudo clínico e apresentados no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês).

O ensaio clínico analisou dois grupos de mulheres, com mais de 40 anos, e comparou as atuais recomendações do Ministério da Saúde para rastreamento do câncer de mama com uma nova proposta de ações combinadas, executada por profissionais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e de Itaberaí. De acordo com os primeiros resultados do estudo, no grupo controle, que seguiu as recomendações do ministério, 60% dos casos de câncer estavam em estágios avançados.

De acordo com o idealizador do projeto, o professor da UFG Ruffo Freitas Júnior, a ideia do projeto surgiu diante do cenário desolador do câncer de mama no SUS: em média, 54% dos tumores são descobertos já em estágios avançados (3 e 4). Além disso, há gargalos no acesso ao tratamento oncológico, que também começa com atraso na maioria dos casos. Freitas Júnior reforça que o modelo aplicado no estudo é perfeitamente viável em outros municípios, e que as ferramentas públicas e políticas podem e devem ser utilizadas.

Esquemas de vacinação incompletos e desigualdades na saúde brasileira

O Anuário VacinaBR, produzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC), mostra que, apesar das coberturas vacinais no Brasil estarem em rota de recuperação, as diferenças regionais e os esquemas incompletos ainda são desafios que ameaçam a saúde pública brasileira. A publicação mostra que, em 2023, nenhuma vacina infantil do calendário nacional atingiu a meta de cobertura de 95%, em todos os estados – com destaques para os imunizantes que protegem contra a poliomielite, meningococo C, varicela e Haemophilus influenzae tipo B.

Acerca das desigualdades entre estados e municípios, o diretor executivo do IQC e organizador do Anuário VacinaBR, Paulo Almeida, alerta que: “O problema da imunização não pode ser atacado de maneira uniforme, porque a gente vive em um país de dimensões continentais que tem desafios muito específicos. E a gente viu, no Anuário, que às vezes tem municípios adjacentes, com condições muito parecidas, mas com taxas de imunização muito diferentes”. Nesse sentido, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Balallai, destaca o protagonismo dos gestores municipais para aplicar as recomendações do Ministério da Saúde e a necessidade de seguir o planejamento estadual, conforme as realidades locais. 

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BRICS contra doenças socialmente determinadas

Com inspiração no Plano Brasil Saudável, que visa eliminar 14 doenças enquanto problema de saúde pública, representantes dos BRICS avançaram rumo a parcerias para atacar as doenças negligenciadas, isto é, causadas essencialmente por iniquidades sociais. Acesse os termos.

Saúde lança protocolo para indígenas contaminados

O Ministério da Saúde divulgou um guia para profissionais que lidam com casos de contaminação de mercúrio de indígenas. Usada na mineração ilegal, a substância contaminou ianomâmis em período recente. Leia aqui o Manual Técnico de Atendimento a Indígenas Expostos ao Mercúrio.

Ato contra colapso da saúde no DF

Na tarde de quarta (18), trabalhadores do SUS do Distrito Federal fizeram protesto contra a sistemática degradação dos serviços de saúde. O foco do protesto é o fortalecimento da atenção primária e contratação de novos servidores. Por ora, não há acenos do governador Ibaneis Rocha. Veja imagens do ato.

Suprema Corte dos EUA retira direito de pessoas trans

A Suprema Corte dos Estados adotou a decisão de proibir profissionais de saúde receitarem tratamentos médicos para menores de idade que desejem fazer transição de gênero. Como de hábito da ultradireita, os argumentos subvertem a lógica de equidade e base científica. Entenda quais são.

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