Como o Ministério da Saúde estuda regular as bets
• Bets serão o novo cigarro? • Populações aceitariam mudanças contra crise climática • E MAIS: EUA antivacinas; semaglutida; mulheres alcoólatras; relação drogas e clima •
Publicado 11/06/2025 às 15:10 - Atualizado 11/06/2025 às 15:11
O ministro da Saúde Alexandre Padilha afirmou que é possível criar ações para tratar o vício em jogos e apostas para inclusive “dar um passo além do cigarro”. A lógica de restrição de venda e rotulagem de produtos de tabaco poderia ser ampliada com as bets. Seria possível determinar que os aplicativos enviassem mensagens de alerta ao apostador que passar muito tempo ativo, além de oferecer contato com profissionais de saúde, por exemplo.
Dados do SUS mostram que os atendimentos por “transtorno do jogo” saltaram de 111 casos em 2018 para 1.292 em 2023 – mas a falta de políticas de detecção precoce pode esconder um número ainda maior, segundo o TCU. O avanço das apostas no Brasil, impulsionado por plataformas como as bets esportivas e o “jogo do tigrinho”, já atinge 15% da população, segundo o Datafolha, com maior penetração entre jovens.
Um grupo interministerial (Saúde, Fazenda e Secom) foi criado para elaborar um plano de prevenção e redução dos impactos. Mas o TCU aponta que há falhas na articulação entre ministérios e chama atenção à ausência de campanhas educativas ou restrições para menores. Padilha reconhece que ainda não há estimativas sobre o custo do vício em apostas para o SUS, mas defende a experiências internacionais como base para a regulação.
Cresce aceitação pública global de políticas climáticas
Um estudo com co-autoria do Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam (PIK), publicado na revista Nature Human Behavior, analisa a aceitação de políticas climáticas globais, agora cientificamente. A pesquisa demonstra que há um apoio forte e genuíno à precificação internacional do carbono, ao reembolso per capita de receita e, portanto, à distribuição para os países mais pobres. Essas referências são consideradas, na melhor das hipóteses, um objetivo de longo prazo; no entanto, independentemente do modelo específico a ser adotado, a aceitação pública será uma questão crucial, sobretudo no Sul Global.
De acordo com Linus Mattauch, co-autor do estudo e chefe de grupo de pesquisa do PIK: “Este estudo não trata do sentimento atual, mas de atitudes profundamente arraigadas. Ficamos agradavelmente surpresos com os resultados. Os políticos não devem ter muito medo dos cidadãos ao avançar com a proteção climática global”. Além disso, os pesquisadores estão confiantes de que as pessoas do Norte Global estão dispostas a pagar pela proteção climáticas em países do Sul. “Nesse contexto, a questão é por que a comunidade internacional não está progredindo mais rapidamente. Talvez os limites do que é considerado realista estejam mudando”, afirma Adrien Fabre, principal autor do estudo.
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Neste segunda-feira (9), o secretário de Saúde dos EUA, Robert Kennedy Jr., anunciou que demitiu todos os especialistas de um comitê consultivo sobre vacinas, já que estes não têm aprovado os ataques à política de vacinação no país. Veja o que dizem os demitidos.
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Mulheres alcoólatras buscam mais ajuda pós-pandemia?
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A política de drogas, o uso da terra e a justiça climática se entrelaçam de forma complexa, impactando diretamente territórios periféricos e comunidades tradicionais. De que maneiras?
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