Crianças de até 2 anos desprotegidas contra covid

• Covid em crianças e bebês • Mais resultados em pesquisa sobre parto no Brasil • E MAIS: ultraprocessados e riscos à saúde; LSD contra ansiedade; anéis de glicose; patente da semaglutida •

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Menores de dois anos, sem imunidade contra a covid-19, enfrentam a pandemia pela primeira vez. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo: “Sem a vacina, essas crianças são atualmente o que nós fomos em 2020. Estão sujeitas às complicações e mortes como nós naquele ano, quando também não tínhamos nenhuma imunidade contra a doença. É de se esperar que essa população sofra o que nós sofremos em 2020 e em 2021”.

Segundo Chebabo, a alta está relacionada à circulação de nova variante da covid-19, contra a qual a vacina em uso atualmente no Brasil oferece proteção. Estando mais suscetíveis a complicações e óbitos pelo vírus, crianças com menos de 2 anos também estão mais dispostas à covid longa e a doenças crônicas não-transmissíveis como a diabetes. Neste sentido, o presidente da SBI ressalta a importância de vacinar não somente este grupo, como também as gestantes, já que há uma transferência placentária dos anticorpos da mãe para o bebê, mantendo a proteção por seis meses – período em que as crianças já podem ser vacinadas na rede pública.

Avanços e desafios de práticas de parto no Brasil

Dados integrantes da pesquisa Nascer no Brasil 2, realizada pela Fiocruz, indicam avanços expressos na prática hospitalar de parto no país. A realização de episiotomia – o corte do canal vaginal com bisturi para supostamente aumentar a via de passagem do bebê – caiu de 47% para 7% nos partos vaginais ocorridos no SUS. De acordo com a coordenadora-geral do estudo, Maria do Carmo Leal, resultados como esse demonstram uma adesão às boas práticas do parto e uma eliminação de intervenções desnecessárias. 

Ainda assim, o cenário sobre o pré-natal, também mostrado pela pesquisa, não é tão positivo. 75% das mulheres monitoradas pela pesquisa nunca fizeram uma consulta com um especialista. 36% delas disseram que sua pressão arterial, que pode indicar a presença de hipertensão – doença comum na gravidez –, não foi medida. Além de tudo, a pesquisa também mostra que os índices de parte normal de cesarianas permanecem um grande desafio no Brasil: a quantidade de partos por cesariana aumentou em comparação com dados de 2014, indicando não só a manutenção, como até a intensificação de uma cultura hospitalocêntrica, medicalizada e médico-centrada.

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Ultraprocessados: nocivos em qualquer dose

Pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, identificaram que uma dieta baseada em ultraprocessados é pior para o coração e a qualidade do esperma, mesmo quando não há consumo excessivo desses produtos. Saiba mais.

Contra a ansiedade, o LSD

Publicado no Journal of the American Medical Association, estudo sugere que uma dose de LSD tem resultados muito positivos no controle de sintomas de ansiedade. Seus resultados podem ajudar a derrubar a cinquentenária proibição do ácido lisérgico nos EUA. Leia.

Proibidos os “anéis de glicose”

Nesta terça-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição de anéis vendidos na Internet que, sem comprovação científica e nem registro sanitário, prometem medir os níveis de glicose sem a retirada de sangue. Entenda.

Novo Nordisk briga por patentes

A Justiça concedeu e depois suspendeu a extensão da patente da liraglutida, princípio ativo de duas canetas de emagrecimento. O monopólio farmacêutico Novo Nordisk busca estendê-la com o objetivo de “fortalecer a tese” da ampliação da patente da semaglutida, princípio do Ozempic, para enfrentar a concorrência de genéricos. Acompanhe.

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