Expectativa de vida em Gaza caiu em 35 anos

• Queda na expectativa de vida em Gaza • 74% dos países da América Latina expostos a catástrofes climáticas • Ebola em Uganda gera preocupação • Mortes por dengue dobram em SP • Veto de Tarcísio à maconha medicinal • Autismo e gravidez •

Foto: WAFA/Agência de Notícias da Palestina
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Estudo publicado na revista científica The Lancet no fim de janeiro mostra que a expectativa de vida em Gaza caiu pela metade em 2024. No artigo, a equipe de pesquisadores – que conta com a participação de um doutorando brasileiro da Universidade da Pensilvânia – estima que a queda foi de 73,6 para 35,6 anos entre os homens. No que se refere às mulheres, ela passou de 77,4 anos para 47,5 anos. No geral, a expectativa de vida dos habitantes da Faixa de Gaza saiu de 75,5 para cerca de 40 anos de vida. Assim como outros estudos recentemente divulgados, os pesquisadores basearam seus cálculos nas estatísticas de óbitos do Ministério da Saúde de Gaza, que se restringem àqueles diretamente mortos pelas ações violentas de Israel na recente guerra. Ficam excluídas as vítimas indiretas – de frio, fome ou falta de cuidados médicos. Apesar de aterradores, os cálculos ainda podem ser considerados incompletos.

Maioria dos latino-americanos sofrerá com eventos climáticos

Publicado por um conjunto de agências das Nações Unidas, novo relatório alerta que 74% dos países da América Latina e do Caribe têm “alta exposição a eventos climáticos extremos”. Após a Ásia, é a segunda região do mundo mais afetada por essa consequência das mudanças climáticas. O documento, denominado Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição para a América Latina e o Caribe 2024, destaca que o cenário aumenta o risco de subnutrição nos 20 países latino-americanos mais afetados pelos eventos extremos, pois eles estão “reduzindo a produtividade agrícola, interrompendo cadeias de suprimento alimentar, elevando preços, [e] impactando os ambientes alimentares”. De 2019 a 2023, os índices de subnutrição já tiveram uma alta de 1,5% nessas nações. 11,5% das crianças menores de cinco anos na região latino-americana e caribenha tiveram seu crescimento afetado pela subnutrição – que convive também com o excesso de peso – durante esse período.

Novo surto de ebola se anuncia na África

Há um surto de ebola em Uganda, noticia a BBC. Na quarta-feira (29/1), o Ministério da Saúde do país africano notificou o óbito de uma pessoa na capital Kampala, o primeiro da atual epidemia. Antes da confirmação do diagnóstico, o homem – que era enfermeiro – passou por uma série de equipamentos de saúde, além de um curandeiro tradicional. Por isso, as autoridades locais já monitoram mais de 40 pessoas que possivelmente tiveram contato com o vírus, altamente letal. A variante que circula, conhecida como ebola-Sudão, não possui vacina aprovada, à diferença da ebola-Zaire. Ainda de acordo com a BBC, o papel que a cidade de Kampala cumpre como hub de viagens entre os países da região pode dificultar o controle do surto.

Crise da dengue se agrava em SP

As mortes por dengue em São Paulo dobraram em 3 dias na última semana, alerta a Agência Brasil, no que as autoridades entendem como uma rápida escalada da epidemia no estado mais populoso do país. Do dia 27 ao dia 30 de janeiro, os óbitos em território paulista passaram de 14 a 28. Enquanto isso, os casos prováveis da arbovirose, também em aceleração, passaram de 82 a 99 mil. Trata-se de mais da metade dos casos prováveis de todo o país. O Ministério da Saúde aponta a circulação do sorotipo 3 da dengue, para os quais a população não possui anticorpos, como um dos fatores que levaram ao aumento das infecções. O que mais surpreende “é o elevado número de óbitos suspeitos por dengue”, afirmou o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde do MS. “É importante que tenhamos em mente, sobretudo, que, até que se prove o contrário, uma morte por dengue é uma morte evitável”, continuou.

Percalços para a cannabis medicinal

Um projeto de lei que criaria um programa estadual de produção e distribuição de medicamentos à base de cannabis medicinal foi vetado pelo governo de São Paulo na quinta-feira (30/1). Em nota encaminhada à Agência Brasil, a Fundação para o Remédio Popular (Furp), órgão do governo paulista que seria responsável pelo programa, alega que o PL 954/2023 contraria a Lei de Responsabilidade Fiscal. O argumento também está presente no veto assinado pelo vice-governador Felício Ramuth (PSD). O comunicado da Furp adiciona que o laboratório “já está desenvolvendo um projeto de transferência de tecnologia com uma empresa detentora dos direitos de fabricação de produtos à base de Cannabis sativa“, mas que aguarda autorização da Anvisa para fornecê-los ao SUS.

Autismo e problemas na gravidez: há ligação?

Um estudo recém-publicado na Nature Medicine, que analisou os registros médicos de 1 milhão de crianças na Europa, pôs em dúvida a ligação entre problemas durante a gravidez e o desenvolvimento do autismo. Nos últimos anos, ganhou crescente aceitação entre setores da comunidade médica a hipótese de que situações de saúde como “obesidade materna, distúrbios psiquiátricos e complicações no parto” aumentariam a chance dos filhos dessas mulheres serem diagnosticados com um transtorno do espectro autista, relata a Science. No entanto, a análise realizada pela equipe de pesquisadores sugere que não parecem haver elementos mais firmes para confirmar uma ligação causal entre as duas coisas. Por outro lado, eles teriam encontrado indícios de que problemas ambientais que afetam mães e bebês como a exposição à poluição – além de fatores genéticos – podem ter uma ligação mais forte com o autismo. Apesar disso, “é díficil tirar conclusões definitivas”, avalia um cientista entrevistado pela Science.

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