Estaremos prontos para um mundo mais idoso?

Em um contexto global de envelhecimento da população, problemas como abusos contra idosos ainda são realidade

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A transição demográfica é um fato consumado. Se hoje esse é um fenômeno mais forte nos países do Norte Global, no futuro tal condição se verificará em muitas outras partes do mundo. Para aproveitar o Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência a Idosos, celebrado no domingo (15), a ONU divulgou uma lista de preocupações a respeito das violações de direitos de pessoas acima de 60 anos.

Segundo a entidade, ao menos um em cada seis idosos já sofreu algum tipo de abuso entre físico, psicológico e financeiro. Os estigmas são muitos e variam de acordo com os contextos socioculturais. Para a ONU, o alerta é cada vez mais emergente, uma vez que até 2050, cerca de um sexto da população global estará com 60 anos ou mais (2 bilhões, dos projetados 9 bilhões de habitantes).

Matéria do Brasil de Fato destacou que, em 2017, a entidade publicou uma coletânea de estudos a respeito desta população, com o preocupante dado de que apenas 1 em 24 casos de abusos cometidos contra idosos são denunciados. Medo de estigmas, isolamento social ou limitações físicas são alguns dos fatores que inviabilizam que as pessoas mais velhas denunciem suas condições.

Dentro disso, países tentam criar políticas de cuidados. O Brasil é um deles, como retratou o Outra Saúde em reportagem sobre a recém-criada Política Nacional de Cuidados. Da solidão à remuneração de pessoas mais velhas que exercem alguma forma de cuidado, os desafios são amplos.

Além disso, outras dimensões da vida de tal população foram tratadas, a exemplo das políticas que poderiam ser adotadas pelo SUS, em especial na Estratégia de Saúde da Família, e também os perigos em torno da financeirização da velhice – o que deve se agravar num futuro influenciado pela “reforma” da Previdência e a transição demográfica nacional.

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