Com Nísia, GT de Saúde do G20 se reúne em Natal

• O problema da resistência aos antibióticos • UBSs terão novo projeto arquitetônico • Variante de oropouche se espalha para além do Norte • São necessários mais testes para mpox • Falta de médicos na Coreia do Sul • Greve em hospitais de Israel •

Foto: Walterson Rosa/MS
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No domingo (1º/9), a 4ª Reunião do Grupo de Trabalho da Saúde do G20 debateu em Natal (RN) o crescente problema da resistência a antimicrobianos. “Se essa resistência continuar crescendo, em 2050 nossos antibióticos não tratarão mais as doenças que eles tratam hoje”, alertou Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), no evento. A ministra Nísia Trindade, titular do MS, também foi ao Rio Grande do Norte para participar da reunião. Além de compartilhar seus planos nacionais de enfrentamento à resistência antimicrobiana (ou RAM), os países presentes discutiram o papel do Fundo Fiduciário Multiparceiro para Resistência Antimicrobiana e deram continuidade à construção da Declaração das Nações Unidas sobre o combate à RAM. Além de dar centralidade às articulações do G20, o Brasil busca intervir na questão da RAM a partir da perspectiva de Uma Só Saúde. A programação do encontro do GT de Saúde do G20 segue até hoje (3/9).

MS anuncia novo projeto arquitetônico das UBSs

Na sexta-feira (30/8), o Ministério da Saúde disponibilizou o projeto arquitetônico das UBSs que serão construídas pelo Novo PAC. O programa prevê a construção de 1,8 mil novas Unidades Básicas de Saúde e disponibiliza R$4,2 bilhões para essa meta. É a primeira vez em mais de dez anos que os projetos arquitetônicos de referências para esse modelo de equipamento público de saúde são atualizados. De acordo com a nota do MS que revelou a mudança, as UBSs passarão a contar com sala de amamentação, sala para atendimento de mulheres em situação de violência, salas de vacinação ampliadas e espaços voltados para a saúde digital, entre outras novidades. Também há a previsão do uso de placas solares e de estratégias de construção sustentável. O projeto pode ser visto aqui.

Nova variante da oropouche se dissemina

A variante do vírus oropouche responsável pelo surto no Norte do Brasil está se espalhando para outras regiões do país, sugere uma análise publicada na revista científica The Lancet. Entre os estados afetados, estão Bahia, Espírito Santo e Santa Catarina. Além disso, os pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontam que duas outras mutações do vírus surgiram nesses mesmos estados nos últimos dois anos. Os estudiosos avaliam que as alterações genéticas no agente infeccioso podem ter ligação com o crescimento da presença da doença no país, além do aumento na quantidade de casos graves. Segundo a CNN Brasil, as conclusões do artigo corroboram o que já haviam indicado uma análise da Fiocruz, que sugeria que “o aumento de casos foi causado por uma nova linhagem do OROV que surgiu no Amazonas entre 2010 e 2014 e se espalhou silenciosamente na última década”.

OMS pede mais testes de mpox

Em comunicado do sábado (31/8), a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a urgência do fornecimento de mais testes de mpox para enfrentar a atual emergência global de saúde pública. Nas últimas semanas, as atenções estiveram mais voltadas ao envio de vacinas contra a doença infecciosa para os países mais afetados pelo surto – mas a agência das Nações Unidas frisa que ferramentas para acelerar os diagnósticos também serão fundamentais. Por isso, a OMS convoca todas as empresas que produzem testes de mpox a registrarem seus produtos na agência, para que a autorização emergencial de sua distribuição facilite o acesso dos países africanos a eles. Já houve avanços: no ano de 2024, o Congo – onde se originou o atual surto – já realizou quatro vezes mais testagens da doença do que em 2023. Mesmo assim, a escala da epidemia exige que os números subam ainda mais, diz a agência.

Coreia do Sul recorre aos médicos do Exército

O governo da Coreia do Sul decidiu testar uma nova estratégia contra a escassez de profissionais da medicina nas salas de emergências do país: enviar os médicos do Exército para os hospitais, conta a Reuters. É um novo capítulo de um longo embate entre as autoridades e a categoria. Alegando que o Estado quer rebaixar salários que supostamente já seriam insuficientes, os médicos sul-coreanos boicotam um plano governamental de ampliação das vagas nas faculdades de medicina. Por sua vez, o governo alega que os profissionais querem praticar uma “reserva de mercado”. O protesto dos médicos toma duas formas: os residentes estão demitindo-se das residências e os contratados se negam a aparecer nos equipamentos em que trabalham. Para esses postos vagos é que o governo está enviando os profissionais de saúde do Exército. Apesar disso, as autoridades negam que haja uma “emergência” nos hospitais.

Em Israel, hospitais participam de greve geral contra Netanyahu

Nesta segunda-feira (2/9), a saúde de Israel paralisou parcialmente suas atividades como parte de uma greve geral ocorrida no país. Segundo o New York Times, “os hospitais reduziram ou suspenderam suas operações” junto da maioria dos demais setores da economia, no que o jornal define como “a mais ampla expressão de dissidência antigovernista desde o início da guerra em Gaza”. De acordo com a Al Jazeera, os serviços de emergência seguiram funcionando. O movimento expressa a grande insatisfação da população de Israel com o desinteresse do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em fechar um acordo que leve a um cessar-fogo e a uma troca de prisioneiros que liberte os reféns israelenses e os detidos palestinos. Netanyahu acredita que só a continuidade da guerra, que já matou pelo menos 41,5 mil pessoas, o manterá no poder.

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