Cidades e florestas seguem em chamas em todo país

• Incêndios devastam 45% da floresta de Brasília • Que remédios de milhões de reais o SUS deve fornecer? • Brasil bate recorde de transplantes • Israel boicota combate à pólio em Gaza • OMS vai ao Sudão observar crise da saúde •

Foto: João Stangherlin/APA do Planalto Central
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Durante um evento no Rio de Janeiro, no âmbito do G20, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, alertou que as queimadas já começam a afetar o sistema de saúde, e estão em risco especialmente pacientes idosos e crianças com problemas respiratórios. “Há um impacto forte no sistema de saúde, nas unidades de saúde, uma maior procura e, principalmente, uma preocupação não só com os efeitos de curto prazo, mas também de médio prazo na saúde das pessoas”, afirmou, acrescentando que não chegam a faltar leitos. Nísia ressaltou a atuação da Força Nacional do SUS no apoio a estados e municípios. Ela também reforçou que é importante evitar a exposição ao ar livre em áreas afetadas pela fumaça. O país registra mais de 154 mil focos de calor em 2024 – a Amazônia e o Pantanal são os biomas mais atingidos.

Novas regras para medicamentos de alto custo não incorporados pelo SUS

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para um entendimento sobre o fornecimento de medicamentos de alto custo não incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Cinco ministros acompanharam o voto do relator Gilmar Mendes, que restringe os critérios para sua obtenção, mesmo quando aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apenas em casos excepcionais os pacientes poderão acessá-los por meio da judicialização, mediante “comprovação cumulativa”. A suprema corte definiu critérios para seu custeio: em diferentes faixas de preço, a União entrará com um percentual específico dos recursos. A questão do fornecimento de medicamentos de alto custo é um debate polêmico, que envolve fatores como o direito à saúde dos pacientes, a sustentabilidade do SUS e a colonização de seu orçamento por grandes empresas do setor farmacêutico. No setor privado, os planos de saúde também buscam restringir o acesso a esses remédios.

Transplantes de órgãos batem recorde no SUS

No primeiro semestre de 2024, o SUS bateu um recorde de transplantes de órgãos, segundo o Ministério da Saúde. 14,3 mil procedimentos foram realizados de janeiro a junho deste ano, superando a marca dos 13,9 mil transplantes registrados no período equivalente de 2023. “No total, 4.580 órgãos, além de 8.260 córneas e 1.512 medulas ósseas (classificadas como tecidos) foram doados nos primeiros seis meses de 2024”, detalha a pasta em nota. Em termos proporcionais, o aumento foi de 3,2%. Segundo a responsável do MS, ainda estão previstas novas ações para enfrentar as dificuldades associadas à doação e o transporte de órgãos destinados para os transplantes. “Novos projetos estão em andamento para contemplar essa complexidade e fazer com que nos próximos dois anos o Brasil possa continuar se destacando no cenário mundial de transplantes”, afirma. O programa de transplantes do SUS é o maior do mundo.

Vacinação em Gaza é novamente dificulta por violência israelense

Ontem (10/9), teve início a fase final da campanha de vacinação contra a pólio na Faixa de Gaza. Os funcionários da OMS e da UNICEF responsáveis por implementar a ação se dirigiram para o norte do enclave palestino, onde se encontram as últimas crianças que ainda não foram imunizadas pela iniciativa. Até o fim de semana, as agências das Nações Unidas e entidades parceiras esperam completar o plano de vacinar 660 mil garotos e garotas de até 10 anos de idade contra a doença, que causa paralisia infantil e já teve um caso confirmado em Gaza. Contudo, há quem ponha entraves a essa medida emergencial de saúde pública. De acordo com a Reuters, quando o comboio da vacinação se deslocava para a região, soldados de Israel cercaram os carros e chegaram a atirar contra seus ocupantes. Os veículos só foram autorizados a passar depois que o Exército israelense interrogou dois funcionários da ONU palestinos. Antes, havia sido acordado que os responsáveis pela vacinação deveriam ter livre trânsito.

OMS chama atenção para colapso da saúde no Sudão

Uma missão da OMS visitou o Sudão no fim de semana para avaliar a situação do sistema de saúde do país em meio à guerra civil. Com a participação do diretor-geral da agência, Tedros Adhanom, o grupo visitou Port Sudan, sede interina do governo, enquanto a capital oficial segue disputada pelos exércitos em luta. “A infraestrutura sanitária do Sudão está arruinada, com muitos equipamentos destruídos, assaltados ou abandonados”, explica a diretora regional da OMS sobre o cenário visto, também destacado por Outra Saúde recentemente. Os membros da missão frisaram que apenas 24% dos recursos solicitados pela agência das Nações Unidas para garantir estruturas emergenciais de atendimento para os sudaneses foram captados – e pediram à comunidade internacional que se dedique mais à ajuda ao país.

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